17 agosto 2025

MAIS DE UM ANO PASSOU...

O ano de 2024 passou e, neste blogue, ficou a interrogação. 

Mais de metade de 2025 decorreu, entretanto, muito turbulento e, nestes dias, as interrogações centram-se na reunião Trump – Putin. O mundo parece estar dependente de duas pessoas. Nada mais falso. Eles apenas representam caminhos distintos na marcha do tempo e nas etapas que estamos a viver. Ainda que o encontro fosse centrado na guerra da Ucrânia o não acordo, intui-se mas não foi mostrado. 

A tentativa iniciada por Obama e concretizada com o golpe de estado de 2014 em Kiev, Ucrânia, apoiado e financiado abertamente pela União Europeia (UE) e Estados Unidos, para provocar a guerra híbrida e "desgaste" da Rússia e, mais tarde concretizado nas ações dos EUA e UE no tempo de Biden, é hoje considerado um desastre irremediável. 


2024 passou sem que, neste blogue, tenha podido registar, as grandes mudanças havidas no mundo. A pergunta feita aqui em 19 de fevereiro adivinhava o aprofundamento da crise, não apenas económica mas em muitos outros domínios da vida em especial nesta Europa em que vivemos. 

O ano de 2024 terminou com seis das sete principais economias capitalistas em estagnação ou recessão. Mais de 3 mil milhões de pessoas foram levadas a viver no limiar de pobreza. A maioria dos trabalhadores sofreu redução ou não registou qualquer melhoria nos seus salários. Aumentou a desigualdade social, a pobreza, persiste a falta de acesso à educação, à saúde e serviços básicos, a necessidade de habitação. 

As guerras, quer convencionais quer as híbridas, causaram e continuam a causar milhões de vítimas em todo o mundo. 

A desesperada intromissão e boicote dos EUA nos países que resistem à sua política acentuou-se e confirma a decadência daquele país. Paralelamente surgem novos perigos da estrema direita, do fascismo e nazismo, da ascensão de nacionalismos e populismos, do racismo, dos crimes e agressividade, da perda dos valores humanos que, no conjunto criam o ambiente de instabilidade que hoje vivemos. 

Intensificaram-se os vergonhosos bloqueios (Cuba, Venezuela e outros). Multiplicaram-se as ações contra os países em ascensão não alinhados com os EUA. Acentuaram-se os crimes e genocídio ao povo palestiniano por Israel com apoio dos EUA, com o massacre de muitos milhares de crianças quer a tiro e nos bombardeamentos das suas habitações, hospitais, escolas, quer com o vil bloqueio à água potável, alimentos, medicamentos e outras formas de provocar a fome e a doença e a morte. 

No 80.º aniversário das Nações Unidas sobressaiu a ineficácia da organização que deveria ser o órgão internacional responsável por garantir a paz e resolver os conflitos. Os EUA desrespeitam a ONU e utilizam a NATO para os seus fins. 

A "multipolaridade" é objetivo que ganha cada vez mais apoio dos povos corporizada nos BRICS. A ascensão da China fortaleceu esse objetivo de muitos países do Sul Global (quase 6 mil milhões de pessoas) face ao domínio do denominado “Ocidente” e seus conexos. 

A economia americana está a afundar apesar das taxas e tarifas decretadas por Trump. Os défices orçamentais e os pagamentos de juros dos EUA estão em máximos históricos. A Índia e a China rejeitaram ameaças de sanções aos compradores de petróleo russo e o Brasil sugeriu suspender o comércio com os Estados Unidos. 

A guerra dos doze dias com o Irão foi um bluff teatral. Persiste a ameaça de uma guerra nuclear. Os EUA retiraram-se unilateralmente em 2019 dos tratados de limitação das armas nucleares. A Rússia manteve a adesão. É fundamental que se estabeleçam novos tratados. 

Hoje surgem novas armas que alteram as formas de guerra e ameaças, nomeadamente terroristas, que utilizam drones muito avançados. 

As pretensões “ridículas” de Trump para anexar a Gronelândia, o Canadá e o Ártico visam o controlo de rotas marítimas e de fontes de petróleo, de gás e terras raras. 

Entretanto, os média subordinados à ideologia dominante, para além de fazerem a propaganda dos interesses das elites, desviam as atenções do que é fundamental, nomeadamente especulando com "casos e casinhos" e nas intenções do controlo das mudanças climáticas, esquecendo o que as provoca. 

É absolutamente necessário fazer crescer a consciência dos povos por um mundo mais justo, mais solidário e pela paz. 

É preciso parar o caminho da militarização, da corrida aos armamentos e impedir o desvio de recursos que faltam para a Saúde, para a Educação, para a Cultura para a Habitação. 

É urgente que se cumpram os princípios da Carta das Nações Unidas e da Acta Final da Conferência de Helsínquia, e se exija o desarmamento geral, simultâneo e controlado. 

Paz Sim! Guerra Não!

 

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