6 de julho de 2011

C de Continuar (2)

De parasitas... a: muitos comentários e poucas conclusões
 
Hoje os jornais foram fartos em comentários dos mais insigne, pesporrentos e bachareleiros analistas, que não se escusaram a mostrar a sua indignação pela classificação dada a Portugal pelas agências de rating. Tais comentadores, no entanto, escusaram-se a interpretar estes acontecimentos. Se o fizessem, teriam que por em causa o sistema que tanto admiram e, atentos e venerandos servem. Os mercados. O neoliberalismo e a lei do mais forte. 
Para os que sempre defenderam alternativas de independência face ao grande capital, nada disto surpreende. Surpreende apenas o facto de tanta gente querer ser cega.
 
Vamos então aos comentários, apanhados ao acaso:

Passos Coelho diz que corte do ´rating´ foi um «murro no estômago».
 
«Tendo em atenção o acordo de ajuda externa já celebrado com as instituições e as medidas adicionais anunciadas pelo Governo, esta classificação parece-nos pouco compreensível», afirmou Nino Magalhães aos jornalistas.
 
«Mais do que ter uma atitude hostil para com as agências de rating e com a Moody´s em particular, interessa sublinhar e enfatizar muito que o Governo português e a maioria parlamentar que o apoia não vão esmorecer com esta notícia e vão continuar muito concentrados em cumprir com os objectivos [traçados]», acrescentou Luís Montenegro.


 
O jornal alemão Die Welt escreve esta manhã que a agência de notação financeira Moody’s “deu uma bofetada a Portugal” ao decidir um corte do ‘rating’ da dívida portuguesa para um nível que os mercados classificam como lixo.
 
Nicolau Santos considera que é inadmissível essa decisão, tendo em conta o esforço que Portugal está a fazer e os argumentos que foram apresentados.
 
João Ferreira do Amaral defende que decisão da Moody’s prova que medidas da ‘troika’ deixam muito a desejar.
 
Daily Telegraph diz que Moody’s agiu para pressionar investidores a financiarem ajuda à Grécia. 
Este comentário merece uma pergunta: Então as agências de rating já fazem política? Prejudicam uns para beneficiar outros?
 
O corte do rating de Portugal pela Moody`s é, para o ex-ministro da Economia Vieira da Silva uma «má notícia» e um ataque externo às finanças portuguesas.
 
O presidente da SIBS, Vítor Bento, considerou esta quarta-feira que apesar da descida do «rating» português ser «inconveniente», o problema está nas autoridades europeias, que se deixam «condicionar nas suas próprias políticas» pelas avaliações externas.
 
Não deixa de ser, no mínimo irónico, que o Estado e as empresas portuguesas paguem por ano cerca de 9 milhões de euros às agências de rating. as mesmas que têm baixado sucessivamente a nota à dívida soberana e que a colocam agora a nível de lixo financeiro. (Agência Financeira).
 
O presidente da EDP, António Mexia, disse esta quarta-feira que o corte de rating da Moody`s «é uma decisão lamentável, totalmente especulativa e, sobretudo, em termos de timing, não me parece justificável».
 
Para o presidente do BES, Ricardo Salgado, este foi mais um movimento na guerra que se está a travar entre o euro e o dólar.
 
O presidente do BPI, Fernando Ulrich, diz que na Europa temos que deixar de «estar escravizados pelos critérios das agência s de rating norte-americanas».
 
O presidente da CGD, Faria de Oliveira, tinha reagido, considerando a descida de rating «imoral e insultuosa», e um «ataque» a que temos que reagir.
 
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) disse «O que é que as agências de rating querem mais? Que, permitem-me a expressão, façamos o pino?». «Portugal e os outros países que venham a ser vítimas destes ataques não terão qualquer capacidade de a eles reagirem», reforçou.


E que se passa com as empresas que foram "libertas" das "golden share"?
 
Na Bolsa a PT, que recuou 3,1% para 6,61 euros, e a EDP, em baixa de 3,36% para 2,44 euros. A Galp registou a segunda menor descida e, mesmo assim, afundou 1,3% para 15,98 euros. 


Tudo ao contrário do que se dizia! Que lições há a tirar de tudo isto?

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