25 outubro 2025

Israel não cumpre o acordo de cessar fogo e continua o genocídio pela fome

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou na quinta-feira para as elevadas taxas de subnutrição em Gaza, sobretudo entre as crianças, e pediu mais ajuda para o território, devastado após dois anos de guerra.

"Não há mantimentos de emergência, nem incubadoras, e muitas equipas médicas são impedidas de entrar", disse Tess Ingram, porta-voz da agência. Ingram observou que muitas crianças precisam de um tratamento abrangente para reverter a subnutrição.

Embora Israel tenha prometido permitir a entrada de ajuda em larga escala em Gaza, como parte de um acordo de tréguas assinado este mês, várias organizações não governamentais (ONG) e agências da ONU denunciam o não cumprimento pelo governo de Netanyahu.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) declarou ontem que alguns alimentos conseguem entrar no enclave costeiro mas é uma pequena parte do que seria necessária para satisfazer as necessidades mínimas da população local. "Nenhum comboio de grandes dimensões chegou à Cidade de Gaza ou ao norte de Gaza", enfatizou o responsável.

"A ajuda que chega a Gaza é uma gota no oceano do que é urgentemente necessário", estimou a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), que anunciou que tem mantimentos suficientes na Jordânia e no Egipto para encher 6.000 camiões com ajuda para a Faixa de Gaza, mas Israel proíbe esses fornecimentos.

Israel Radwan, do Movimento de Resistência Islâmica, acusou Israel de violar o acordo de cessar-fogo dizendo: "A ocupação está apenas a permitir que uma gota no oceano de ajuda chegue à Faixa de Gaza".

24 outubro 2025

Israel não respeita as decisões da ONU e do Tribunal Internacional de Justiça

De acordo com o Comunicado da ONU de ontem, 23 de outubro, o Tribunal Internacional de Justiça, mais uma vez, se pronunciou sobre as obrigações fundamentais de Israel nos Territórios Palestinos ocupados, em particular em Gaza.

A decisão sublinha o dever de garantir o acesso a bens essenciais, permitir a assistência humanitária imparcial e respeitar o direito internacional humanitário e os direitos humanos.

Boicote ao socorro e fome como método de guerra

Segundo o parecer do Tribunal, Israel tem a obrigação de assegurar que a população dos Territórios Palestinos disponha dos suprimentos essenciais à vida. Diante da falta desses recursos, em Gaza, a Corte declarou que Israel deve facilitar ações de ajuda imparcial, incluindo a prestada pela ONU e que não deve haver obstrução do auxílio.

O Tribunal também reiterou obrigações claras sob o direito humanitário internacional, como proteger o pessoal e as instalações médicas e de socorro, proibir o deslocamento forçado de civis e não usar a fome como método de guerra. O Tribunal lembrou ainda que Israel deve respeitar o direito das pessoas detidas a receber visitas da organização Cruz Vermelha.

O parecer reafirma que Israel tem deveres sob o direito internacional dos direitos humanos, devendo respeitar, proteger e cumprir os direitos dos palestinos nos territórios ocupados.


Papel da ONU

O Tribunal destacou ainda o papel indispensável da ONU, incluindo o da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, na prestação de ajuda humanitária e no apoio ao direito à autodeterminação palestina.  O parecer rejeitou as alegações de falta de imparcialidade ou neutralidade da Unrwa.

Pela decisão, Israel, como Estado-membro da ONU, deve cooperar plenamente com as Nações Unidas e respeitar os privilégios, imunidades e inviolabilidade das suas instalações e do seu pessoal, inclusive em tempos de conflito armado.

Caminho político e futuro da Palestina

O secretário-geral da ONU adiantou que o parecer do Tribunal será transmitido à Assembleia Geral das Nações Unidas, que decidirá os próximos passos.

Ele lembrou que a ONU continuará a fornecer assistência humanitária à população em Gaza, sublinhando que a decisão da Corte pode ser decisiva para melhorar a situação trágica no território.

António Guterres voltou a apelar a um caminho político credível que ponha fim à ocupação e conduza a uma solução de dois Estados, com Israel e Palestina a viverem lado a lado em paz e segurança, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, com Jerusalém como capital de ambos em conformidade com o direito internacional e as resoluções da ONU há muito tempo tomadas e não respeitadas.

         

17 outubro 2025

Solidariedade com a Palestina

Concerto pela Palestina este sábado em Lisboa, com Programação especial

O programa começa às 15h, de sábado, dia 18 de Outubro, na rotunda do Areeiro de onde parte o Desfile que conta com o apoio de cerca de 140 organizações. O desfile dirige-se para o Fórum Lisboa, pelas 16h onde se fará o concerto apresentado pela actriz Joana Figueira.

O Concerto tem a participação de Expresso Transatlântico, Prétu, Freddy Locks, Boémia, Handala Dabke, Jorge Barata, ÚDI e Diego Jansen. A entrada é livre, mas limitada à lotação da sala.


A solidariedade para com a Palestina tem tido em todo o mundo uma fortissima expressão. Cidadãos de todo o mundo saíram à rua em 137 países nos últimos dois anos. É a derrota mais significativa de Israel desde a sua fundação como Estado, em 1948.

No passado fim de semana, os protestos contra o genocídio em Gaza ocorreram em Amesterdão (250.000 pessoas), Roma (250.000 pessoas), Madrid (92.000 pessoas), Barcelona (70.000 pessoas), Dublin, Istambul, Londres, onde mil pessoas se manifestaram apesar dos apelos do governo à abstenção, e em muitas outras cidades.

Estas manifestações ocorreram depois de Israel ter intercetado parte da flotilha internacional, composta por cerca de 50 embarcações cujo objetivo era romper o bloqueio israelita a Gaza e entregar ajuda humanitária à população palestiniana.

As manifestações no Iémen foram já 15.069, nos Estados Unidos 5.931 e na Europa (França, Itália, Espanha, Alemanha, Holanda, Inglaterra, Portugal e Noruega), o número sobe para mais de 6.700.

Milhões de pessoas em todos os continentes mobilizaram-se sobretudo pela paz, um cessar-fogo e contra o genocídio na Faixa de Gaza.

12 outubro 2025

Até Já

 De: https://raquelcardeiravarela.wordpress.com/2025/10/11/ate-ja/ retirei esta mensagem de Raquel Varela que, apesar de não me surpreender, me impressionou.

Até já

Como é público, a nova Direção de Informação da RTP decidiu não continuar a contar comigo nos programas de debate semanal. Quero, ao final destes 11 anos, deixar aqui algumas notas que serão, espero, sinceras e delicadas.

Quero agradecer a quem me convidou, a quem esteve na organização e na produção, dos jornalistas aos técnicos de som, imagem, produção, realização, maquilhagem, cabeleireiro, um trabalho imenso e essencial. Fui acarinhada por tantos. 

Quero agradecer aos amigos, colegas, camaradas (gosto desta palavra) com quem discuti semanalmente os temas, e a muitas outras dezenas de pessoas a quem, consoante os assuntos, telefonei, com quem me reuni para aprofundar saberes que nenhum indivíduo sozinho domina. 

Vivi anos em países “nórdicos” onde a sinceridade não é vista como má educação. São países mais adultos e com uma esfera pública mais desenvolvida. Em Portugal, o desacordo frontal é mal visto (a não ser nos programas sobre futebol) e rapidamente se passa de debater ideias a acusar e insultar pessoas. Em suma, as pessoas fogem ao debate porque acham que assim evitam conflitos ou porque assim fomos habituados à força por décadas de ditadura. Mas o que acontece é que a violência verbal, a desconfiança, a coscuvilhice se instalam nessa ausência de debatermos frontalmente as divergências. 

A minha saída do comentário semanal da RTP não se deve certamente a audiências, já que em todos os programas onde estive elas subiram. Há, porém, muitos programas sem grandes audiências que são excelentes, outros com grandes audiências que são uma desgraça para o nível geral de educação do país (desqualificam-no e embrutecem-no) e alguns com boas audiências que são bons ou excelentes. Saio por uma escolha política – todas as escolhas são políticas, e devemos falar abertamente delas.

Há um quadro de mudança política no país. Está no poder um Governo da AD, com o apoio da IL, com influência crescente do partido fascista Chega. Há uma situação mundial de degradação do modo de vida e do debate de ideias. O Presidente dos EUA comunica por tweets e memes, e disse querer transformar Gaza num resort. Por cá, o presidente do Chega lidera uma organização racista que usa a mentira como arma política de eleição, e a internet está cheia de perfis falsos que reproduzem a propaganda do Chega. A União Europeia corta o orçamento para a saúde, para a educação, para a agricultura para produzir drones carros e aviões de combate, munições para matar, amputar e dizimar o género humano, a primeira pátria a que pertenço.

Pautei-me todos estes anos por uma defesa intransigente da liberdade de expressão.  Mesmo contra um centro-esquerda capitulador, moralista e descafeinado. Aquilo a que hoje se assiste é, porém, de enorme gravidade. Tenho vinte anos de carreira como historiadora e professora. Se afirmo que o Chega é fascista não é para produzir efeito mediático. Sou cuidadosa com os conceitos. Estamos a viver a legitimação do irracionalismo, do culto do Estado, da punição, da violência verbal (e física) contra os percebidos como mais fracos e da mentira como “opinião”. Que o Estado tenha legalizado isto é uma coisa, que eu como historiadora o aceitasse seria uma rutura ética com o meu trabalho. 

A minha saída de comentadora da RTP fragiliza ainda mais a esfera pública. Não por mim, pois ninguém é insubstituível. Mas porque as vozes como a minha não representam mais uma “opinião”. Reflectem um modo de pensar a sociedade em que vivemos, com demonstração de argumentos e critério de verdade – errando, também  -, que  discorda abertamente dos grandes mantras da opinião publicada: a inevitabilidade do capitalismo, e da guerra, a naturalização do sofrimento e assédio contra quem trabalha. Defendi a Democracia sem adjetivos, que só pode ser de base, participativa, e a auto-organização dos cidadãos, plenos no uso da Razão, independente do Estado. 

A voz pública é uma necessidade. Deve ser séria e diversa. É-o cada vez menos. E é isso que tem levado, também, à quebra de audiências – a repetição ad nauseam dos mesmos argumentos, da mesma falta de imaginação ou de vontade para repensar a sociedade. O que produzimos? Para quem produzimos? Como produzimos? Estas questões, que são centrais para a humanidade, quase nunca são feitas, fagocitadas por uma comunicação ligeira e ideologicamente homogénea.

Estive, por vezes sozinha como comentadora, ao lado das primeiras greves dos estivadores, da greve cirúrgica dos enfermeiros, da paralisação dos camionistas e da greve dos trabalhadores da AutoEuropa contra o trabalho ao domingo, todos alvo de campanhas mediáticas que pareciam verdades indiscutíveis na altura e mentiras descaradas dias depois. E estive, com poucos mais comentadores, ao lado das greves dos professores, médicos, maquinistas, transportes em geral, sustentando o que para mim é óbvio – se há alguém capaz de parar esta deriva para a guerra e para a morte são os trabalhadores organizados.  

Nos últimos anos, nunca saí de casa sem que viessem ter comigo pessoas para falar, agradecer, apoiar, conversar. Recebi carinho e afeto, abraços, nos cafés, nos aviões, nas filas de serviços apinhados, nas escolas, entre as empregadas de limpeza de jardins e trabalhadores da ferrovia, motoristas e professores, enfermeiros e médicos. Tudo isso me ajudou a conhecer um país decente, que existe, embora muitas vezes sem voz. Muito obrigado a todas e a cada uma dessas pessoas. Ajudaram-me muito a crescer e a ter força para continuar.

Há um Portugal sentado e outro de pé. O de pé é quem vive do trabalho, e que todos os dias assegura a produção e a reprodução da nossa vida. É nesse país, dos que trabalham, que me revejo e ao qual procurei dar voz. Se fui um pouco voz desse Portugal ignorado, valeu a pena.

Continuarei a fazer ouvir a minha voz e ideias, a defender os trabalhadores e os seus direitos, a dar aulas públicas e conferências, cursos, documentários, livros, a lutar por um outro país assente no bem comum, na igualdade real, na democracia do povo e na liberdade. 

Até breve 

 

01 outubro 2025

Jordânia pede ação global para impedir a continuação do genocídio e agressões de Israel ao povo da Palestina

O vice-primeiro-ministro da Jordânia e ministro das Relações Exteriores, Ayman Safadi, pediu à comunidade internacional que aja com firmeza para impedir a agressão israelense contra Gaza e conter a escalada na Cisjordânia ocupada.

Este apelo divulgado pela agência Petra, foi feito na reunião ministerial da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) realizada à margem da décima oitava sessão da Assembleia Geral da ONU.

Safadi alertou que repetidas violações israelenses representam uma séria ameaça à paz e à segurança regionais e internacionais.

Em várias reuniões bilaterais com homólogos e funcionários internacionais, e com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, ele abordou a necessidade urgente de um cessar-fogo imediato e duradouro em Gaza, um acordo de troca de prisioneiros e acesso humanitário irrestrito à Faixa.

450.000 documentos da Pfizer revelam efeitos adversos da sua vacina contra a COVID-19

A 3 de setembro, a deputada Christine Anderson através de Naomi Wolf levou ao Parlamento Europeu a documentação da vacina contra a COVID-19 da Pfizer. A empresa farmacêutica não publicou todas as análises de efeitos adversos das vacinas de mRNA. Em 2022, uma ação judicial ganha pelo advogado Aaron Siri levou à divulgação forçada de cerca de 450.000 documentos da Pfizer guardados pela Food and Drug Administration (FDA).

Este enorme conjunto de dados foi revisto por uma equipa de cerca de 3.500 profissionais, incluindo médicos e advogados, que produziram mais de 100 relatórios até à data. Uma das conclusões mais impressionantes é que, nos primeiros sete meses de vacinação, ocorreram 20 vezes mais reações adversas graves e 23 vezes mais mortes do que todas as outras vacinas juntas desde a sua introdução na década de 1970, num período de 30 anos.

A documentação inclui conversas com funcionários da Casa Branca, tanto políticos como profissionais de saúde. Todos decidiram encobrir o sucedido.

De novembro de 2020 a fevereiro de 2021, a Pfizer acumulou mais de 42.000 alertas sobre eventos adversos graves da sua vacina e teve de contratar 2.400 funcionários a tempo inteiro para processar os relatórios recebidos.

O efeito secundário mais comum reportado foi a mialgia, que Wolf define como dor muscular. O segundo mais comum é a dor nas articulações.

Metade dos efeitos adversos graves, afetando o fígado e acidente vascular cerebral, ocorreram nas 48 horas após a injeção, incluindo mortes. A Pfizer sabia disso.

Os danos cardíacos característicos da vacina foram miocardite e pericardite, juntamente com problemas na aorta e um grande número de distúrbios sanguíneos: trombose, trombocitopenia e coágulos sanguíneos nos pulmões e nas pernas.

As nanopartículas lipídicas causam coagulação e perturbações neurológicas graves, tremores, convulsões, demência, síndrome de Guillain-Barré e tipos de doenças autoimunes, como o lúpus, ocorrem porque se sabe agora que estas injeções danificam o sistema imunitário.

Em abril de 2021, a Pfizer descobriu que a vacina tinha causado danos cardíacos em 35 crianças, incluindo miocardite e pericardite.

A documentação da Pfizer destaca a destruição de espermatozoides, trompas de Falópio e óvulos, danos na placenta, danos nos fetos no útero, danos no parto e na amamentação. Em três meses de vacinação, ocorreram 1.200 abortos espontâneos.

As nanopartículas provocam calcificações, que impedem o bebé de receber nutrientes e oxigénio.

Não é fácil dar à luz uma mãe cuja placenta está danificada: a placenta colapsa durante o trabalho de parto, provocando hemorragia durante o parto ou retenção de parte da placenta. A mortalidade materna e fetal entre as mulheres com este problema aumentou 40% desde as injecções.

A Pfizer sabia que as nanopartículas atravessariam a membrana que envolve os testículos dos bebés do sexo masculino no útero e degradariam as células de Leydig e Sertoli das crianças nascidas de mães vacinadas.

O relatório inclui um gráfico que mostra os danos menstruais em dezenas de milhares de mulheres: 15.000 mulheres com hemorragia diária após a vacinação; 10.000 mulheres com dois períodos menstruais por mês; e 7.500 mulheres sem menstruação.

Refere ainda meninas de 10 anos que sangraram após serem vacinadas; mulheres de 85 anos que sangraram após serem vacinadas; mulheres que sangraram, permitindo a formação de coágulos, arruinaram vidas e certamente prejudicaram a fertilidade.

É lamentável que não tenha sido dada informação às mulheres na Europa, concluiu Naomi Wolf .

Ver notícia Aqui e Aqui. 

30 setembro 2025

Equipes da ONU pedem cessar-fogo em Gaza

Operações militares na cidade de Gaza já forçaram deslocamento de 400 mil pessoas, causando superlotação em zona costeira; chegada do inverno e expansão da fome são pontos de preocupação; Escritório de Direitos Humanos alerta para ataques mortais contra civis deslocados, inclusive enquanto buscam lenha para cozinhar. 

Nesta terça-feira, agências humanitárias da ONU reiteraram pedidos de um cessar-fogo urgente em Gaza. O porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, disse que a fome continua expandindo e enfatizou que a queda das temperaturas com a chegada do inverno criará novos problemas, incluindo desafios de saúde para as crianças e suas famílias.

O porta-voz Jens Laerke, enfatizou que a capacidade dos humanitários de distribuir ajuda dentro de Gaza continua comprometida. Ele chamou a situação atual de "caótica" e ressaltou a necessidade "absoluta" de um cessar-fogo o mais rápido possível para que os profissionais humanitários possam reestabelecer uma operação adequada.
 

 “Os militares israelitas estão destruindo a Cidade de Gaza, forçando os palestinos a fugir e depois matando-os quando eles buscam abrigo" 
 
Num comunicado divulgado na segunda-feira, o Escritório da ONU de Direitos Humanos ressaltou preocupação com ataques mortais contra palestinos deslocados, incluindo pessoas que coletam lenha para cozinhar.

A nota enfatiza que “os militares israelitas estão destruindo a Cidade de Gaza, forçando os palestinos a fugir e depois matando-os quando eles buscam abrigo no Centro de Gaza, especialmente dentro e ao redor do Campo de An Nuseirat”.

As autoridades registaram pelo menos 12 incidentes nos últimos cinco dias, que mataram pelo menos 89 palestinos, a maioria dos quais pareciam ser civis, incluindo muitas mulheres e crianças.

Os incidentes incluíram ataques a tendas de deslocados internos, casas e um mercado lotado no campo de An Nuseirat, onde pelo menos 17 palestinos foram mortos.

Além disso, segundo o órgão da ONU, os militares israelitas teriam lançado ataques aéreos com Veículos Aéreos Não Tripulados, bombardeios de artilharia e tiros contra aqueles que procuram lenha”, causando dezenas de vítimas.

Israel bombardeia áreas civis enquanto expande ocupação militar em Gaza

Fontes médicas na Faixa de Gaza informaram na segunda-feira, 29 de setembro, que o número de mortes pela ofensiva israelense equivale a 66.055 pessoas e os feridos adicionam 168.346, desde o início da atual escalada israelense. Israel intensifica os bombardeamentos a tendas de deslocados, casas, hospitais e locais de culto.

De acordo com dados do hospital, 50 pessoas foram mortas e 184 ficaram feridas nas últimas 24 horas como resultado dos atentados e ataques das tropas de Tel Aviv. Estes incluem cinco civis que procuram ajuda humanitária, levando 2.571 pessoas mortas nessas circunstâncias e 18.817 feridos desde o início da guerra israelense.

Nas últimas horas, o hospital Al-Shifa, do qual dezenas de pacientes fugiram, bem como áreas do hospital Al Helou, que inclui uma unidade neonatal onde 12 bebés prematuros são tratados, bem como enfermarias, foram afetados.

Ataques de aviões, navios, artilharia terrestre, drones carregados com explosivos e robôs para explodir edifícios 

Nos últimos meses, Israel intensificou os ataques em áreas densamente povoadas da Faixa de Gaza, atingindo campos de deslocados, hospitais e comboios de ajuda humanitária.

Ao mesmo tempo, a crise humanitária se aprofundou após a implementação de um bloqueio de ferro que causou escassez de alimentos, água potável e remédios, o que levou as organizações internacionais a alertar para uma fome maciça.

A Organização Mundial da Saúde e outras organizações de direitos humanos enfatizaram a necessidade de um cessar-fogo imediato e garantir o acesso à assistência humanitária sem obstáculos.

Flotilla Global Sumud recebe suprimentos humanitários do Crescente Vermelho

A Global Sumud Flotilla (GSF) recebeu suprimentos humanitários do Crescente Vermelho na segunda-feira, 29 de setembro, transferido com o apoio logístico da Marinha turca, à medida que se aproxima da Faixa de Gaza, apesar das ameaças militares de Israel e dos ataques com drones.

Por meio das redes sociais, a flotilha disse: “Isso mostra que as organizações podem agir e que têm a infraestrutura e a capacidade de fazer mais. Mas também destaca uma verdade fundamental: os governos têm a responsabilidade e os meios para assumir papéis mais fortes e ativos para acabar com esta crise.

“É hora de as organizações humanitárias e da sociedade civil em todo o mundo intensificarem, coordenarem e exigirem que os governos cumpram suas obrigações.”

No mesmo tom, a Flotilha enfatizou que a responsabilidade de parar “uma das piores catástrofes humanas da história” depende de todos. Eles fizeram um apelo urgente para manter a pressão global para garantir que a ajuda chegue àqueles que precisam desesperadamente. Enquanto enfatiza que o mundo está observando quem age em defesa da justiça e quem escolhe o silêncio.

Ao gesto de solidariedade do Crescente Vermelho, acrescenta-se o de um comboio iraniano que partiu de Bandar Abbas (sul do Irã) para se juntar ao GSF e entregar ajuda aos palestinos. As centenas de participantes, um grupo diversificado que inclui médicos, advogados, artistas e figuras religiosas, estão unidos no compromisso com a dignidade humana. Seu objetivo é acabar com o cerco e o genocídio que Israel exerce contra o povo palestino na Faixa de Gaza. 

A coalizão humanitária, que partiu de Barcelona no início de setembro, já reuniu cerca de 50 navios com ativistas de 44 países (incluindo a ativista climática sueca Greta Thunberg). Conforme relatado no domingo, 28 de setembro, o GSF está localizado a cerca de 366 milhas náuticas (678 quilômetros) do enclave palestino, e está se preparando para uma fase crítica de sua viagem.

A flotilha alertou que vai “entrar na zona de alto risco em apenas dois dias”, “este é o momento em que sua vigilância global e solidariedade são mais necessárias”, aludindo às agressões militares israelenses anteriores contra missões semelhantes que foram abortadas. Junte-se a nós. Vamos parar o genocídio. Fique de olho em Gaza”, disseram.

A Flotilha Global Sumud (GSF), em sua missão de romper o bloqueio e trazer ajuda humanitária a Gaza, sofreu um ataque na costa da Grécia durante a noite de terça-feira, 23 de setembro. Os organizadores informaram que suas embarcações foram alvo de ataques de drones que geraram mais de doze explosões em sua vizinhança. Pelo menos dez navios foram afetados por essa agressão, causando interrupções nos sistemas de comunicação.

Nas últimas semanas, Israel aumentou a tensão em torno da Flotilha, emitindo alertas de que impedirá seu pouso. Ao mesmo tempo, as autoridades israelenses lançaram acusações sem provas, apontando para os participantes da missão humanitária que eles têm ligações com o Movimento de Resistência Palestina Hamas".

29 setembro 2025

Dolorosa mensagem de Stefano Bertoldi da Global Sumud Flotilla

«Sou Stefano Bertoldi, comandante do veleiro Zefiro, o mais atingido pelos ataques de drones nas últimas noites. Atrás de mim, ontem à noite, chegaram dois colegas meus, Raffaello e Cesare, com o barco Luna Park, que talvez vocês possam ver pelo rastreamento da Global Sumud Flotilla». 

Assim começa a lancinante mensagem de Bertoldi. Diz ainda: «Cerca de 50 barcos partiram rumo a Gaza… não temos algum tipo de escolta, não seremos escoltados. Esperamos que a Espanha faça a sua parte e socorra os feridos». «A flotilha, ouçam bem, neste momento está em risco». Vários barcos foram já atingidos por drones e explica: «o próximo ataque, se acontecer — e infelizmente meus sinais indicam que provavelmente acontecerá — será letal, no sentido de que é muito provável que desta vez haja feridos graves e também mortos».

Depois Bertoldi apela:«Por favor, divulguem esta mensagem. O dia 22 de setembro não pode ficar como um caso isolado em termos de manifestações e envolvimento popular. Saiamos às ruas. Sei que o tempo é curto. Há partidos e sindicatos se organizando, tudo bem. Não somos intransigentes quanto a isso. Sabemos que muitos acordaram há pouco, mas como dizemos na Itália, tudo ajuda. Por favor, empenhem-se, há nossos amigos, nossos queridos a bordo. Queremos que suas vidas sejam preservadas. Não confiemos em nossos governos, eles não farão nada por nós. É hora do povo, é hora das pessoas, inclusive das menos engajadas politicamente, inclusive das mais céticas em relação a esta missão. Lembrem-se, nossa não é uma missão humanitária para levar alguns pacotes à população palestina de Gaza. A nossa é uma missão política. O cerco tem de acabar, o genocídio tem de acabar e, sobretudo, a vida dos ativistas pacifistas não armados deve ser protegida». Em resumo: Temos que contribuir para que acabe o genocídio contra o povo da Palestina.

Ver mensagem completa AQUI 



27 setembro 2025

80 associações aderiram à campanha «Todos pela Palestina!»

De: AbrilAbril

Com manifestação em Lisboa, dia 18 de Outubro, antes do Concerto pela Paz e de Solidariedade com a Palestina, a campanha Todos pela Palestina! Fim ao genocídio! Fim à ocupação! conta já com a adesão de 80 organizações.


 

Lançada no início de Setembro a campanha Todos pela Palestina! Fim ao genocídio! Fim à ocupação!, iniciativa que já conta com a adesão de 80 organizações portuguesas de diferentes áreas de intervenção.

A campanha tem como objectivo reivindicar o fim imediato do genocídio na Palestina, a prestação urgente de ajuda humanitária e a criação do Estado da Palestina, conforme previsto nas resoluções das Nações Unidas.

Entre as acções programadas, destaca-se uma manifestação em Lisboa no dia 18 de Outubro, com concentração às 15h na Praça do Areeiro e desfile até ao Fórum Lisboa. Nesse mesmo espaço, pelas 16h, terá lugar o Concerto pela Paz e de Solidariedade com a Palestina.

A campanha culminará no dia 29 de Novembro, data em que se assinala o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano, com uma manifestação nacional descentralizada em Lisboa e no Porto.

Em comunicado, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), uma das entidades promotoras, sublinha a urgência de «pôr fim imediato aos crimes que Israel comete impunemente contra o povo palestiniano», reafirmando que «é urgente o fim do genocídio, é urgente a Palestina livre e independente, é urgente a paz no Médio Oriente».

23 setembro 2025

No BRASIL: As esquerdas ganham força. O povo não aceita a impunidade

São dois os principais projectos de lei em apreciação no Congresso: A amnistia para os envolvidos na tentativa de golpe de Estado e Proposta de Emenda Constitucional, ambos projetos para ilibar criminosos. A resposta do povo: pelas ruas de todas as capitais estaduais ouviu-se em uníssono um «NÃO»


Mais de 41 mil pessoas no Rio de Janeiro, outras tantas na Avenida Paulista, em São Paulo e muitas mais nas capitais de estado, mostraram a indignação popular na maior mobilização da esquerda brasileira dos últimos anos.

Há tempo que a direita e a ala bolsonarista do Congresso já previa a condenação de Bolsonaro e seus cúmplices na preparação do Golpe de Estado e por isso veio propor a Lei da Amnistia que prevê a redução da pena dos golpistas. A proposta foi considerada uma afronta ao povo, que acompanhou ansiosamente os julgamentos dos golpistas no Supremo Tribunal Federal numa acção inédita da Justiça brasileira. O país, pela primeira vez na sua história, viu a justiça a julgar e condenar uma tentativa de golpe, ameaça constante na democracia do Brasil.

O outro projecto de lei rejeitado é uma Proposta de Emenda Constitucional que visa impedir que os deputados e senadores suspeitos de crimes possam ser investigados e consequentemente julgados. Há neste momento 80 parlamentares e ex-parlamentares na mira da justiça brasileira e, sendo aprovada, a manobra da direita iria impedir o apuramento judicial necessário.

A grande mobilização deste domingo, 21 de Setembro, veio dar força às esquerdas no Brasil. As esquerdas afirmam-se no combate à corrupção, historicamente associado à direita e mais recentemente à extrema-direita bolsonarista.

Médicos afirmam: Não vamos sair do hospital al-Shifa, em Gaza

Perante a continuação do genocídio de Israel ao povo palestiniano em Gaza, Muhammad Abu Salmiya, director hospitalar cujos familiares foram assassinados pela ocupação, reafirmou que as equipas médicas vão continuar a trabalhar na Cidade de Gaza.

Da notícia do AbrilAbril, reproduzo o seguinte:

Em declarações à imprensa na manhã de domingo, Muhammad Abu Salmiya, director do complexo hospitalar al-Shifa, disse que as equipas médicas não vão abandonar os pacientes, no meio da ofensiva terrestre israelita em grande escala contra a Cidade de Gaza.

Vamos continuar o nosso trabalho, apesar da destruição, da falta de medicamentos e dos ataques às nossas casas e famílias, afirmou, acrescentando que os profissionais da saúde se mantêm firmes no compromisso de salvar vidas e cuidar dos feridos, mesmo nas condições mais «insuportáveis».

O al-Shifa já foi o maior complexo hospitalar na Faixa de Gaza, mas hoje está praticamente em ruínas, depois de ter sido alvo de intensos bombardeamentos aéreos e de artilharia por parte das forças de ocupação, em diversas ocasiões.

O actual director passou mais de sete meses nas cadeias israelitas, com a ocupação a alegar que a resistência palestiniana usava o hospital como base para o «terrorismo», refere a Al Jazeera.

Acabou por sair sem «acusações» mas depois de ter sido submetido a sessões de tortura e de humilhação. No sábado, um ataque israelita contra a sua casa de família, no campo de refugiados de al-Shati, matou pelo menos cinco pessoas, incluindo o seu irmão, cunhada e filhos.

Neste sentido, a fonte destaca que Abu Salmiya está a tentar dar o exemplo, no meio de «condições horrendas».

«As nossas equipas médicas continuam a realizar a sua missão humanitária neste complexo hospitalar sob forte pressão», disse o director, na Cidade de Gaza.

«A sua mensagem continua: servimos os doentes e os feridos o melhor que podemos», frisou, alertando para a política de limpeza étnica levada a cabo por Israel e condenando os ataques directos a unidades hospitalares e pessoal médico.

«São heróis»

Uma médica australiana a trabalhar como voluntária no hospital destacou as condições «horríveis» em que o pessoal médico trabalha.

«Pude constatar a capacidade de resistência destes médicos... são literalmente heróis», disse a médica australiana à Al Jazeera, explicando que médicos, enfermeiros e estudantes de medicina estão a viver e a trabalhar no hospital.

«Estamos aqui há apenas duas semanas e simplesmente não conseguimos abranger a dimensão do trauma e do trabalho duro. Não creio que um ser humano possa sobreviver e aguentar aquilo por que estamos a passar», disse.

O hospital a-Shifa é uma de muitas infra-estruturas da saúde que foram quase inteiramente destruídas pelas forças de ocupação no enclave.

Ahmed al-Farra, director de pediatria do Hospital Nasser, em Khan Yunis, no Sul de Gaza, sabe bem as condições terríveis que as equipas médicas sofrem em todo o território e destacou o facto de, desde o início da agressão, Israel ter estado a atacar o pessoal médico, «metendo-o na cadeia ou matando as suas famílias».

De acordo com as autoridades na Faixa de Gaza, a ocupação matou pelo menos 1670 trabalhadores do sector nos últimos dois anos.

As mesmas fontes, a que a Wafa se refere, indicam que, desde Outubro de 2023 até ontem, os ataques israelitas provocaram pelo menos 65 283 mortos e 166 575 feridos entre os palestinianos, na sua maioria mulheres e crianças.

Na ONU começou a conferência sobre futuro da questão palestina e criação de dois Estados

Conferência Internacional de Alto Nível reafirma compromissos internacionais para a Solução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados; iniciativa é presidida por França e Arábia Saudita.

A ONU retomou, durante a 80º sessão da Assembleia Geral, a Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução da Questão Palestina e a Implementação da Solução de dois Estados, um israelense e outro palestino vivendo lado a lado e pacificamente.

Mandatada pelas resoluções ES-10/2479/81, a conferência reúne Estados-membros, organizações internacionais e observadores para reafirmar acordos internacionais e mobilizar apoios para que ambos possam coexistir em paz.

Na sessão preparatória de julho, o secretário-geral António Guterres advertiu que a situação está num ponto de rutura onde a solução de dois Estados está mais distante do que nunca.  Ele sublinhou ainda que a criação do Estado palestino não pode ser vista como uma recompensa, mas como um direito legítimo.

 


Lula: “A fome não pode ser arma de guerra” 

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a questão palestina é um dos maiores desafios do multilateralismo. 

Lula destacou que um Estado se assenta em três pilares, território, população e governo, e "que todos têm sido sistematicamente negados à Palestina."

O líder brasileiro afirma que o que se vê em Gaza é uma tentativa de aniquilamento; que que a fome não apenas enfraquece o corpo, mas destrói a alma”, relembrando que o Brasil reconheceu a Palestina já em 2010 e apelando a outros países para seguirem o mesmo caminho. 

22 setembro 2025

Israel está a cometer genocídio: é um facto, que ninguém desmente. Não é uma opinião


O Observatório da Crise, publicou aqui um artigo que afirma: 

«Com o genocídio em Gaza, devemos agir como diz o ditado: se um lado diz que está a chover e o outro diz que não, o seu trabalho não é citar ambos os lados, mas sim olhar pela janela.




CAITLIN JOHNSTONE, escritora australiana

Uma investigação da ONU concluiu que Israel está a cometer genocídio em Gaza e que as autoridades israelitas "têm como objectivo matar o maior número possível de palestinianos" no enclave.

Israel respondeu ao relatório da ONU chamando-lhe pró-Hamas e anti-semita, porque é tudo o que têm. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel emitiu um comunicado alegando que o relatório foi escrito por "indivíduos que servem como representantes do Hamas, bem conhecidos pelas suas posições abertamente antissemitas".

Blá, blá, blá. O relatório é pró-Hamas e anti-semita. Todas as organizações de defesa dos direitos humanos são do Hamas e anti-semitas. Existe uma gigantesca conspiração global anti-semita do Hamas dedicada a fazer parecer que Israel está a cometer genocídio, apenas para entristecer o povo judeu.

Neste momento, as únicas pessoas que ainda negam que Israel esteja a cometer genocídio são aquelas que querem garantir que ninguém impede Israel de cometer genocídio.

A lista de instituições humanitárias que acusam Israel de genocídio inclui agora:

 - Comissão Internacional Independente de Inquérito das Nações Unidas sobre os Territórios Palestinianos Ocupados
 - Associação Internacional de Estudiosos do Genocídio
 - B'Tselem (uma organização israelita)
 - Médicos pelos Direitos Humanos - Israel (outra organização israelita)
 - Amnistia Internacional
 - Médicos Sem Fronteiras
 - Centro Europeu de Direitos Constitucionais e Humanos
 - Human Rights Watch
 - Federação Internacional dos Direitos Humanos
 - Instituto Lemkin para a Prevenção do Genocídio

A lista de instituições humanitárias que afirmam que Israel NÃO está a cometer genocídio em Gaza inclui: Ninguém, Nenhum, Zero, Nada, Absolutamente nada, Absolutamente ninguém, Ausência completa, Nada de nada, Total Nulidade. 

Não é correto tratar o facto de Israel estar a cometer genocídio como se fosse uma questão de opinião. Todas as instituições relevantes de direitos humanos na Terra dizem que se trata de genocídio. Não há nenhuma que diga o contrário. Este é um assunto resolvido».

O artigo prossegue ironicamente imaginando opiniões contrárias e termina afirmando:

Com o genocídio em Gaza, não deveria ser diferente. Como diz o velho ditado: se um lado diz que está a chover e o outro diz que não, o seu trabalho não é citar ambos, mas sim olhar pela janela.


19 setembro 2025

Apelo à acção para impedir o genocídio, pôr fim à ocupação ilegal, à colonização e ao apartheid, em conformidade com as obrigações legais internacionais

Terminou o prazo de um ano dado pela Assembleia Geral das Nações Unidas pela resolução A/ES-10/L.31— que Portugal votou favoravelmente — para que Israel retirasse do território Palestino Ocupado e desse cumprimento às medidas provisórias decretadas pelo Tribunal Internacional de Justiça para prevenir o risco de genocídio. Sendo notório que Israel não só não cumpriu as medidas impostas como agravou a situação no terreno, é imperativo confrontar os Estados que aprovaram aquelas medidas com as consequências do seu incumprimento. Nesse sentido, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente - MPPM dirigiu a seguinte carta ao Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros:

Ex.mo Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Dr. Paulo Rangel

Este dia 18 de Setembro marca o fim do prazo dado pela resolução A/ES-10/L.31 da Assembleia Geral da ONU — que Portugal votou favoravelmente — para que Israel ponha fim à sua presença ilegal no Território Palestino Ocupado (TPO). A mesma resolução, emitida em 18 de Setembro de 2024, também ordenou que Israel cumprisse imediatamente as medidas provisórias no caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ). Nenhuma dessas exigências foi atendida; pelo contrário, Israel continua a sua guerra genocida em Gaza, a limpeza étnica e a destruição da Cidade de Gaza, intensificando sua violência na Cisjordânia ocupada e, recentemente, aprovou o plano de colonização E1, há muito congelado.

Israel matou pelo menos 65.000 palestinos e feriu mais de 162.000 desde Outubro de 2023. Milhares de outros permanecem soterrados sob os escombros, enquanto a fome continua a espalhar-se pela Faixa de Gaza.

Académicos, especialistas das Nações Unidas, importantes organizações de direitos humanos e, mais recentemente, a Comissão Independente de Inquérito das Nações Unidas concluíram que as atrocidades horríveis de Israel em Gaza constituem um genocídio. Na semana passada, Israel bombardeou a capital do Catar, Doha, que recebia uma delegação de negociação do Hamas, e atacou a Flotilha Global Sumud na Tunísia, tornando-os o quinto e o sexto Estados a serem atacados por Israel nos últimos dois anos; o Líbano, o Irão, o Iémen e a Síria são os outros. A agressão múltipla sem precedentes do Estado de Israel a Estados soberanos só é possível devido à impunidade que lhe é concedida.

Israel não teria sido capaz de cometer os seus crimes sem o apoio e a cumplicidade das potências ocidentais, incluindo os países europeus. Na ausência de acção da UE, alguns Estados-Membros decidiram finalmente impor sanções há muito esperadas a Israel.

No entanto, todos os Estados têm a obrigação legal de prevenir (e punir) o genocídio. As medidas provisórias emitidas pelo TIJ em 26 de Janeiro de 2024 obrigam todos os Estados Partes a cumprir esta obrigação.

Portanto, para que Portugal cumpra as suas obrigações legais nos termos do artigo 1.º da Convenção para Prevenir e Punir o Genocídio, apelamos a que:

- Imponha imediatamente um embargo bilateral de armas ao Estado de Israel e proíba qualquer transferência ou trânsito de armas através do nosso território, seguindo os exemplos da Eslovénia e da Espanha;

- Ponha fim a toda a cooperação militar e de segurança com Israel;

- Corte todas as relações económicas com Israel, incluindo a imposição de uma proibição do comércio, incluindo de serviços, com os colonatos ilegais de Israel na Palestina ocupada;

- Ponha fim ao acesso de Israel ao comércio preferencial e ao dinheiro dos contribuintes da UE, exigindo a suspensão imediata do Acordo de Associação UE-Israel e a expulsão de Israel dos Programas-Quadro e de Investigação da UE.

As medidas acima referidas são apenas algumas das que podem e devem ser tomadas para ajudar a pôr fim ao genocídio que Israel perpetra há dois anos em Gaza, para acabar com a impunidade de que Israel goza há 77 anos, para garantir a responsabilização pelos crimes contra o povo palestino e para assegurar que os palestinos desfrutem de liberdade, justiça e igualdade no futuro.

Com os nossos melhores cumprimentos,

Lisboa, 18 de Setembro de 2025

A Direcção Nacional do MPPM



Venezuela interceta lancha com cocaína e desmonta plano dos EUA

 Segundo governo Maduro, embarcação partiu da Colômbia para ser interceptada pelos EUA e criar um falso positivo, atribuindo à Venezuela a origem da droga.


Na madrugada de segunda-feira (15), as forças policiais e militares da Venezuela capturaram e colocaram sob custódia uma embarcação tipo Go Fast carregada com 3.692 kg de cocaína, vinda de Guajira colombiana e que a bordo viajavam quatro indivíduos que levavam consigo cédulas de identidade venezuelanas.

A Administração de Controle de Drogas dos Estados Unidos (DEA) tentou montar um falso positivo para que as unidades militares estadunidenses no Caribe intercetassem o barco e acusassem a Venezuela da proveniência da droga.

No entanto, os mecanismos de inteligência bolivariana detectaram a operação e intercetaram a embarcação em águas venezuelanas.

Ver artigo completo em “Estátua de Sal” https://estatuadesal.com/

ONU: Comissão de Inquérito diz que ações de Israel “configuram genocídio” em Gaza - (III)

Debate urgente sobre bombardeio no Catar

Ainda nesta terça-feira, o Conselho de Direitos Humanos realizou um debate urgente sobre os ataques israelenses em Doha, no Catar, na semana passada. O alto comissário de Direitos Humanos, Volker Turk, disse que o episódio representou “uma violação flagrante da soberania e da integridade territorial do Catar”.

Ele enfatizou que o país atacado tem um "papel fundamental" como "mediador da paz". Para Turk, o ato de Israel "é um ataque aos esforços globais para resolver conflitos pacificamente".

De acordo com autoridades do Catar, a ofensiva atingiu uma área civil densamente povoada perto de escolas e mesquitas, matou um jovem cabo catari e feriu outras 18 pessoas.

O debate urgente durou cerca de três horas e, ao final, o Catar, apoiado por outros países, afirmou que pretende apresentar um projeto de resolução ao Conselho.

ONU News Português. 

Nota de C de...

O ataque à equipa de negociação do Hamas, reunida em Doha para discutir a "proposta Witkoff sobre Gaza", é mais um grave crime contra todos os direitos internacionais e humanos.
Os Estados Unidos (conforme noticiado pelo Canal 11 de Israel) aprovaram a ação sobre a qual Trump foi informado. Apesar de questionar o ataque, Trump aplaudiu o assassinato de membros do Hamas, ainda que estivessem num país quer os acolhia em missão de paz. O ataque a Doha foi mais um ataque surpresa de Trump e Israel, tal como já tinha acontecido aos líderes do Hezbollah reunidos para discutir uma iniciativa de paz dos EUA quando Trump promovia o início das negociações do Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA) com a equipa de Witkoff.
Os EUA estão abertamente a apoiar Israel no genocídio e limpeza étnica na Palestina.

18 setembro 2025

ONU: Comissão de Inquérito diz que ações de Israel “configuram genocídio” em Gaza-II

Comboios humanitários bloqueados

Equipes humanitárias relataram intensificação de bombardeios na Cidade de Gaza durante a madrugada de terça-feira.

A porta-voz em Gaza do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, disse que em meio a ataques aéreos intensos, comboios de ajuda estão tendo acesso negado a áreas do norte de Gaza.

Olga Cherevko afirmou que nos últimos dias “múltiplas missões foram totalmente negadas ou canceladas enquanto estavam em andamento”.

Também falando de Gaza, a porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou que a desnutrição infantil está "aumentando", à medida que as pessoas fogem de um "cenário infernal" para outro.

Tess Ingram afirmou que cerca de 26 mil crianças precisam de tratamento para desnutrição aguda, incluindo mais de 10 mil somente na Cidade de Gaza. Ela ressaltou que as condições no local são "desumanas".

UNRWA  - Com a intensificação da guerra na Cidade de Gaza, as coisas estão piorando

Necessidade de paz em Gaza  

O secretário-geral António Guterres, ressaltou que os chefes de Estado e de governo devem levar a sério as questões pendentes “porque as pessoas estão exigindo respostas e ações”. 

Guterres pediu respostas à gravidade dos desafios mundiais e que atendam às expectativas de todos. Para a que espera ser uma “semana de soluções”, ele citou a necessidade de paz em Gaza, na Ucrânia, no Sudão e noutros lugares, bem como um rumo para uma paz justa e duradoura no Oriente Médio, baseada em uma solução de dois Estados. 

 

17 setembro 2025

Debate geral na ONU - Conferência Internacional

 

Resolver problemas  

As Nações Unidas acolhem a Semana de Alto Nível da 80ª Assembleia Geral a partir de segunda-feira. Mais de 150 líderes, incluindo chefes de Estado e de governo, devem chegar a Nova Iorque para discursar na Assembleia e participar de eventos temáticos.   


Em entrevista coletiva, o secretário-geral ressaltou que o encontro é uma oportunidade que não deve ser perdida com “todas as possibilidades de diálogo e mediação” e momentos para encontrar soluções. 

Necessidade de paz em Gaza  

O secretário-geral ressaltou que os chefes de Estado e de governo devem levar a sério as questões pendentes “porque as pessoas estão exigindo respostas e ações”. 

Guterres pediu respostas à gravidade dos desafios mundiais e que atendam às expectativas de todos. Para a que espera ser uma “semana de soluções”, ele citou a necessidade de paz em Gaza, na Ucrânia, no Sudão e noutros lugares, bem como um rumo para uma paz justa e duradoura no Oriente Médio, baseada em uma solução de dois Estados. 

Crise em Gaza 

Sobre o conflito em Gaza, o chefe da ONU disse que tomou nota de alegações de investigadores independentes ao Conselho de Direitos Humanos, sobre ações de Israel que poderiam configurar, o que os investigadores classificaram de “genocídio”. O relatório produzido no contexto das operações militares israelenses na Cidade de Gaza é rejeitado pelo governo de Tel Aviv, como um documento “com mentiras do Hamas.” 

ONU News Português.