6 de janeiro de 2011

Ciência ao serviço de quem?

Mais desemprego e mais exploração

A OIT estima em 230 milhões o número de desempregados no mundo.

Que mundo é este que, apesar do enorme avanço da ciência e da tecnologia que permite que se produza muito mais com muito menos trabalho, aumenta a exploração com o aumento de horas de trabalho e da idade da reforma.
Nas minas uma máquina cava e abre túneis substituindo mais de 50 homens.
Na agricultura uma ceifeira debulhadora e enfardadeiras produzem mais que 100 homens.
Na indústria as linhas de montagem, os robôs, as máquinas assistidas por computadores, e todas as máquinas automáticas, podem realizar mais produção que dezenas ou centenas de operários.
Na construção uma vulgar retro escavadora, abre valas e movimenta terras por dezenas de  trabalhadores.


Será o desemprego culpa do avanço tecnológico?

O desemprego atinge todos os sectores da economia.
Cada computador  realiza mais trabalho que muitas equipas de pessoas. A contabilidade que há 50 anos era feita quase toda à mão, exigia a escrita em livros num trabalho muito minucioso e demorado é hoje feita por uma pessoa com um programa de computador. Trabalho que demorava horas demora hoje minutos.
As movimentações, os transportes, as comunicações, a via verde, os faxes, a internet, a fotografia, a escrita, a consulta de documentos, movimentos bancários, compras e vendas, enfim tudo o que se faz hoje em minutos quase sem intervenção humana, era penoso e caro fazer na geração anterior. No comércio e serviços, modernos equipamentos, terminais de ponto de venda, caixas registadoras electrónicas programadas, ligações on line aos sistemas dos bancos, o código de barras, que permite controlo de stocks, contabilização dos preços, alteração automática dos preços...



O desemprego é necessário? Para quem? 

Compreende-se que hajam hoje mais de 230 milhões de desempregados em todo o mundo. 
Que riqueza poderia ser produzida por 230 milhões de pessoas que não têm trabalho.
Contudo, em vez de se distribuir o trabalho necessário pelas pessoas úteis, agravam-se os horários de trabalho, aos que trabalham,  e aumenta-se a idade de reforma, impedindo os jovens do acesso ao emprego.
Como poderíamos todos viver bem ... 
Há 50 anos pensava-se que um dos grandes objetivos da revolução técnica e científica era o libertar o Homem de grande parte do trabalho podendo aproveitar o tempo sobrante para a sua cultura e lazer. Na realidade a nossa sociedade, libertou muitos homens do trabalho, os desempregados, enquanto agrava a exploração dos que trabalham, mediante a ameaça permanente do desemprego e de cada trabalhador ser substituido por outro desempregado que aceite trabalhar mais por menos dinheiro. 



A quem serve o desenvolvimento técnico?

O objectivo da inovação técnica na sociedade capitalista, portanto, não é tornar o trabalho o mais confortável possível, como poderia aparentar, e sim o aumento da produtividade do trabalho com vistas a uma maior geração de valor.
Nos bancos, os ATM, ou caixas de multibanco, substituem milhares de trabalhadores ao balcão e geram enormes lucros aos banqueiros. Mesmo assim, pretendem ainda mais e começaram já a cobrar o serviço das máquinas aos que, em vez de irem ao balcão, vão ao Multibanco.
Como poderemos aceitar isto? Negoceiam com o nosso dinheiro e ganham o que querem à nossa custa!

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