6 de janeiro de 2015

O poder económico e a direita intensificam a Censura

Práticas antidemocráticas dos donos dos órgãos de comunicação: Os jornais e a televisão escondem os problemas dos trabalhadores

O Professor Fernando Correia, mais uma vez abordou o problema da "desinformação" feita pelos órgãos de comunicação. O que escreveu foi publicado no jornal Avante e no sítio web o Diário.info. Apresenta-se aqui uma síntese desse importante artigo.

Diz o Prof Fernando Correia que «Se há algum factor que nos últimos anos melhor caracterize a situação dos media de grande audiência em Portugal, é o reforço e consolidação do domínio do poder económico neste sector, devidamente acolitado por um poder político a ele igualmente subordinado». Explica que as diferenças entre os vários órgãos de comunicação social de grande influência, não são ideológicas mas apenas de estratégias comerciais.

Exemplifica o Professor que «As teias da manipulação que pretendem tolher e desacreditar os sindicatos, o sindicalismo e os dirigentes sindicais, menorizar a luta dos trabalhadores e de todas as camadas e sectores vítimas da política de direita, concretizam-se essencialmente, no conteúdo dos media dominantes, por duas formas: naquilo que se aborda e como se aborda, e naquilo que se silencia» e mais adiante mostra que

«Nas páginas de opinião da imprensa ou nos tempos consagrados aos comentários radiofónicos ou televisivos, os dirigentes sindicais, os juristas e economistas especializados em direito do trabalho e outros técnicos que acompanham a vida sindical são praticamente ignorados».
Por outro lado «Os sindicalistas e os sindicatos são, subliminarmente, associados perante a opinião pública à existência de conflitos laborais, à chamada "desestabilização social", para utilizar uma terminologia cara à direita e ao grande capital. A sua presença no espaço público mediatizado só é "autorizada" quando da ocorrência de greves ou outras formas de luta. E os protestos e as greves não são apresentadas enquanto resultantes de políticas antidemocráticas e antipatrióticas, contrárias aos interesses do povo e do País, mas sim como insinuado reflexo de uma ânsia de contestação

por parte dos trabalhadores, pretensamente obcecados pela ambição de privilégios corporativos ou ao serviço de obscuras motivações partidárias.» diz o professor Fernando Correia dando inúmeros exemplos das tácticas de manipulação utilizadas, «uma das linhas mais importantes do ataque ao sindicalismo, enquanto instrumento de organização e luta em defesa dos interesses dos trabalhadores, é a promoção da ideia de que lutar não vale a pena, tentando assim empurrar as pessoas para a passividade e o conformismo». 
São apresentados alguns exemplos recentes do que os jornais e a televisão esconderam para dar a ideia que os sindicatos, só fazem greves:

- A Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens da CGTP-IN, a Interjovem e a Inter-reformados promoveram uma Tribuna Pública sob o lema «Direito a Trabalhar com vida Pessoal e familiar», iniciativa esta realizada no âmbito do «Ano Europeu da Conciliação entre a vida profissional e a vida familiar»...

- A União dos Sindicatos de Lisboa, SPGL, CESP, STAL e SINTAB esteve junto à Cantina da Cidade Universitária dando a conhecer aos estudantes o Manifesto em Defesa das Funções Sociais do Estado, para o qual a CGTP-IN tem vindo a recolher um grande número de assinaturas junto dos trabalhadores, juventude, reformados, pensionistas e população em geral.

- Promoção de uma petição contra o roubo nas pensões e o aumento da idade da reforma, visando esclarecer os trabalhadores e o povo dos novos cortes que o Governo prevê nas pensões da Administração Pública e no Sector Privado. 

- No âmbito do Dia Mundial do Livro, o Departamento de Cultura e Tempos Livres da CGTP-IN organizou na sua sede uma Feira do Livro, disponibilizando para venda algumas edições publicadas pela CGTP-IN e outras para oferta, editadas ou não pela Central.

- Organização periódica de acções de formação, iniciativas de convívio e confraternização, provas desportivas em diversas modalidades, nomeadamente atletismo, futsal e cicloturismo.

Nada disto foi noticiado, salvo raras e pequenas referências. 

É sintomático que as recentes eleições para o próprio Sindicato dos Jornalistas não tiveram direito, e apenas em alguns casos, a mais do que curtas informações sobre os resultados finais…

São depois dados vários outros exemplos que poderão ser vistos no texto integral.

Denuncia ainda o professor Fernando Correia que os jornais não falam das lutas dos trabalhadores em empresas clientes de anúncios nesses jornais, evidenciando também a subordinação dos jornalistas aos seus patrões. Enfim vale a pena ler o artigo completo em http://avante.pt/pt/2144/temas/133603/

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