Ditadores há muitos. Não é minha intenção discutir, agora, o conceito de ditador que, certamente, incluirá muitos dos que os EUA apoiam, desde que defendam os seus interesses.
Ainda que Kadafi seja um ditador, neste caso um ditador que nacionalizou empresas petrolíferas inglesas e americanas, o direito internacional não permite que as nações intervenham em Estados independentes para impor alterações de regimes ou de líderes desses regimes. Se assim não fosse, muitas intervenções teriam que se fazer também por outros países.
O direito internacional é explícito na condenação de "guerras preventivas". Nem sequer o argumento de evitar muitas mortes pode ser usado, pois não é possível prever quantas mortes haveria nem quantas mortes haverá com uma guerra preventiva, como sucedeu no Iraque.
A moral universal contra a guerra preventiva é forte pois, a ser aceite a possibilidade de fazer guerras preventivas, não faltariam argumentos para justificar essas guerras. Qualquer guerra pode ser considerada preventiva, com o argumento, como disse Obama, o Nobel da Paz, que "estavam em causa os interesses dos Estados Unidos".
Assim os Estados Unidos consideram-se acima de todos os restantes Estados, com o postulado subjacente de que a nenhum outro país deve ser permitido construir um poder militar, nem sequer semelhante, ao dos EUA.
O direito internacional ajustado com justificação das ameaças terroristas, nomeadamente com o novo conceito estratégico da NATO está a ser aplicado para defender o terrorismo imperialista dos EUA que pretende ser, em simultâneo, legislador, juiz e polícia do mundo. Um estado que representa menos de 7% da população mundial assume-se como ideólogo e colono dos restantes povos.
A dita "maior democracia do mundo" já consultou todos os povos para saber se querem ser "defendidos" (de quem?) pelos EUA?
Com os mesmos argumentos a Alemanha, do Kaiser Guilherme II a Hitler, quis governar o mundo.
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