Na Internet, anda a circular um texto que, segundo afirma, procura romper a barreira do silêncio que a comunicação social tem feito à "revolução anticapitalista" na Islândia. Citam-se informações de alguns blogues que revelam que, com a crise capitalista e, perante as dívidas dos Bancos, foi formada uma coligação de esquerda que nomeou Johanna Sigurdardottir, para primeiro ministro. O novo Governo, enfrentou a pressão da exigência do pagamento em oito anos de uma dívida de 3,9 mil milhões de euros, de um Banco on-line à Grã-Bretanha e Paises Baixos. A União Europeia exigiu o pagamento mas o Presidente da República recusou-se a assinar a lei negociada pelo Governo, imposta pela UE. Nesta situação, o Governo, foi obrigado a submeter a proposta, a referendo popular realizado em Março de 2010. A população, por 93%, recusou pagar a dívida contraida pelo Banco privado. Neste contexto, a União Europeia, no princípio deste ano, foi obrigada a reformular a proposta de pagamento e alargou o prazo de 8 para 30 anos, reduzindo os juros de 5.5% para 3 e 3.3%. Contudo o Presidente decidiu novamente recusar a promulgação da lei e submeter a proposta a referendo popular, marcado para 9 de Abril. Esta posição levou a União Europeia a fazer várias ameaças para atemorizar os Islandeses e forçar a aprovação dos pagamentos da dívida.
Os "mercados", nomeadamente a Agência Moody's, têm vindo a fazer duras ameaças e chantagens, dizendo explicitamente que se o povo voltar a recusar o pagamento da dívida, será desvalorizada a "classificação" da Islandia e, os juros, passarão a ser elevados ou até os financiamentos recusados. A Grã-Bretanha ameaça levar a dívida a Tribunal. No entanto, muitos juristas, consideram que os tribunais não podem obrigar um país a transformau uma dívida privada, de um banco privado, em dívida pública.
A questão central que se coloca ao povo islandês é uma questão de princípio "uma dívida ilegítima permanece ilegítima e não deve ser paga".
O que preocupa a União Europeia, os países ricos, os banqueiros e os ditos "mercados" não é o valor da dívida que é insignificante comparada com as de outros países. É sim o exemplo de "rebeldia" que poderá alastrar a outros países europeus também estrangulados pelas dívidas dos bancos. É isso que mais temem os grandes capitalistas e especuladores financeiros chamados "mercados".
Para Portugal, seja qual for a decisão do povo islandês, este caso é uma clara demonstração de que é possível não ceder à chantagem dos "mercados" e às imposições da União Europeia. É também uma clara evidência de que, um Presidente da República que defenda a Constituição e o povo, pode sempre impor-se e não aceitar as chantagens.
As informações para este post foram retiradas de http://www.cadtm.org/Islande-l-odieux-chantage e de http://resistir.info/
Sem comentários:
Enviar um comentário