3 de dezembro de 2012

Unidade e luta pela alternativa

Alternativa não é alternância
   
Estamos fartos de alternâncias, sempre dos mesmos, sempre com uma política de direita.
Precisamos de uma política diferente uma política de esquerda e patriótica.

A questão da unidade necessária, para impor a alternativa a esta política de direita, a esta política da classe dominante que serve o capitalismo financeiro, foi um tema muito debatido na preparação do XIX Congresso do PCP. Os três dias de congresso não chegam para mostrar a riqueza do debate durante onze meses com a participação de quase vinte mil militantes em todo o país.

A intervenção de Jorge Pires, faz uma síntese desta complexa construção da unidade dos democratas e patriotas para uma verdadeira alternativa.

Unidade para quê? Questão primeira.

Jorge Pires mostrou que é possível congregar sectores da pequena e da média burguesia, contra esta política de direita e construir a alternativa. Mas uma alternativa séria e real, não pode ser um remendo desta política, como alguns sectores de influências sociais democratas pretendem. Não podemos querer uma alternativa mudando algumas coisas para que tudo fique na mesma.


“A alternativa que o PCP propõe ao povo português, baseada numa política patriótica e de esquerda que, podendo constituir um processo complexo e eventualmente demorado, assume uma corajosa ruptura com a política de domínio do grande capital… e capaz de abrir caminho ao desenvolvimento económico, ao progresso social e à afirmação soberana do interesse nacional”.

Alternativa patriótica e de esquerda

Bem sabemos quer esta alternativa não é aceite pelo poder económico actualmente instalado e que têm dirigido os governos do PS, do PSD e CDS/PP.

Bem sabemos que os Bancos, os banqueiros, os grandes capitalistas, que ganham com esta crise que provocaram, não querem tal alternativa. Não querem a alternativa que o PCP propõe e que é favorável aos trabalhadores, aos PMEs aos sectores da sociedade vítimas desta política. Não querem uma alternativa que nos liberte das amarras dos juros e da dependência dos grandes grupos estrangeiros.

A verdadeira alternativa não é alternância 

A Alternativa, a verdadeira, não pactuará com as políticas do PS e dos governos que há 36 anos atacam os direitos e conquistas de Abril. A Alternativa, a verdadeira, não poderá aceitar o Pacto de Agressão a que o PS está vinculado, nem pode aceitar que continuemos com um processo de alternância, PS e PSD associados ao CDS como forma de enganar os eleitores. Alternativa, a verdadeira, não é esta alternância, em que mutam as moscas mas mantém-se sempre a mesma política servindo sempre os mesmos. Como disse Jorge Pires o PS está, de novo, apostado, numa nova alternância que “não garante qualquer mudança de política do nosso País, como, pelo contrário, é o melhor seguro de vida para a política de direita”.

“E por isso o PCP reafirma a rejeição de concepções que visam uma agregação ou convergência, baseadas num quadro de objectivos que não significam a ruptura, antes seriam o comprometimento com a política de direita”.

“A concretização deste objectivo porque lutamos depende, sobretudo, do esclarecimento, da consciência política, da força organizada, da vontade e da acção do movimento operário e popular”.

“São as massas que, em última análise, poderão determinar uma deslocação para a esquerda de amplos sectores de opinião, incluindo na base social e eleitoral de apoio ao PS, criando as condições para uma alternativa à política de direita e à alternância no poder que tem marcado a vida nacional nestes últimos trinta e seis anos”.
“Sobre as dúvidas legítimas colocadas por alguns camaradas em relação ao processo de construção da alternativa e a possibilidade dos seus objectivos serem alcançados, podemos encontrar, quer no processo histórico português, quer na concepção científica e filosófica da base teórica do nosso Partido, o materialismo dialéctico e o materialismo histórico, não só experiências concretas como a resposta necessária. É que ao contrário da metafísica, o materialismo dialéctico e o materialismo histórico, não consideram a natureza e a sociedade como algo parado e imutável, mas sim em constante movimento. Isto significa que a relação dialéctica e de interdependência das três condições necessárias à construção da alternativa, levarão mais tarde ou mais cedo a profundas alterações na consciência política das massas e por esse facto na correlação de forças”.

“Haverá certamente democratas que pensam que todas as dificuldades se resolveriam com diálogo e alguma simpatia entre dirigentes dos partidos à esquerda do actual governo. A vida há muito que confirmou que não é assim…”

“E por isso afirmamos, o caminho mais seguro para a conquista de uma alternativa de esquerda é os democratas, os homens e as mulheres de esquerda perceberem que são as suas aspirações de uma nova política e não apenas de outro governo e as suas escolhas, também eleitorais, que mais podem assegurar um novo e esperançoso rumo para a política nacional”.

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