20 de maio de 2017

Para que fique registado II

Temer acusado de corrupção e organização criminosa

Do DN extraí estas notas bem significativas

O presidente do Brasil, Michel Temer (PMDB), foi ontem formalmente acusado de corrupção, organização criminosa e obstrução à justiça pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por provas entretanto consideradas "consistentes" por Edson Fachin, o juiz relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal. Janot classificou as conversas de Temer com o delator Joesley Batista, dono do gigante da área alimentar JBS, de "estarrecedoras". Até ao meio da tarde de ontem já tinham avançado 12 pedidos de impeachment do presidente e três partidos abandonado a base aliada do governo.

"Os elementos de prova revelam que alguns políticos continuam a utilizar a estrutura partidária e o cargo para cometerem crimes em prejuízo do Estado e da sociedade", escreve o procurador-geral no pedido de abertura de inquérito, em que diz que Temer e o ex-senador do PSDB Aécio Neves tentam travar o avanço da Lava-Jato. Defende Janot que nas gravações efetuadas por Batista, em março, num encontro com Temer no porão do Palácio do Jaburu, residência oficial do presidente, é claro que o chefe do Estado avaliza o pagamento de subornos a Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados pelo PMDB e hoje detido na Lava-Jato, em troca do seu silêncio. "Tem de manter isso, viu?", afirma Temer na conversa.

Na reunião, Temer indica o nome do seu amigo e colega de partido Rodrigo Rocha Loures para resolver na esfera pública um problema da JBS. A polícia tem imagens de um encontro entre Loures e um subordinado de Batista num restaurante onde o primeiro recebe uma mala com 500 mil reais do segundo. Loures, que estava em Nova Iorque até ontem, à chegada ao aeroporto de São Paulo ouviu um coro de "ladrão" na área de desembarque.

Em depoimentos prestados aos investigadores da Lava-Jato e ontem revelados em vídeo, o delator disse que pagou 4,7 milhões de reais (cerca de 1,5 milhões de euros) a Temer entre 2010 e 2017 e que ao longo dos anos, no total, terá transferido cerca de 400 mil milhões de reais (à volta de 120 mil milhões de euros) em subornos a políticos de diversas correntes.

À margem do Congresso Nacional, o juiz do mensalão, Joaquim Barbosa, considerado um ícone da luta contra a corrupção, defendeu que os brasileiros peçam a renúncia imediata de Michel Temer. E a advogada Janaína Paschoal, uma das subscritoras do pedido de impeachment de Dilma, há um ano, também se declarou a favor da queda do atual presidente da República.

Recordo entre muitas outras as notícias de AbrilAbril 

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