27 de maio de 2012

A nossa luta e a nossa consciência


Fiz parte dos 30 mil 


Pela alegria e força que senti quando li o que escreveu Sérgio Ribeiro no blogue anónimo séc. xxi, não posso deixar de referir duas das suas reflexões:


A primeira


«Fiz parte dos 30 mil que se juntaram aos 12 mil do Porto, na semana passada. E é preciso que todos os que lá estiveram digam aos outros, aos familiares, aos vizinhos, o que os jornais não dizem nas primeiras páginas. 
Que, em duas maniestações, promovidas por um partido, se esteve, ordeiramente e com a alegria de estarmos juntos e de muitos sermos, a dizer Basta!.

Por mais que nos calem, têm de nos ouvir. Até porque, com atrasos de custos sociais irreparáveis, se começa a ouvir, e se virá a dizer, o que oportunamente foi por nós dito e exigido, e é dito e exigido, mas a que se fizeram, e se faz, orelhas moucas».


A segunda


«E uma reflexão me assalta. A partir de uma imagem que trouxe de Lisboa..
Ao passar ao lado do edifício do Banco de Portugal, em cortejo consciente, determinado, encontrando e abraçando amigos, tropecei em enormíssimos contentores de lixo e me perguntei que confiança era aquela na nossa consciênciência que coloca, no caminho de uma manifestação de dezenas de milhares de pessoas em protesto indignado (mas calmo, consciente, vivo, alegre... sim!, alegre) pedregulhos, pedaços de cimento, tábuas, materiais de desconstrução?
Teria bastado arremessar contra um vidro de uma janela  - logo do Banco de Portugal! - uma pedra, uma daquelas tantas ali oferecidas,  para que, hoje, tivéssemos vindo, toda a manifestação que fomos e somos, nas primeiras páginas dos jornais.


Mas não é essa a nossa luta! A nossa luta é, sem tempo, sem prazos... mas com pressa e sempre, a tomada de consciência (também consciência da força que temos) e a sua transmissão a outros/nós. Para que seja maior, para que cresça, para que seja a  força que é a nossa».



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