⭐ Declaração do Capítulo Cubano da Rede de Intelectuais, Artistas e Movimentos Sociais em Defesa da Humanidade - Coletivo Juntos pela Palestina

Malak Mattar (Palestina), Última cena antes de voar com a pomba para o paraíso
As palavras não conseguem
descrever o horror, a fúria e a dor dos assassinatos diários na
Palestina, perpetrados pelo governo israelita. Não são suficientes
para descrever o inferno diário daqueles que estão presos em Gaza,
nem a condenação que a inação dos governos e das instituições
internacionais merece. Nunca serão suficientes para exprimir a
consternação causada pela aniquilação de um povo inteiro.
Mas
também mal conseguem transmitir a grandeza de um povo que se recusa
a render, reinventando-se todos os dias no meio do grotesco exercício
de extermínio que o invasor pretende. A fome, as bombas, a sede e o
silêncio dos poderosos do mundo não conseguiram apagar o seu amor
pela vida e pela sua terra, o seu orgulho em resistir, apesar de
tudo.
Durante mais de um século, as terras palestinianas
estiveram na mira das potências coloniais, e em breve completarão
oitenta anos desde que decidiram tomar um pedaço de território aos
habitantes da Palestina para aí fundarem um novo Estado. Desde
então, não cessaram os seus esforços para reduzir o seu espaço
vital, confiná-los e aniquilá-los. A pilhagem imperialista e o
racismo transformados em política internacional estão na origem
deste crime e explicam o interesse do Ocidente em mascarar a verdade
e promover uma narrativa amnésica que ignora as suas raízes
profundas e nos quer fazer acreditar que tudo começou a 7 de Outubro
de 2023.
A Palestina precisa de nós, de todos nós. Um
movimento global e popular que, em todos os contextos, denuncie a
mentira e reconheça o genocídio israelita pelo que ele é (não uma
guerra, muito menos um conflito). Uma frente comum permanentemente
activa que não dê tréguas à entidade sionista e aos seus
cúmplices e encobridores. Que ela acuse implacavelmente aqueles que
fornecem as bombas que devastam os hospitais, as escolas e os campos
de refugiados, aqueles que privilegiam o agressor nas suas relações
comerciais e políticas, aqueles que beneficiam e lucram com os bens
roubados ao povo palestiniano. E que exponha qualquer tentativa de
legitimação dos genocidas.
Sem o apoio aberto ou envergonhado da maioria dos governos ocidentais mais poderosos e a
cumplicidade dos governos árabes mais reaccionários, o massacre
teria parado. Mas não podemos esperar que reajam por conta própria
ou que confiem na boa vontade de ninguém. Também não podemos
desviar o olhar ou permanecer impassíveis perante a tentativa de
varrer um povo inteiro da face da Terra e nada pode justificar o
silêncio ou a conivência com o horror.
Enquanto
partilhamos esta exigência urgente, o exército israelita iniciou a
segunda fase da Operação "Carruagens de Gedeão" para
ocupar Gaza e controlar as portas da cidade com total
impunidade.
Vamos para as ruas, reais e virtuais, fazer
ouvir as nossas vozes e fazer da causa palestiniana a causa de todos
os povos do mundo.
Viva a vida!
Viva a
Palestina livre!

Sem comentários:
Enviar um comentário