Depois de uma ausência forçada de quase duas semanas, volto sem saber como recuperar o atraso, tanta coisa se passou que confirma a conclusão a que há muito cheguei: Esta política, em Portugal, na Europa e, em grande parte do mundo, não serve e está a ruir. O sistema capitalista que convém para alguns enriquecerem à custa da grande maioria está a sucumbir como o vírus ou o parasita que mata o corpo que o alimenta.
Há que acordar e eliminar o parasita antes que o parasita nos destrua a todos, morrendo também.
No ainda nosso Portugal, como se esperava, o Governo prossegue a política do anterior, agravando a situação económica de quem produz e, nessa fúria de sugar dinheiro a quem trabalha, caminha para o suicídio.
Continuam as privatizações e, já havendo pouco que valha a pena privatizar, acabam-se as "golden shares" perdendo o estado algum controle que ainda restava nas empresas estratégicas, EDP, PT, e Galp.
Cortam-se ordenados, aumentam os impostos, amputa-se o subsídio de Natal e aumenta-se o desemprego, arruinando milhões de famílias e, com elas, a economia do país.
Reduzem-se os investimentos em sectores produtivos e nas infraestruturas mais económicas como a ferroviária. Nada se fala sobre apoios às pescas, à agricultura e indústrias.
Produzimos menos mas, aumentam os horários de trabalho e a idade de reforma criando cada vez mais desemprego em especial nos jovens.
Cortam-se carreiras de transportes públicos obrigando o país a grandes desperdícios em transportes privados, importação de combustíveis e perdas de tempo inadmissíveis de quem se desloca no trânsito cada vez mais atafulhado.
Emagrece-se o Estado. Acaba-se com a Cultura. Fecham centros de saúde e escolas.
Os mesmos efeitos para as mesmas medidas
O Governo cumpre escrupulosamente as medidas impostas pela "troika", FMI, UE e BCE mas as agências de "rating" desclassificam Portugal, aliás como sucedeu cada vez que o Governo aplicou as medidas recomendadas pelo grande capital. Foi com os Orçamentos de Estado impostos pela UE, foi com os PECs, foi com o recurso ao FMI, foi com a aceitação das medidas da troika, foi com a eleição de um novo governo de maioria absoluta que se comprometeu a cumprir as exigências.
De imediato as medidas que eram "boas" provocaram a queda da bolsa e a aceleração para o desastre, tal como aconteceu na Grécia. Será coincidência? Tantas?
Uma estratégia global
A nível europeu, as cedências feitas ao capital norte-americano estão a levar à ruína do Euro e à destruição da "tão querida" união europeia, na tentativa de salvação do Dólar.
Nos EUA, surgem fortes suspeitas que o ouro do Tesouro Norte Americano "desapareceu" e foi substituído por barras de ouro falsificado. A China que investiu na produção, poderá vir a "retirar o tapete" aos EUA se exigir o pagamento das suas dívidas. Então o Dólar abre falência.
A Guerra ao serviço da Crise
Enquanto os EUA estão à beira da falência e seguem a política de sugar tudo o que podem a quem trabalha, gastam milhares de milhões de dólares nas guerras que provocam nas várias partes do mundo. Matam, bombardeiam, destroem a economia de países como o Afeganistão, Iraque, Líbia, Paquistão e alargam as acções terroristas, através da CIA na América Central e do Sul, em África, na Ásia, nas Honduras, no Haiti e em muitos outros países independentes.
A política de direita que PS, PSD e CDS é subordinada aos interesses do poder económico, num sistema de mercado, neoliberal, cheio de contradições e que não serve os interesses dos trabalhadores e do povo. Não é por incompetência que nos leva à ruína. É uma opção política que não tem por objectivo o que dizem defender. Mentem porque não podem dizer a verdade.
Mentem como mentiu Sócrates para ganhar as eleições e "segurar" os militantes e apoiantes do PS.
Mentem como mentiu Obama e todos os políticos que se servem do povo para ser eleitos, não para defender quem os elegeu, mas para defender os interesses de classe dos que montaram um sistema político e económico, o capitalismo, com as suas leis, hierarquias e rede de poder político e económico que domina a justiça, a comunicação - jornais, rádio e televisão - a propaganda, a cultura para "distrair", "adormecer" e enganar a maioria do povo.
Tal como os parasitas e vírus, esta política, e a mentira que a sustenta, tem os dias contados. Apesar dos meios poderosos que tem, os trabalhadores ganharão consciência e saberão organizar-se e aplicar os remédios, lutando contra o vírus, por uma sociedade mais justa, por um mundo melhor, mais saudável.
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