Está a circular na net uma carta do confesso co-autor do crime de Camarate.
Duvido que seja tudo verdade o que ele diz. Contudo há muita coisa que coincide com vários acontecimentos reais descritos em outros documentos mais fidedignos e que espero vir a analisar brevemente.
Vale a pena ler esta carta para termos uma ideia das tramas que se desenvolveram nos primeiros anos desta tão atacada revolução do 25 de Abril de 1974.
A direita, o imperialismo, o capitalismo que controla a vida política de muitos países, conseguiu interromper a Revolução do 25 de Abril, destruir grande parte das conquistas civilizacionais que foram então alcançadas.
Em nome de uma falsa liberdade e democracia retiraram-nos a liberdade e a democracia real.
Retiraram-nos a participação popular e dos trabalhadores, a democracia directa, a solidariedade e a justiça social, os salários justos, o salário mínimo digno, pensões de reforma merecidas.
Retiraram-nos o subsídio de Natal e de férias. Impuseram-nos mais tempo de trabalho com menos salário e aumentaram o desemprego.
Obrigaram-nos a horas extraordinárias sem remuneração. Impuseram-nos a precariedade no trabalho para que os patrões possam aplicar as suas regras e despedir.
O ensino, a saúde, os transportes públicos, passaram a ser só para quem tem dinheiro.
Retiraram-nos a liberdade conquistada para todos terem direito às condições de vida digna. Só há liberdade para uma minoria de ricos, que a podem comprar.
A democracia está a ser substituída por um estado policial e repressivo para quem trabalha. Polícias violentam manifestantes e jornalistas. Ameaçam impunemente. Tolerância Zero para o 25 de Abril.
Os trabalhadores são ameaçados e despedidos se usarem os seus direitos. Neste 1º de Maio muitos trabalhadores foram intimidados e obrigados a trabalhar.
Na comunicação social foi imposta uma censura discreta, subtil, que impede que os trabalhadores e suas organizações se exprimam. Muitos jornalistas abdicam da ética profissional e são “obrigados a colaborar” nesta farsa para não serem despedidos.
O povo deixou de escolher em liberdade os seus representantes. Como já tem sido afirmado os representantes eleitos pelo povo não têm legitimidade para fazer o contrário daquilo que prometeram para ser eleitos.
“Quem mente aos eleitores perde todas as legitimidades democráticas, incluindo - diria mesmo: sobretudo - a de governar. Em rigor não se pode representar aqueles que foram enganados. A mentira ou até a simples omissão da verdade gera um vício de representação que esvazia o mandato político de toda a legitimidade democrática."
Marinho Pinho
É uma fraude esta "democracia".
Estamos de facto numa ditadura, cínica, disfarçada que substituiu a democracia alcançada com o 25 de Abril.
Uma ditadura que faz as leis e os tribunais para defender os corruptos, os que roubam e exploram, os muito ricos. Uma ditadura de uma minoria que oprime e retira aos pobres o produto do seu trabalho. Uma ditadura dos Bancos e banqueiros e dos seus discípulos corruptos, que roubam e auferem ordenados milionários para governar e gerir o Estado que eles comandam.
A história julgará quem interrompeu o 25 de Abril.
Os trabalhadores hão-de acordar e retomar a Revolução Interrompida.
Entretanto juntemos as peças do puzzle para percebermos a quem interessaria o (eventual) atentado de Camarate que vitimou Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa. Leia aqui: http://pastebin.com/DFR398ZM
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