6 de fevereiro de 2012

Duas frases

De mão estendida, custe o que custar

Vamos tomar duas das frases que ontem aqui reproduzi.

O autor é Passos Coelho.
  
Ele é o "rosto" de uma política com duas caras. Uma antes das eleições, quando sabia que mentia para caçar votos, outra a verdadeira, a que com sorrisos acata as ordens dos Banqueiros e da Senhora Merkel, atravez da Troika estrangeira.

Com a primeira cara diz Passos Coelho: 
  
"Nação que tem amor próprio não anda de mão estendida". 
  
Que quer ele dizer com isto? Ele sabe que, com esta frase "bonita", está a puxar ao sentimento de orgulho dos portugueses para não "pedirmos" a renegociação da dívida. Já anteriormente tinha, também de forma manhosa, dito que a renegociação da dívida era coisa de caloteiros. Foi neste contexto que fez esta sonora afirmação. Lembrou-me algumas das frases de Salazar tipo "orgulhosamente sós". 
Eu sei que ele sabe que a renegociação ou  reestruturação da dívida não é "pedir", não é pôr a mão estendida nem ser caloteiro. Renegociar a dívida é um ato de quem é responsável e honesto, pois é a forma de pagar as dívidas que os governos PS, PSD e CDS contraíram, sem arruinar o país. Foi por isso que ele usou a cara da campanha eleitoral. Manhoso continua a enganar.

Vamos cumprir as ordens “custe o que custar”. 

Com a cara de primeiro ministro e de presidente do PSD, disse "Vamos cumprir o programa custe o que custar". Esta frase, dita com a cara que usou, tem um caráter de dureza, tocando a ditadura. Ele assim quer, assim vai ser, apesar de não ter sido isso que prometeu aos eleitores quando usava a cara de candidato à pesca de votos.
Mas a manha de candidato, mantêm-se na cara de primeiro ministro. 
Omite que, com a cara de primeiro ministro, continua a servir os interesses dos banqueiros obrigando o povo que nele votou, bem enganado, a pagar os "custos que custarem". Nem nos diz quais são esses custos. 




É manhoso a ponto de, com a sua cara de primeiro ministro, utilizar a política salazarenta da austeridade. Política de "pobres mas honestos" ou de "pobres mas trabalhadores", ou "é dos pobres o reino dos céus". Política que muito convém aos, ricos, banqueiros e outros que continuam a "chupar" o nosso dinheiro. Esses não precisam do reino dos céus pois já o têm na Terra.

Não ser curado nem morrer, para o negócio render

É preciso manter o sistema, que vive da doença, tal como o médico espertalhão que não cura o doente para manter o cliente, ou o advogado desonesto que complica o que é simples para aumentar a factura.

Duas perguntas para quem souber responder:

1. Quanto é que, só em juros, receberam os bancos com as "ajudas" que nos deram? Quanto mais "ajudam" mais ganham. 

2. De onde vem o dinheiro dos Bancos?

Passos Coelho anda permanentemente, de mão estendida, agachado, dobrado, perante os banqueiros que lhes dão as ordens e perante a Troika que manda mais em Portugal que os portugueses. 

Temos um governo que já não esconde que tudo o que faz é porque a Troika quer que se faça. As Leis, a eliminação das Freguesias, a extinção de feriados, a entrega de empresas lucrativas do Estado ao estrangeiro, a redução das reformas dos trabalhadores para que outros possam ter muitos tachos e reformas acumuladas. 
  
O encarecimento da saúde, dos medicamentos e a redução das reformas será ordem da Troika, para matar os idosos que já não dão lucro aos capitalistas?

Recuperar a nossa dignidade
  
Os eleitores desta "democracia" foram e continuam a ser bem enganados. 
A crise do capitalismo está a ser aproveitada para espezinhar os trabalhadores e retirar todos os direitos que conseguiram.
  
Temos que recuperar a dignidade, deixar de andar de "mão estendida", e ir para a rua lutar "custe o que custar"?


Não há desculpas
  
Sábado, dia 11 não há desculpa para faltar à Manifestação da CGTP às 15 horas no Terreiro do Paço. 

A manifestação não é o fim da luta, mas um degrau que vamos subir para conseguirmos melhores posições.



5 comentários:

  1. Nem de propósito, colocaste aquele extraordinário video que o transforma Passos em Salazar. No texto em que referes o facto de ele ter dito "CUSTE O QUE CUSTAR". Sabes que essa era a palavra de ordem do Hitler, para impor os sacrificios que impôs ao povo alemão. Não sei que mais pode ele fazer para provar que nem sequer são falsos gémeos, mas sim verdadeiras almas gemeas!!!

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    1. Juvenal. De facto tanto Hitler como agora Passos numa outra época, com outro estilo e balizado por uma "democracia" que apesar de tudo, é o ambiente em que se desenvolve a luta de classes que trava os ímpetos de poder da classe dominante, são "paus mandados" dessa classe. Para mim, não são as pessoas que estão em causa mas o que elas representam. Obrigado pelo teu comentário.

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  2. Não sou PS, mas sou socialista democrático. É uma opção... se me derem esse direito. Não me chamem por isso, fascista, ou reacionário, como é costume.
    O Juvenal, parece ser socialista (sem o epíteto de democrático), vulgo comunista.
    Também não gosto do Passos Coelho em quem não votei, mas não aceito esta linguagem difamatória e arruaceira do Juvenal: então o Passos Coelho é comparável a Salazar e a Hitler? Almas gémeas?
    O Passos Coelho comparado a quem fez o Holocausto? E uma guerra devastadora que só soviéticos matou cerca de 20 milhões? Quase tantos, vejam só, como os que morreram às mãos de Stalin, na Sibéria, nos gulags, no Holodomor; e vitimados pelas seus massacres e conquistas militares, á boleia de Hitler, com quem assinou o pacto Molotov-Ribentropp que deu início a essa guerra assassina?
    Não Juvenal. Discordar de Passos Coelho por aceitar a ajuda da Troika, que emprestou o dinheiro para evitar a bancarrota, será legítimo.
    Já não é legítimo ser tolo.

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  3. Protesto!
    Comentei antes do Eduardo e o Eduardo, colocou o seu comentário à frente do meu. Terá sido para não ter de comentar o que escrevi, ou para vir em defesa do Juvenal? E será que o Juvenal lhe encomendou o sermão?
    Ou terá sido para fazer esquecer as infâmias que critiquei, influenciando a análise de outros leitores?

    "Para mim, (diz o Eduardo) não são as pessoas que estão em causa mas o que elas representam".
    Lamento que para o Eduardo não estejam em causa as dezenas de milhões de mortes causadas por esses ditadores, representem eles o que quer que seja. Nomeadamente as mortes de Stalin que parece querer ignorar, branqueando esses horrores justificando-os com a luta de classes.
    Será que o marxismo justifica os meios para alcançar os seus fins?

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    1. Carlos.
      Peço a necessária reflexão sobre o que dizes para não cairmos em ataques pessoais. Julgo ser de bom senso que os debates se façam em torno das ideias e não de pretextos ainda por cima falsos.
      Se reparares a formatação que a Google usa no Blogger separa as respostas aos comentários numa "árvore" de forma que se saiba a que comentário se refere a respectiva resposta. Por isso não compreendo a que se refere a tua acusação de que eu coloquei o meu comentário à frente do teu. Todas as respostas estão datadas automaticamente e não creio ser possível alterar datas e hora para ter colocado o comentário "à frente do teu".
      Se te referes à posição na página, também não creio ser possível eu alterá-la. Talvez um entendido na informática pudesse esclarecer.
      Creio portanto que a tua acusação injusta tem a ver com o facto de ter respondido ao comentário de Juvenal e portanto automaticamente e em árvore essa resposta aparecer debaixo do comentário a que se responde. Repara que também automaticamente a resposta é tabulada mais à direita. Se tu responderes a um comentário mais antigo has-de reparar que essa resposta aparece abaixo do comentário a que respondes.
      Sugiro maior reflexão em especial em insinuações que envolvem terceiros, como a que fizeste "será que o Juvenal lhe encomendou o sermão?"

      Também, no que a mim diz respeito, recuso a insinuação de "Terá sido para não ter de comentar o que escrevi, ou para vir em defesa do Juvenal?". Passo a explicar:
      1. Não me pareceu correcto comentar um teu comentário que se dirigia a um outro leitor. Acho que o visado é que o poderá fazer sem eu me meter no assunto.
      2. Não acho correcto nem para mim nem para o Juvenal insinuares que o que escrevi foi para ir "em defesa do Juvenal". Tenho a certeza que o Juvenal não precisaria dessa minha ajuda pois tem mais capacidade que eu para o fazer, se entender.
      Finalmente lamento teres usado uma frase que disse a propósito da comparação feita no vídeo entre Psssos Coelho e Salazar, "Para mim, não são as pessoas que estão em causa mas o que elas representam", para me acusares injustamente de que "para o Eduardo não estejam em causa as dezenas de milhões de mortes causadas por esses ditadores, representem eles o que quer que seja. Nomeadamente as mortes de Stalin que parece querer ignorar,".
      São absurdas tais acusações a coisas que só a tua falta de reflexão permitiu que não tenhas reparado que não era nada disso que estava em causa, nem sequer referi, e não tinha que referir, a propósito das frases de Passos Coelho.
      Com estas minhas opiniões agradeço o comentário que fizeste.

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