25 de março de 2012

Portugal saqueado


PORTUGAL A SAQUE E SALDO


Com este título o Economista Eugénio Rosa publicou mais um dos seus estudos mostrando que "Cada vez mais riqueza produzida em Portugal é apropriada por grupos estrangeiros, ficando menos para os portugueses". É assim a política de direita instalada há 36 anos em Portugal.


Mostra, com dados incontroversos, que o investimento de portugueses no exterior tanto como o de estrangeiros em Portugal, não é, na sua esmagadora maioria, investimento directo produtivo, que crie riqueza e emprego, mas sim, apenas para especulação, para obter juros, mais-valias, etc., ou seja, "lucros fáceis e rápidos".
  
O investimento de portugueses no estrangeiro e de estrangeiros em Portugal.


Em 2011 capitalistas portugueses investiram no estrangeiro, 291.629,3 milhões €. 
O investimento estrangeiro em Portugal gerou uma "divida total bruta do país ao estrangeiro, resultante destes investimentos", que no final de 2011 atingia 468.826,8 milhões €. 
Apenas 18% era investimento directo em Portugal, ou seja com objectivo de aumentar a capacidade produtiva e o emprego. Tudo o resto, na sua esmagadora maioria, foram aplicações financeiras especulativas, para sacar juros, mais-valias, etc., Eugénio Rosa revela que "em apenas 6 anos (2006/2011), foram transferidos para o estrangeiro 111.461 milhões € de rendimentos gerados em Portugal, sendo 20,3%, ou seja, 22.681 milhões de euros, referentes a dividendos e lucros distribuídos, na sua maioria de investimentos directos. Os restantes 79,3%, ou seja, 88.780 milhões de euros de rendimentos resultaram, na sua maioria, de aplicações financeiras", especulativas. Os 111.461 milhões € foram "transferidos directamente para o estrangeiro, a maioria não pagando quaisquer impostos em Portugal". 


O caso do BPN e da EDP


O Estado Português capitalizou o BPN com mais de 500 milhões € e deu um crédito sem juros de 300 milhões €. O BPN, foi vendido a angolanos, a preço de saldo, por 40 milhões €.
A EDP vendida a um grupo chinês que agora, pelo que veio a público, com “rendas excessivas” pagas pelos portugueses, que contribuíram para que a EDP tivesse, em 2011, 1125 milhões € de lucros líquidos, mostra bem a politica de privatizações a saldo de empresas lucrativas que são fundamentais para a nossa economia. 
O Governo está a entregar a grupos económicos estrangeiros, empresas importantes do Estado obrigando os portugueses a pagar mais impostos, para substituir as receitas perdidas.
O roubo do dinheiro produzido pelos trabalhadores em Portugal


Explica Eugénio Rosa que "O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde ao valor da riqueza criada anualmente no país. O RNB (Rendimento Nacional Bruto) corresponde à riqueza que, em cada ano, fica no país...". "Em 1995, o PIB era superior ao RNB em 175,9 milhões €, portanto Portugal recebia mais do estrangeiro do que transferia para o exterior. Em 1996, com a entrada na União Europeia, a situação inverteu-se e Portugal começou a transferir para o exterior mais do que recebe". 
Em 2011, Portugal transferiu para o exterior mais 6.083,5 milhões € do que recebeu do estrangeiro, o que provocou que o valor produzido no país tenha atingido 171.112 milhões €, mas o valor que ficou em Portugal tenha sido apenas de 165.028,5 milhões €. 
Como mostra o Estudo, em 2011, 1.251 € foi o que cada trabalhador foi obrigado a transferir para o estrangeiro para cobrir o saldo negativo, gerado pela riqueza que produziu em Portugal e que os capitalistas levaram para o estrangeiro. 

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