A controvérsia da divulgação dos documentos secretos descobertos pela Wikileaks, reacendeu-se, em Portugal, com as públicações agora reveladas. Ainda sem uma análise muito detalhada, creio que o saldo das polémicas é positivo. Sou, francamente, a favor do conhecimento desses documentos. Pelo que vi, até agora, o fantasma de pôr pessoas em perigo, não passa mesmo de fantasma. O único perigo, para pessoas, é para as que, a coberto da máscara de confidencialidade, estão a ser alvo de crítica por dizerem o que realmente pensam e não aquilo que têm dito públicamente. Para esses, a política é o secretismo, é a mentira, é dizerem o que é conveniente (para eles) dizer é enganar os povos, é enganar os eleitores. É evidente que nada disso vai deixar de acontecer. Esses que agora estão "em perigo" vão passar a ter mais cuidado, para continuar a mentir a enganar, a esconder muita coisa, de forma mais elaborada. Mas o facto de conhecermos, hoje, essas manhas, deixa-nos um pouco mais atentos a realidades que não conheciamos.
Há um outro aspecto que me preocupa. Nesta euforia de conhecer os documentos confidenciais, não estaremos a ser conduzidos para análises de questões não fundamentais, equanto que os documentos verdadeiramente confidenciais, esses, continuam a ser escondidos e até destruidos? Certamente que a experiênCIA das grandes potênCIAs não permitiria que, o que é realmente decisivo para a política de domínio do mundo, (dos seus recursos e economia), fosse posto em causa pelo "seu amor à democraCIA".
Também me preocupa a forma como domésticamente (ou domesticadamente) se está a fazer a selecção dos documentos revelados. Será que são os mais importantes para a análise dos governados aos seus governantes? Duvido. Desculpem, mas tenho-me dado bem, com o ser desconfiado.
Imagem colocada a 26 Fev 23.00 h.
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