As razões dos criminosos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki
Os bombardeamentos no Japão com bombas tradicionais
atingiram 67 das maiores cidades japonesas. Em Tóquio, a chamada Operação
Capelas, entre 9 e 10 de março, matou cerca de 100 mil pessoas numa única
noite. Depois de bombardeadas as maiores cidades, em 1945, os estrategas norte
americanos decidiram prosseguir os bombardeamentos nas outras cidades com
populações que variavam de 60 mil a 350 mil habitantes. Esses ataques foram
realizados com bombas tradicionais e muito bem sucedidos segundo os critérios
dos militares.
Dois tipos de bombas a experimentar
Dois tipos de bombas foram elaborados por cientistas e
técnicos do Laboratório Nacional de Los Alamos, sob a liderança do físico
norte-americano J. Robert Oppenheimer. A bomba de Hiroshima, conhecida como
Little Boy, com base no Urânio-235 e uma outra que veio a ser experimentada em
Nagazaki, mais poderosa e eficiente, mas mais complicada, com base no
Plutónio-239. A primeira tinha sido testada em 16 de julho de 1945, perto de
Alamogordo, Novo México.
Em abril de 1945, foi decidido analisar os alvos para o
lançamento das bombas. Foram indicados cinco: Kokura, Hiroshima, Yokohama,
Niigata e Kyoto com os seguintes critérios:
O alvo teria que ser maior do que 4,8 km de diâmetro e ser
um alvo importante em uma grande área urbana;
A explosão teria que criar dano efetivo;
O alvo teria que ser um local improvável de sofrer ataques
em agosto de 1945.
Essas cidades foram intocadas durante os bombardeios
noturnos pois as Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos decidiram
deixá-las fora da lista-alvo para que uma futura avaliação da bomba atómica
pudesse ser feita com maior rigor.
Hiroshima foi considerada um bom alvo pois tem um tamanho
tal que uma grande parte da cidade poderia ser amplamente danificada. Há
colinas adjacentes que são susceptíveis a produzir um efeito de focagem que
iria aumentar consideravelmente os danos explosão. Considerou-se que os fatores
psicológicos na seleção de alvos eram de grande importância, não só para o
Japão mas também que fosse suficientemente espetacular para a importância da
arma a ser reconhecida internacionalmente.
Hiroshima era o alvo principal da primeira missão de
bombardeio nuclear em 6 de agosto, sendo Kokura e Nagasaki como alvos
alternativos. Nenhum aviso foi dado a Hiroshima que uma nova e muito mais
destrutiva bomba ia ser lançada, embora tivessem sido lançados folhetos entre 3
e 27 de Julho. Um dos folhetos enumerava doze cidades-alvo de bombardeios:
Otaru, Akita, Hachinohe, Fukushima, Urawa, Takayama, Iwakuni, Tottori, Imabari,
Yawata, Miyakonojo e Saga. A cidade de Hiroshima não estava na lista. No
momento do ataque, com a bomba atómica, em 6 de Agosto de 1945, a população era
de 340 a 350 mil pessoas.
Nagasaki
Em 9 de Agosto foi decidido lançar a segunda bomba de um
outro modelo com base no Plutónio-239, ainda não experimentado. No dia do
atentado, cerca de 263 mil pessoas estavam em Nagasaki, incluindo 240 mil
residentes japoneses, 10 mil moradores coreanos, 2,5 mil trabalhadores coreanos
recrutados, 9 mil soldados japoneses, 600 trabalhadores chineses recrutados e
400 prisioneiros de guerra aliados.
As razões
É concensual entre os amantes da Paz que não se justificava
este massacre de populações civis como refere o Apelo do Conselho Português
para a Paz e Cooperação publicado ontem dia 9 neste blogue. Ali e no artigo do Jornal Avante, estão fundamentadas as razões. Contudo, muitos intelectuais, continuam a
debater o assunto, em torno de uma falsa questão que é saber se a bomba era
necessária para derrotar o Japão já derrotado. Os americanos continuam a
defender que as bombas salvaram muitos americanos e Churchill que as bombas
salvaram um milhão de norte-americanos e metade desse número de vidas
britânicas.
O Japão já estava derrotado
Na altura em que os Estados Unidos lançaram sua bomba
atómica sobre Nagasaki em 9 de agosto de 1945, a União Soviética tinha
declarado guerra ao Japão e lançado um ataque surpresa com 1milhão e seiscentos mil de
soldados contra o Exército de Guangdong na Manchúria. "A entrada soviética
na guerra", observou o historiador japonês Tsuyoshi Hasegawa,
"desempenhou um papel muito maior do que as bombas atómicas em induzir
Japão a render-se, porque exisitia alguma esperança de que o Japão poderia
terminar a guerra através da mediação de Moscovo".
As intenções sempre foram outras
Quem for sério nestas avaliações, verifica facilmente que
muito antes da bomba ser lançada já havia a intenção dos Estados Unidos imporem
uma supremacia internacionalmente e em especial em relação à União Soviética.
Na verdade, as bombas atómicas sobre Hiroxima e Nagasaki serviram para afirmar
a hegemonia militar dos EUA, como potência imperialista no mundo.
Estas práticas já vêm de longe
Essa
determinação totalitária tem sido afirmada nas constantes guerras, na
intromissão na política de Estados independentes e no provocar de guerras civis
com o auxílio do terrorismo que criam, e apoiam quer financeiramente quer com
armamento. Nos bombardeamentos de Hiroxima e Nagasaki morreram centenas de
milhar de pessoas e mais de cem mil ficaram afetadas para o resto da vida. Nas
muitas guerras pela supremacia militar, económica que os Estados Unidos
provocam em vários pontos do planeta, desde o Vietnam passando pelo Chile,
Africa e Médio Oriente, mostram o que é o imperialismo. A luta dos povos pela
Paz é um imperativo.
Grande parte deste texto foi elaborado com base nas informações
recolhidas em documentos em especial na Wikipédia ver
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bombardeamentos_de_Hiroshima_e_Nagasaki
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