Se os todos os descontentes com esta política tivessem votado, em vez de se absterem, os partidos da troika estariam definitivamente condenados.
Como foi dito no texto anterior deste blogue, "Para que servem umas eleições europeias" transcrevendo José Goulão, "Os cidadãos estão longe e alheados porque isso convém a quem manda. A indiferença é uma variante de docilidade; o desinteresse é outra forma da sensação de impotência perante a força do poder instalado; a passagem amorfa e conformada das horas de cada dia é a novela real no meio das outras, tudo servido com a anestesia da propaganda mainstream."
Se temos tido os governos que tivemos - e temos - a culpa é dos portugueses que não se revoltam e preferem abster-se, quer da luta quer de votar.
Contudo, apesar da abstenção - ou até por isso - foi clara a condenação desta política. Foi claro a esperança numa mudança, prometida, - mais uma vez - pelo PS, como foi claro o apoio a uma política alternativa e de esquerda, corporizada pela CDU.
Pois, mas não votaram. A questão é descobrir por que não votam então...
ResponderEliminarLuis, eu creio que a razão é fácil de descobrir. Muitas dezenas de pessoas com quem contactei me explicaram porque não iam votar.
ResponderEliminarAs explicações resumem-se a:
- Não vale a pena. Não é com votos que isto muda.
- Estou farto de votar e isto está cada vez pior.
- Isto não muda. Não há nada a fazer.
- Os partidos são todos iguais. Não vale a pena.
- Etc.
É a desilusão e a revolta instalada.
Creio que mais importante é saber como explicar às pessoas desiludidas e revoltadas que o seu voto é importante como contributo para mudar as coisas. Tentei, fartei-me de tentar, mas a resposta é quase sempre a mesma:
- O meu voto não altera nada. Não vale a pena. São sempre os mesmos a ir para lá.
Creio convictamente que a direita no poder sabe isso bem e por isso lhe convém que os descontentes não votem. Eles nada fizeram para estimular a votação. Pelo contrário.
Abraço