28 de fevereiro de 2011

Serviço Nacional de Saúde em perigo

Eugénio Rosa, Economista, publicou mais um dos seus conhecidos estudos sobre a realidade económica e social do País. Neste caso é um estudo decorrente de uma proposta apresentada por um dos maiores grupos económicos que enveredou pelo negócio privado da saúde.

O “MODELO” PARA GARANTIR A “SUSTENTABILIDADE” DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE (SNS) DA PRESIDENTE DA ESPIRITO SANTO SAÚDE OU, A MELHOR FORMA, DE DESTRUIR O SNS E DE TRANSFORMAR A SAÚDE NUM GRANDE NEGÓCIO PARA OS PRIVADOS FINANCIADO PELO ESTADO

Eugénio Rosa, informa que o modelo da E.S. Saúde "é o modelo que os grupos privados da saúde defendem e que o PSD, na sua proposta de revisão da Constituição da República que apresentou em 2010, dá cobertura". 

O autor começa por analisar o que se passa em Portugal: "os principais grupos privados de saúde são a Espírito Santo Saúde, HPP Saúde e a Mello Saúde que detêm 70% da quota de mercado privado da saúde. A Trofa Saúde e a AMI - Assistência Médica Integral são líderes de uma segunda linha de unidades independentes do foro bancário. Estes grupos tiveram, em 2009, um volume de negócios que, segundo os respectivos relatórios e contas, atingiu 641 milhões €, repartidos da seguinte forma: HPP do grupo CGD: 143 milhões €; ES Saúde do grupo Espírito Santo: 185 milhões €; José Mello Saúde : 254 milhões €; Trofa Saúde : 59 milhões €.
Todos estes grupos possuem companhias de seguros especializadas também em seguros de saúde (em Portugal já existem mais de 2,3 milhões de portugueses com seguros de saúde)".


Perante os dados analisados, Eugénio Rosa, perguntou à Presidente do ES Saúde, engª Isabel Vaz, "Como é que se garantiria a sustentabilidade do SNS desta forma, duplicando os prestadores (públicos e privados) que concorreriam entre si em pé de igualdade mas sendo assegurado o seu financiamento pelo Estado? Como é que se garantiria que muitos serviços, incluindo hospitais, não ficassem subutilizados por falta de “clientes” determinando para o País custos acrescidos? Como que o Estado sendo obrigado a financiar de igual forma os serviços privados e serviços públicos, tudo dependendo da escolha (procura) aleatória dos utentes (e sabe-se que os grupos privados são exímios na utilização do marketing para captar clientes, muitas vezes até de forma enganosa) não corria o risco de, para além de ter de financiar os privados, ter ainda de suportar os custos de muitos serviços de saúde públicos que ficariam “às moscas”? O Economista, esclarece que, "Perante estas questões incómodas, e não estando preparada ou não querendo responder, a presidente do ES Saúde apenas soube dizer que esta visão era “estalinista”..."

Fico-me por aqui, nesta informação, pois a resposta da presidente do ES Saúde é suficientemente esclarecedora. No entanto, como gosto de perceber, reflecti e concluo que a direita, gosta de explanar as suas teorias, dos mercados, e outras liberais, como as traduzidas na célebre frase "quem quer saúde que a pague". Essas teorias são  disfarçadas numa embalagem bonita, atraente, para vender bem o produto que não presta, mas quando os "clientes" abrem a embalagem para ver o que tem lá dentro ficam furiosos porque se lhes descobre a careca. 


O texto completo pode ser visto em - Eugénio Rosa – Economista
www.eugeniorosa.com

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