O Capitalismo num Beco Sem Saída
O Diário.info publica uma recensão do mais recente livro de Fred Goldstein, "O Capitalismo num Beco Sem Saída", donde retiro as seguintes notas:
Trata-se de um livro publicado este ano nos EUA que analisa a presente crise do capitalismo mundial. "Uma obra que, a partir da actualidade, aborda não apenas os aspectos económicos da crise mas também os movimentos sociais e políticos que ela está a gerar".
"O Capitalismo num Beco Sem Saída" mostra alguns dados fundamentais para se compreender a crise. Passo a citar:
- Esta crise é de longa duração, estamos ainda nos seus primeiros estágios, e, pela sua natureza, não se compara aos normais altos e baixos da actividade económica.
- Na sua raiz está uma quebra na taxa de acumulação do capital, o que faz dos aspectos financeiros uma decorrência e não uma causa dos problemas presentes.
- A crise estalou depois de décadas de grande progresso tecnológico, de aumento da produtividade do trabalho e da concorrência, o que desmente a ideia espalhada de falta de produção e de competitividade, e mostra, pelo contrário, que o sistema rompe pelas costuras em resultado da sua própria capacidade de produzir em larga escala.
- Nos casos em que se pode falar de alguma retoma económica após o colapso de 2008 (como nos EUA), essa retoma faz-se sem recuperação do emprego entretanto destruído em números sem precedentes.
Daí, todo o sistema capitalista se encontrar num beco sem saída. Ou, como diz o autor, “O capitalismo chegou a um ponto em que nada de natureza económica, só por si, poderá fazer o sistema avançar e crescer mais”.
Fred Goldstein, no seu livro "capitalismo de baixos salários” mostra que, após a derrocada dos países socialistas, o capitalismo quer recuperar o que na Europa do pós-guerra tal como no Portugal pós 25 de Abril era apresentado como um “ganho civilizacional”, supostamente irreversível.
Afirma o autor, “O sistema do lucro entra num estádio no qual só consegue arrastar para trás a humanidade”. Então, “As massas da população hão-de chegar a um ponto em que não poderão continuar a seguir o mesmo caminho porque o capitalismo lhes bloqueia todas as vias de sobrevivência”. E, chegada a este ponto, “a humanidade só pode avançar limpando a estrada da sobrevivência, o que significa nada menos do que destruir o próprio capitalismo”.
O capitalismo é auto-fágico
ResponderEliminarmas é preciso ajudar a derrubá-lo
Perfeitamente de acordo! Partilho!
ResponderEliminarO autor tem a visão correcta. Tudo isto é real - não se trata de imaginário. É o retrato fidelíssimo do que se está a passar e que muita gente não se dá conta destes "meandros", infelizmente. Este texto fará despertar muitas consciências. Obrigada pela publicação. Um abraço. Leonisa Silva-Luxemburgo.
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