Os homens de sucesso
O capitalismo não vive sem o desemprego. Para chantagear os trabalhadores, para poder explorar precisa de um exército de desempregados, de famintos que aceitem todas as condições se quiserem sobreviver. As regras do liberalismo são simples: Tu és livre de escolher. Ou aceitas ou… desenrasca-te. Quem não aceitar que procure outras. Mas… neste sistema, há alternativas?Aos trabalhadores desta sociedade, não se oferecem possibilidades para estudar, para serem eles a criar os seus próprios empregos, a criar empresas. Não têm capital para investir e muito menos para concorrer com as empresas capitalistas, porque nunca ganharam o suficiente só possível a explorar outros trabalhadores.
Trabalhador é mercadoria que...
No esclavagismo a exploração era mais simples. O dono do escravo, alimentava-o e quando este não rendia, não o despedia. Matava-o.
No feudalismo, o senhor obrigava o servo a trabalhar nas suas terras para poder comer. Como todas as terras eram dos senhores…
Nesta sociedade, capitalista a exploração é mais elaborada. Os senhores feudais passaram a proprietários de fábricas e empresas. O trabalhador é mercadoria que se compra e se vende. O seu preço está sujeito às leis do mercado.
Para o capitalista, bons trabalhadores, que valem mais, são os que mais fazem produzir os outros. Dão mais lucro e aceitam as condições e regras da exploração. São os que têm regalias sem impor condições e impedem os outros trabalhadores de exigir direitos. São os que se submetem.
Tudo se compra ou vende. Assim haja mercado
O capitalismo ensina a trocar favores em vez de conquistar direitos. Ensina a corromper e ser corrompido. O capitalismo ensina que o mundo é dos “espertos” é dos que se sabem safar, dos que para subir na vida precisam de tombar os “competidores”. O capitalismo ensina que a solidariedade é uma treta e que o que conta é a competitividade. O mundo é dos mais fortes (com mais dinheiro) ou dos mais espertos para lixar o parceiro.
O capitalismo ensina que tudo se compra e tudo se vende. O pai e a mãe incluídos. Assim haja mercado.
No capitalismo os “homens de sucesso” são os não olham a meios para atingir os fins. No capitalismo o que conta são os resultados traduzidos em capital, em dinheiro.
Capitalistas de sucesso
Homens de sucesso são Valentins ou Dias Loureiros, Jorges Coelhos, Oliveiras e Costas, Ruis Machetes, Duartes Limas, Miras Amarais, Cavacos, Raposos, Isaltinos, Durões e outros que tais, mais ou menos graúdos.
O capitalismo ensina que, de acordo com as leis que faz, o que é preciso é ter bons advogados para que não seja qualquer “borra botas”, sem dinheiro, a competir com os homens de sucesso. Ladrão é o que rouba um pão! Não é o que rouba um milhão! E como o capitalismo ensina isso através de todos os meios que dispõe, comunicação social em primeiro lugar, os portugueses aprendem as lições e transformam-nas em cultura, em cultura de massas.
Programas e concursos de televisão, cuja "cultura" é o ser esperto, dizer baboseiras e parvoíces para assim falar a linguagem que os telespectadores gostam, valorizam a competitividade, a violência, os baixos valores morais e aumentam as audiências.
...se eu pudesse fazia o mesmo
As frases batidas de “o mundo é dos espertos”, “bem fazem eles, se eu pudesse fazia o mesmo”, “eles é que as sabem fazer”, “parvo era ele se não roubasse”, e muitas outras que todos os dias se ouvem nas entrevistas de rua, mostram que séculos de confronto entre classes, ensinaram bem o povo. É por isso que o capitalismo tem tido o enorme sucesso de implantar uma “democracia” em que os explorados votam nos exploradores, reconhecendo neles a “esperteza” garantida para melhor (se) governarem.
Por isso é natural que um Cavaco continue a ganhar eleições apesar de ter arruinado o país. Percebe-se porque Sócrates, Passos Coelhos, Relvas, Portas que sucederam a Soares, Melancias, Linos, Coelhones(1) e outros doutorados em mentiras, mais ou menos submarinas, trafulhices, espertezas, e outras especialidades em que foram diplomados, todos os dias inclusive aos fins de semana, continuem (eles e a sua política) a ser os escolhidos para bem governar este povo.
Mas existem outras sabedorias que dizem:
"Cada um colhe o que semeia"
(1) Outros "homens de sucesso" aqui não referidos por falta de espaço, são tantos, que me desculpem a omissão.
Levo-lhe este artigo! Obrigada!
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