8 de Março. Dia Internacional da Mulher.
Data simbólica que recorda as lutas das mulheres trabalhadoras em vários países do mundo. São lembradas as manifestações de mulheres na Rússia Czarista, na indústria têxtil na América do Norte, e muitas outras por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto e igualdade de tratamento e direitos civis, que se espalharam por todo o mundo.
Apesar de se ter assinalado o Centenário do Dia Internacional da Mulher, permanecem descriminações e políticas sociais que afectam os trabalhadores em geral. A praga social da precariedade, atinge em particular as jovens em diversos sectores de actividade e profissões. Este flagelo social afronta os direitos laborais, fomenta os baixos salários, as horas extraordinárias não remuneradas, as horas nocturnas a serem pagas como diurnas, a inexistência de direitos em função da maternidade e paternidade, pois, num clima de "quero posso e mando" muitas trabalhadoras, para conseguir trabalho têm que aceitar o que os exploradores lhes impõem.
A actual regressão na legislação laboral, agravou as dificuldades das mulheres. A ofensiva que a direita tem feito contra as conquistas da revolução de Abril, com o Código de Trabalho, Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas e outras recentes, intensificou a exploração e a utilização das velhas formas de discriminação laboral sobre as mulheres. Estas discriminações multiplicam-se com a, cada vez maior, dificuldade das mulheres compatibilizarem a actividade profissional e a vida pessoal e familiar, direitos fundamentais da Revolução de Abril e fixados na Constituição da República.
Nestes 100 anos, desde que foi proclamado o Dia Internacional da Mulher, muitos povos conseguiram grandes transformações revolucionárias, que se traduziram na melhoria das condições de vida das mulheres, no reconhecimento e aplicação de direitos e, sobretudo, na mudança das mentalidades. A acção das forças progressistas e revolucionárias colocou os direitos das mulheres na primeira linha das grandes causas da emancipação humana contra a exploração capitalista.
Contudo, após a derrota da URSS e dos países socialistas, os perigos de retrocesso são hoje maiores.
No passado dia 4 na comemoração do 90º Aniversário do PCP, Jerónimo de Sousa saudou as mulheres portuguesas e recordou os 90 anos de solidariedade do PCP nas lutas das mulheres trabalhadoras, pela sua emancipação. Disse:
"Um saudação muito especial também às mulheres portugueses e à sua luta de hoje e de sempre. Uma luta que nos últimos 90 anos teve no Partido Comunista Português e nas mulheres comunistas o mais coerente e combativo aliado pelo reconhecimento e exercício dos seus direitos e pela sua participação em igualdade. Para o PCP a luta pela emancipação das mulheres significa, por um lado, a emancipação da mulher trabalhadora da opressão e exploração capitalistas e, por outro, a emancipação das mulheres em geral das discriminações, desigualdades e injustiças a que estão sujeitas por razões de sexo.
Honrando as razões históricas do 8 de Março – assinalando-se este ano o centenário das primeiras comemorações do Dia Internacional da Mulher, o PCP dirige-se às mulheres portuguesas nestas comemorações do 8 de Março exortando-as a que abracem a luta pela ruptura com a política de direita e por uma nova política que defenda os seus direitos".
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