03 dezembro 2025

A Colômbia restabelece o serviço aéreo civil com a Venezuela e convida o mundo a fazer o mesmo.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, anunciou na segunda-feira que o seu país retomou os voos de e para a Venezuela, no meio de ameaças e agressões dos Estados Unidos nas Caraíbas, através de táticas de pressão empregues pela administração Trump.

"A Colômbia está a restabelecer o serviço aéreo civil com a Venezuela e convida o mundo a fazer o mesmo", declarou Petro nas redes sociais, acrescentando que a situação atual exige canais diplomáticos para a sua resolução.

"É tempo de diálogo, não de barbárie", declarou Petro, sublinhando que "os EUA não têm o direito de fechar o espaço aéreo venezuelano. Podem fazê-lo com as suas próprias companhias aéreas, mas não com as do mundo".

A mensagem de Petro foi acompanhada por uma entrevista ao jornal La Razón com a ministra dos Transportes da Colômbia, María Fernanda Rojas Mantilla, que questionou o alerta emitido pela Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA em relação aos voos para a Venezuela, uma medida que descreveu como politicamente motivada e uma violação dos princípios fundamentais da aviação internacional.

A FAA emitiu um alerta a 21 de novembro contra a Venezuela, alegando uma alegada deterioração das condições de segurança e um aumento da atividade militar em território venezuelano. Esta ação dos EUA levou seis companhias aéreas internacionais a suspender os seus voos para a Venezuela, entre as quais a Iberia, a TAP, a Avianca, a Caribbean Airlines, a GOL e a Latam.

Aspetos-chave da agressão dos EUA:

Desdobramento militar: Desde agosto passado que os EUA mantêm uma força militar significativa destacada na costa da Venezuela, justificando-a como parte da luta contra o narcotráfico. Washington anunciou posteriormente a Operação Lança do Sul, com o objectivo oficial de "eliminar os narcoterroristas" do Hemisfério Ocidental e "proteger" os Estados Unidos "das drogas que estão a matar" os seus cidadãos.

Operações letais: No âmbito destas operações, foram realizados atentados bombistas contra alegados navios de tráfico de droga, resultando em mais de 70 mortes e sem provas de que estivessem realmente a transportar drogas.

Acusações e recompensa: Washington acusou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sem provas, de liderar um cartel de droga e duplicou a recompensa pela sua captura.

Posição venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é a "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.

Falta de apoio: Organizações como a ONU e a própria DEA salientam que a Venezuela não é uma rota principal de tráfico de droga para os Estados Unidos, uma vez que mais de 80% da droga que circula na região chega pela rota do Pacífico. 

Condenação internacional: A Rússia, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e os governos da Colômbia, México e Brasil condenaram as ações dos EUA. Os especialistas descrevem os ataques a embarcações como "execuções sumárias" que violam o direito internacional.

Objectivo: Petróleo

Entretanto um Tribunal dos EUA decide venda da PDV Holding e sua filial petrolífera venezuelana CITIGO

A Venezuela acusou os Estados Unidos de tentarem apoderar-se das reservas de petróleo do país por meio da força militar, segundo uma carta enviada pelo presidente Nicolás Maduro ao secretário-geral da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).

A filial da estatal venezuelana PDVSA estava sob o controle de uma diretoria nomeada pela oposição no país sul-americano, depois de Washington ter entregue o comando da empresa em 2019, após não reconhecer a reeleição do presidente Nicolás Maduro.

A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, leu nesta terça-feira um comunicado no qual "rejeita energicamente a decisão adotada no procedimento judicial de 'venda forçada' da empresa Citgo".

"A Venezuela não reconhece nem reconhecerá a venda da Citgo", acrescentou Rodríguez, que responsabilizou a oposição liderada por María Corina Machado, pela venda da empresa.

Horacio Medina, presidente diretoria nomeada pela oposição que controla a Citgo, disse à AFP que vai contestar a decisão.

O valor da Citgo é estimado em cerca de 10 mil milhões de dólares, segundo Medina.

 

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