O ano de 2024 passou e, neste blogue, ficou a interrogação.
Mais de metade de 2025 decorreu, entretanto, muito turbulento e, nestes dias, as interrogações centram-se na reunião Trump – Putin. O mundo parece estar dependente de duas pessoas. Nada mais falso. Eles apenas representam caminhos distintos na marcha do tempo e nas etapas que estamos a viver. Ainda que o encontro fosse centrado na guerra da Ucrânia o não acordo, intui-se mas não foi mostrado.
A tentativa iniciada por Obama e concretizada com o golpe de estado de 2014 em Kiev, Ucrânia, apoiado e financiado abertamente pela União Europeia (UE) e Estados Unidos, para provocar a guerra híbrida e "desgaste" da Rússia e, mais tarde concretizado nas ações dos EUA e UE no tempo de Biden, é hoje considerado um desastre irremediável.
2024 passou sem que, neste blogue, tenha podido registar, as grandes mudanças havidas no mundo. A pergunta feita aqui em 19 de fevereiro adivinhava o aprofundamento da crise, não apenas económica mas em muitos outros domínios da vida em especial nesta Europa em que vivemos.O ano de 2024 terminou com seis das sete principais economias capitalistas em estagnação ou recessão. Mais de 3 mil milhões de pessoas foram levadas a viver no limiar de pobreza. A maioria dos trabalhadores sofreu redução ou não registou qualquer melhoria nos seus salários. Aumentou a desigualdade social, a pobreza, persiste a falta de acesso à educação, à saúde e serviços básicos, a necessidade de habitação.
As guerras, quer convencionais quer as híbridas, causaram e continuam a causar milhões de vítimas em todo o mundo.
A desesperada intromissão e boicote dos EUA nos países que resistem à sua política acentuou-se e confirma a decadência daquele país. Paralelamente surgem novos perigos da estrema direita, do fascismo e nazismo, da ascensão de nacionalismos e populismos, do racismo, dos crimes e agressividade, da perda dos valores humanos que, no conjunto criam o ambiente de instabilidade que hoje vivemos.
Intensificaram-se os vergonhosos bloqueios (Cuba, Venezuela e outros). Multiplicaram-se as ações contra os países em ascensão não alinhados com os EUA. Acentuaram-se os crimes e genocídio ao povo palestiniano por Israel com apoio dos EUA, com o massacre de muitos milhares de crianças quer a tiro e nos bombardeamentos das suas habitações, hospitais, escolas, quer com o vil bloqueio à água potável, alimentos, medicamentos e outras formas de provocar a fome e a doença e a morte.
No 80.º aniversário das Nações Unidas sobressaiu a ineficácia da organização que deveria ser o órgão internacional responsável por garantir a paz e resolver os conflitos. Os EUA desrespeitam a ONU e utilizam a NATO para os seus fins.A "multipolaridade" é objetivo que ganha cada vez mais apoio dos povos corporizada nos BRICS. A ascensão da China fortaleceu esse objetivo de muitos países do Sul Global (quase 6 mil milhões de pessoas) face ao domínio do denominado “Ocidente” e seus conexos.
A economia americana está a afundar apesar das taxas e tarifas decretadas por Trump. Os défices orçamentais e os pagamentos de juros dos EUA estão em máximos históricos. A Índia e a China rejeitaram ameaças de sanções aos compradores de petróleo russo e o Brasil sugeriu suspender o comércio com os Estados Unidos.
A guerra dos doze dias com o Irão foi um bluff teatral. Persiste a ameaça de uma guerra nuclear. Os EUA retiraram-se unilateralmente em 2019 dos tratados de limitação das armas nucleares. A Rússia manteve a adesão. É fundamental que se estabeleçam novos tratados.
Hoje surgem novas armas que alteram as formas de guerra e ameaças, nomeadamente terroristas, que utilizam drones muito avançados.
As pretensões “ridículas” de Trump para anexar a Gronelândia, o Canadá e o Ártico visam o controlo de rotas marítimas e de fontes de petróleo, de gás e terras raras.
Entretanto, os média subordinados à ideologia dominante, para além de fazerem a propaganda dos interesses das elites, desviam as atenções do que é fundamental, nomeadamente especulando com "casos e casinhos" e nas intenções do controlo das mudanças climáticas, esquecendo o que as provoca.
É absolutamente necessário fazer crescer a consciência dos povos por um mundo mais justo, mais solidário e pela paz.É preciso parar o caminho da militarização, da corrida aos armamentos e impedir o desvio de recursos que faltam para a Saúde, para a Educação, para a Cultura para a Habitação.
É urgente que se cumpram os princípios da Carta das Nações Unidas e da Acta Final da Conferência de Helsínquia, e se exija o desarmamento geral, simultâneo e controlado.
Paz Sim! Guerra Não!
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