As palavras do Papa Francisco que a Comunicação
Social, submetida aos interesses dos grandes grupos financeiros, pouco refere.
Para bom entendedor as palavras do Papa Francisco na ONU,
foram uma severa crítica ao actual sistema, referindo expressamente as
organizações financeiras internacionais, que não promovem o desenvolvimento
sustentável, aumentam a exclusão social e sujeitam os Estados a uma submissão
asfixiante a dívidas que, longe de promoverem o progresso, submetem as
populações a maior pobreza e dependência.
O Papa Francisco foi claro e, ainda que usando palavras
moderadas, referiu o problema das desigualdades onde os ricos são cada vez mais
ricos e os pobres são cada vez mais e mais pobres. É isto que o poder que nos domina não quer que saibamos.
A colonização ideológica imposta aos povos
Acentuou ainda que a exclusão económica e social é um
atentado aos direitos humanos referindo a necessidade de acabar com a
colonização ideológica que impõe modelos e estilos de vida contrários à
identidade (e interesses, acrescento) dos povos. Referiu também que, os mais
pobres são os que mais sofrem ao ser excluídos e obrigados a viver na pobreza.
De facto o Papa ao alertar para estes graves problemas está
a dizer que é preciso uma verdadeira alternativa a esta política que é
responsável pelo sofrimento de tantas pessoas.
Paz sim guerra não!
O Papa, depois de condenar os abusos contra o meio ambiente, acrescentou que a guerra é a negação de todos os direitos e insistiu que "se se
quiser um verdadeiro desenvolvimento para todos é preciso continuar a tarefa
contra a guerra" e para isso é preciso resolver os conflitos pelo diálogo
e negociação. Também por isso o Papa Francisco criticou a proliferação das
armas de destruição maciça, em especial as nucleares.
A Televisão e os jornais pouco falam disto mas, muito mais disse o
Papa que sabe perfeitamente que as pessoas estão a "abrir os olhos", que o
repúdio por estas políticas cresce e a Igreja não pode continuar alheia ou
encostada ao poder político que, ao lado dos grandes grupos financeiros,
gera as crises e explora a grande maioria dos povos.
Uma reflexão final:
Enquanto o Papa se manifesta frontalmente contra a guerra, o
nosso governo, a UE e a NATO promovem enormes exercícios militares em Portugal,
acirrando conflitos e gastando centenas de milhões do dinheiro que faz falta
para a Educação, para a Saúde e para desenvolver o país.
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