SEM CRESCIMENTO ECONÓMICO O PROBLEMA DA DÍVIDA PORTUGUESA É IRRESOLÚVEL, E
NÃO É POSSIVEL TER CRESCIMENTO COM ESTA POLITICA DE AUSTERIDADE
No seu último estudo, o economista Eugénio Rosa mostra como é impossível resolver os problemas económicos com esta política.
Podemos então perguntar. A troika e os que se submetem à troika são burros?
Nada disso. Não são burros. O que na realidade querem é defender os interesses da classe que representam, a do capital financeiro.
Austeridade para quê e para quem?
A dado passo, ER diz: "Aqueles que, por um lado, afirmam que é preciso cumprir o acordo e, por outro lado, dizem que é necessário crescimento económico, como isso fosse possível simultaneamente, como se ouve muitas vezes, ou não percebem nada de economia ou têm a intenção deliberada de manipular e enganar a opinião pública com o objectivo de a levar a aceitar passivamente os sacrifícios brutais que lhe estão a ser impostos que, no fim, se vão revelar inúteis porque o país ficará ainda pior".
Satisfazer os apetites dos "mercados"
Tem sido repetidamente afirmado pelos Governos do PS e agora do PSD/CDS, que estamos a cumprir os acordos com as medidas de austeridade que impõem aos trabalhadores. Primeiro dizia-se que era para tranquilizar os "mercados" agora diz-se que é para dar confiança aos mercados. Contudo por cada medida de austeridade e por cada verificação elogiosa do cumprimento do acordo, os mercados sobem os juros. Então como se explica isso?
Diz ER: "O valor do “spread”de títulos do Estado a 10 anos face à Alemanha, que é um indicador de risco utilizado pelos chamados “mercados”, em Janeiro de 2012, atingiu, em relação a Portugal, mais 15,6 pontos percentuais tendo aumentado em apenas num mês 4,1 pontos percentuais, quando no mesmo mês (Janeiro de 2012), o “spread” não aumentou para Espanha, e diminuiu para a Grécia, Itália, França e Irlanda, países que também estão na linha da frente a sofrer a chantagem dos chamados “mercados”.
O negócio dos juros
Pelos vistos o aumento dos juros parece ser indiferente ao cumprimento deste "acordo". Na realidade os mercados estão mais interessados em receber os juros do que beneficiar quem cumpre o acordo com a troika.
ER no final do resumo refere que o Nobel da economia, Joseph Stiglitz, afirma que "o objectivo principal do FMI, e agora da “troika estrangeira”, não é defender os interesses do país ou da população, mas sim garantir o reembolso dos empréstimos aos credores.
Aproveitar enquanto é tempo. Quem vier atrás que feche a porta
Creio que se poderá concluir que esta política visa aproveitar a crise do capitalismo para aumentar as transferências de dinheiro de quem trabalha, para o capital financeiro. Para isso agrava-se a austeridade, retiram-se direitos, aumentam os preços e os juros até onde puderem, mesmo que depois o país fique de rastos.
O Estudo completo pode ser visto em:
http://www.eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2011/7-2012-Austeridade-VS-CrescimentoF.pdf
Estamos falidos.
ResponderEliminarNão temos dinheiro. Sem dinheiro, temos de o pedir. Para nos emprestarem é preciso “tranquilizar” os mercados, ganhar a sua “confiança” e por fim “convence-los” a emprestar mais dinheiro, “custe o que custar”. Para pagar salários, para importar alimentos, para importar matérias-primas que permitam manter as fábricas, as empresas, a agricultura, as pescas. Sem empresas não há emprego. Sem empresas não há crescimento.
Todos sabemos que é preciso renegociar a dívida. Os profetas da desgraça, gritam na rua “não pagamos”. Os mais inteligentes sabem que só a podem renegociar depois de “tranquilizar” os mercados e conquistar a sua “confiança”, cumprindo os acordos.
Querer renegociar antes de tempo é mostrar o jogo. Mostrar o jogo é perde-lo. Perder o jogo é cair na bancarrota. Quem estará interessado nisso?
A austeridade trava o crescimento. Com greves "empatamos", sem trabalho perdemos o jogo. Por isso é preciso pedir sacrifícios. A todos, sem exceção.
Winston Churchill pediu ao seu povo, “sangue, suor e lágrimas”. O nosso 1º, sem estatura, sem carisma e sem jeito, pediu para não serem piegas. Uma ideia certa para uma frase infeliz.
Uma crise é isto mesmo: aumenta a austeridade, baixa a poupança, baixam os investimentos, baixa a “tranquilidade”, baixa a “confiança”, baixam os direitos, aumentam os juros, aumentam os preços, aumenta a austeridade.
A pescadinha ficou com o rabo na boca.
Para haver crescimento, tem de haver investimento, interno e externo.
O interno não existe porque a "desconfiança" fez fugir o capital, a austeridade levou-nos as poupanças, a banca está descapitalizada. O investimento externo só se consegue “tranquilizando” os mercados, “convencendo” os investidores, criando condições de investimento.
Para “convencer” os mercados, é preciso o dinheiro da Troika, que fecha a torneira se não cumprirmos o Memorando. É preciso fazer reformas, reduzir desperdícios, reduzir despesas, aumentar receitas e pagar as dívidas.
Para as pagar é preciso fazer sacrifícios e deixar de ser “piegas”.
Mas há uma alternativa:
Nacionalizar o grande capital financeiro, nacionalizar a banca, as multinacionais, os seguros, as empresas estratégicas, as mercearias, os canais de TV, ficar só com um, os jornais, ficar só com outro, sair da zona euro, viver orgulhosamente só, voltar ao escudo, pôr as rotativas a trabalhar, emitir moeda, desvalorizar a moeda, importar mais caro, precisar de mais dinheiro, emitir mais moeda, desvalorizar mais o escudo, importar ainda mais caro, deixar de comprar, empobrecer, subsistir, sobreviver, racionar, receber senhas, bicha do leite, fila do pão, distribuição de azeitona, pedir mais sacrifícios, proibir protestos, proibir manifestações, proibir as greves, prender os infratores, aumentar a autoridade, aumentar a austeridade, pedir esmola a Angola, aceitar subsídios do Brasil, vender o país à China e emigrar para a Ilha da Utopia.