Temer acusado de corrupção e organização criminosa
Do DN extraí estas notas bem significativas
O presidente do Brasil, Michel Temer
(PMDB), foi ontem formalmente acusado de corrupção, organização
criminosa e obstrução à justiça pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, por provas entretanto consideradas "consistentes" por
Edson Fachin, o juiz relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal
Federal. Janot classificou as conversas de Temer com o delator Joesley
Batista, dono do gigante da área alimentar JBS, de "estarrecedoras". Até
ao meio da tarde de ontem já tinham avançado 12 pedidos de impeachment
do presidente e três partidos abandonado a base aliada do governo.
"Os
elementos de prova revelam que alguns políticos continuam a utilizar a
estrutura partidária e o cargo para cometerem crimes em prejuízo do
Estado e da sociedade", escreve o procurador-geral no pedido de abertura
de inquérito, em que diz que Temer e o ex-senador do PSDB Aécio Neves
tentam travar o avanço da Lava-Jato. Defende Janot que nas gravações
efetuadas por Batista, em março, num encontro com Temer no porão do
Palácio do Jaburu, residência oficial do presidente, é claro que o chefe
do Estado avaliza o pagamento de subornos a Eduardo Cunha,
ex-presidente da Câmara dos Deputados pelo PMDB e hoje detido na
Lava-Jato, em troca do seu silêncio. "Tem de manter isso, viu?", afirma
Temer na conversa.
Na reunião, Temer
indica o nome do seu amigo e colega de partido Rodrigo Rocha Loures para
resolver na esfera pública um problema da JBS. A polícia tem imagens de
um encontro entre Loures e um subordinado de Batista num restaurante
onde o primeiro recebe uma mala com 500 mil reais do segundo. Loures,
que estava em Nova Iorque até ontem, à chegada ao aeroporto de São Paulo
ouviu um coro de "ladrão" na área de desembarque.
Em
depoimentos prestados aos investigadores da Lava-Jato e ontem revelados
em vídeo, o delator disse que pagou 4,7 milhões de reais (cerca de 1,5
milhões de euros) a Temer entre 2010 e 2017 e que ao longo dos anos, no
total, terá transferido cerca de 400 mil milhões de reais (à volta de
120 mil milhões de euros) em subornos a políticos de diversas correntes.
À margem do Congresso
Nacional, o juiz do mensalão, Joaquim Barbosa, considerado um ícone da
luta contra a corrupção, defendeu que os brasileiros peçam a renúncia
imediata de Michel Temer. E a advogada Janaína Paschoal, uma das
subscritoras do pedido de impeachment de Dilma, há um ano, também se
declarou a favor da queda do atual presidente da República.
Recordo entre muitas outras as notícias de AbrilAbril
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