12 de março de 2012

Ditadura na Colômbia (2)


Genocídio, violação dos direitos humanos perseguição, assassínio e censura 


Como escrevi ontem, os EUA, têm dado todo o apoio à ditadura há muito instalada na Colômbia e que massacra a população indígena e os movimentos populares que se opõem.


Em abril do ano passado, o jornalista Pérez Becerra foi preso pelas autoridades colombianas que, sem prova alguma, o têm mantido há quase um ano no cárcere de La Picota (Bogotá).
Pérez Becerra, era vereador do município de Corinto pela União Patriótica até ao assassinato de sua mulher (e mais de 3.500 companheiros de partido, entre outros populares). Escapou ao massacre e pediu asilo político na Suécia que o acolheu desde 1995 e lhe deu a nacionalidade em 2000.
Agora, acusado de ser a “voz internacional da guerrilha”, pelo presidente Santos, que é jornalista, do jornal diário mais poderoso do país, El Tiempo e propriedade da sua família.


A voz silenciada
  
Em declarações para La Jornada, Joaquín Pérez Becerra, que fundou a agência de notícias Anncol com outros suecos e colombianos, conta que "sempre viajou pela Europa com toda a liberdade" e “antes de partir até Caracas, a policia alemã do
aeroporto de Frankfurt controlou meu passaporte, como o dos restantes passageiros, e me deixaram embarcar com total normalidade, como sempre, acontecia”. Ao aterrar na Venezuela foi informado que havia uma circular vermelha da Interpol que ordenava a sua prisão para ser entregue às autoridades colombianas.
Becerra acusa: “É uma clara perseguição à liberdade de expressão. Querem calar vozes alternativas e ocultar o conflito. Ocultar as notícias e opiniões que saíam dos refugiados que vivem em Estocolmo”. 

A censura imposta
  
A página na Internet que Becerra fazia “era o portal sobre o conflito mais visitado”. Dava uma dimensão da guerra que a oligarquia pretende esconder. Incluía vídeos, textos e áudios, muita informação, útil para meios de comunicação e investigadores europeus que buscavam a verdade. Os jornalistas de vários países do mundo podiam assim comparar informações e pontos de vista. Ao governo colombiano isso não interessava.
“Nossa página informativa Anncol é desde 1996 uma entidade perfeitamente inscrita no marco legal do país” diz Becerra. 

Silenciar os movimentos populares

O governo da Colômbia “quer tornar invisíveis os comunicados da guerrilha, que são de interesse informativo” incluindo “privar de voz os movimentos camponeses, sociais ou populares que também tinham reflexo em nosso portal”. 
Entre a viagem da Alemanha para a Venezuela foi inventada “uma circular vermelha da Interpol que jamais existiu”.
O jornalista do La Jornada quis saber se Becerra tinha também sido “vítima do famoso, e suposto, computador do comandante abatido Raúl Reyes”.

As provas 
  
Becerra confirmou – “Sim, mas as provas que apresentam não têm a menor credibilidade, já que as trocam umas atrás das outras. Começaram me acusando de estar em alguns correios de Reyes, que na realidade eram simples documentos de Word, mas como aquilo foi provado que era mentira e foi rechaçado até pela Corte Suprema de Justiça, passaram a dizer que apareço no computadores de Jorge Briceño, o que é outro intento desesperado”.
Na entrevista Becerra continua revelando as manobras que a polícia colombiana tem tentado incluindo testemunhas desconhecidas, ditos ex-guerrilheiros ou fotomontagens, como costumam fazer tantas vezes.

5 comentários:

  1. Porque não disseste ao "pessoal" que Joaquín Becerra, foi entregue às autoridades Colombianas, pelo Governo de Hugo Chavez?

    "Na noite de 23 de abril, o jornalista e militante Joaquín Pérez Becerra foi detido no Aeroporto Internacional de Maiquetia, na Venezuela, e dois dias depois entregue pelo governo venezuelano à polícia colombiana".

    "Joaquin Pérez Becerra é cidadão sueco; não houve, por parte do governo venezuelano, qualquer comunicado à Embaixada da Suécia na Venezuela, além de mantê-lo incomunicável durante sua prisão no país. Ao mesmo tempo, coloca-se em risco a vida deste militante ao entregá-lo para um governo reconhecido internacionalmente por burlar as leis de direitos humanos e de reprimir os movimentos oposicionistas".

    Podias também ter dito que era Militante da Unión Patriótica, que foi um partido político fundado em 1985 por iniciativa das FARC e com o apoio do Partido Comunista Colombiano.

    A este propósito vale a pena recordar as palavras de José Saramago acerca desta organização terrorista:

    "Entrevistado pelo Diário de Notícias, depois da libertação de Ingrid Betancourt, José Saramago criticou a forma como o jornal do PCP elogiou as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

    «O AVANTE! não pode ter escrito um artigo a enaltecer as FARC», considerou o prémio Nobel da literatura português, apontando que «há coisas que nem sequer em nome da revolução se justificam; tudo o que vai contra verdade»…
    «Um grupo armado que, a partir de certa altura, vive substancialmente do narcotráfico e do sequestro pode chamar-se de tudo menos de revolucionário».

    Recordar também as palavras de Fidel de Castro, publicadas no jornal do partido, "o Granma":

    "Nunca deveriam ter sido sequestrados os civis, nem mantidos como prisioneiros os militares na selva. Foram factos objectivamente cruéis. Nenhum propósito revolucionário poderia justificar isto", sublinhou Castro, congratulando-se com a libertação dos reféns, "por elementar sentimento de humanidade", até porque "dificilmente poderiam ter resistido mais tempo", dadas as suas precárias condições de saúde.

    Já agora lembrar também que o PCP foi o único partido parlamentar português que recusou criticar as FARC na Assembleia da República. Até o Partido Ecologista Os Verdes, partido irmão do PCP, se associou ao voto conjunto apresentado pelas bancadas do PS, PSD e CDS (e votado igualmente pelo Bloco de Esquerda) que exprimia a congratulação do Parlamento pela libertação de Ingrid Bettancourt e criticava o bando terrorista que deteve durante mais de seis anos, na selva colombiana, a ex-candidata presidencial.

    É preciso dizer tudo, para que os leitores possam optar livre e conscientemente das opções políticas que entendam fazer.

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    1. Carlos. Como se verifica não preciso de repetir no meu blog aquilo que a direita, conservadora e reaccionária, que pretende manter a exploração e subjugados os povos pelo capitalismo imperialista, difunde através dos seus meios de comunicação que domina. O que acrescentaste no teu comentário é o que toda essa "informação" espalha pelo mundo, mentindo e denegrindo os movimentos libertadores dos povos. Para dizer isso já bastam os jornais e televisões que deturpam e falseiam as realidades. O meu blog pretende dar a informação que eles escondem. O meu blog assume que não faz a propaganda de quem oprime, de quem explora, de quem vive à custa do trabalho dos outros. O meu blog assume que está do lado da luta dos trabalhadores, está do lado dos que querem uma sociedade mais justa, e estará sempre nessa luta mesmo que a desproporção de forças seja desigual, como ainda é. Mesmo que, neste processo difícil, os oprimidos, os explorados, possam cometer alguns erros, estarei do seu lado, apoiando o que é positivo, os seus objectivos, e ajudando a ultrapassar alguns "erros", armadilhas ou tropeções, que aparecem nesta luta de classes em que quem têm o poder têm sempre vantagem.
      Não percamos de vista o essencial, para dar importância ao que é acessório e em especial quando esse acessório é uma "rasteira" para atacar o essencial.

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    2. Do Diário.info onde foste buscar "matéria" para o teu artigo do "Genocídio na Colômbia":

      ASSIM NÃO, COMPANHEIRO CHAVEZ

      JOAQUIN PÉREZ BECERRA NAS MÃOS DO REGIME COLOMBIANO
      A decisão do governo venezuelano de entregar às autoridades do criminoso regime colombiano o jornalista Joaquín Pérez Becerra, director da agência ANNCOL, é um gesto que suscita as maiores preocupações. Em primeiro lugar pela ameaça que assim passa a pesar sobre a sua integridade física e a sua vida às mãos de um regime para o qual o assassínio de opositores é prática corrente. Em segundo lugar pela atitude política que esta entrega manifesta. Todos aqueles que têm visto no processo bolivariano da Venezuela razões de esperança num contributo para a emancipação nacional e anti-imperialista dos povos latino-americanos só podem encarar com profunda apreensão este gesto. Não pode bater-se coerentemente pela emancipação do seu povo quem pactue desta forma com regimes que exercem a mais bárbara opressão sobre os seus próprios povos.
      Esta segunda-feira, 25 de Abril, passará para a história das lutas revolucionárias como o dia em que atiraram ao lixo os princípios mais elementares de solidariedade internacionalista. Não é possível permanecer calado, nem fingir que não vemos quando um irmão, um colega, um companheiro, um revolucionário, é enviado à tortura e ao cárcere na Colômbia, por culpa de acordos espúrios (quase sempre económicos, porque o maldito dinheiro, você sabe, cheira à enxofre, companheiro Chávez).

      Queres mais?
      Lá vai então do site do PCB, Partido Comunista Brasileiro:

      “ENTREVISTA EXCLUSIVA COM JOAQUÍN PÉREZ BECERRA”, diretor da ANNCOL preso em La Picota, Bogotá 29 Dezembro 2011

      Joaquín Pérez, diretor da ANNCOL, uma agência tão odiada que o Estado colombiano é capaz de correr o risco de ser repudiado pelos Estados de Direito do mundo por ter a obsessão dee calar as vozes e a oposição política no exílio. Por isso está sendo processado Joaquín Pérez, refugiado político colombiano, mas cidadão sueco desde o ano 2000. Até agora, nem as autoridades venezuelanas, nem as colombianas, e muito menos as autoridades suecas, mostraram a suposta “Circular Vermelha” da Interpol para sua captura.

      JOAQUÍN PÉREZ BECERRA, refugiado político colombiano, com residência permanente na Suécia desde 1994 - onde foi nacionalizado no ano 2000 - e diretor por 15 anos da Agência de Notícias Nova Colômbia, ANNCOL, foi detido quando chegou em Caracas em 21 de abril deste ano e foi entregue às autoridades colombianas em 25 de abril. Ele conta na seguinte entrevista que, até agora, nenhuma autoridade venezuelana nem colombiana mostraram qualquer Circular Vermelha que justifique sua prisão. Todavia, esse foi o pretexto alegado pelas autoridades venezuelanas para entregar o cidadão sueco ao Estado terrorista da Colômbia. Com isso foi confirmado que Chavez caiu na armadilha de Santos

      (Pois! Chavez é estúpido)

      Ainda não te chega?
      Então lá vai mais um retirado do “Resistir” onde o teu camarada Miguel Urbano Rodrigues, fez a apologia dos Terroristas, Sequestradores e Narcotraficantes das FARC:

      …o jornalista e diretor da ANNCOL, Joaquín Pérez Becerra, também acusado pelo governo da Colômbia e qualificado pelo governo da Venezuela como "terrorista", o Presidente Chávez assumiu toda a responsabilidade, porém não deu a conhecer as razões, entregou-o à Colômbia de onde tinha saído há quase 20 anos, fugindo da repressão e da morte.

      É de conhecimento público que, durante estes quase 12 anos de Governo venezuelano do Presidente Chávez, que se define como revolucionário e bolivariano, outros casos similares permitiram que militantes de movimentos sociais e políticos de caráter revolucionário, tenham sido entregues aos governos que o perseguiam por seu compromisso e consciência revolucionária.

      AFINAL QUEM MENTE? QUEM É?

      É a direita, conservadora e reaccionária, exploradora dos povos subjugados pelo capitalismo imperialista, que difunde através dos seus meios de comunicação que domina?...

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    3. Ainda do Resistir.info

      VENEZUELA, PAÍS PERIGOSO PARA LUTADORES SOCIAIS E REVOLUCIONÁRIOS?

      Novamente um breve comunicado do Ministério do Poder Popular do Interior e Justiça (MPPIJ) [da Venezuela] informou que, no estado de Barinas, foi detido o cantor e combatente revolucionário, Guillermo Enrique Torres Cueter, conhecido por seu nome artístico como "Julián Conrado".
      Mais uma vez, Conrado foi apresentado pelo organismo de Estado venezuelano como um criminoso solicitado pela Interpol e que seria entregue, outra vez, sem julgamento, ao governo terrorista da Colômbia.

      Hugo Chavez foi outra vez enganado?
      Ou quem anda enganado és tu?


      Já agora da própria Venezuela...

      O PARTIDO COMUNISTA DA VENEZUELA (PCV), com o caso de Pérez Becerra, já advertiu sobre a necessidade de um debate nacional e internacional sobre a entrega de revolucionários ao governo narco-paramilitar da Colômbia. Também solicitou ao Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) um espaço para analisar esta situação que se criou. Porém, até o momento, esse espaço não foi obtido.

      Esta nova situação criada com a detenção de "Julián Conrado" e o compromisso de entrega imediata que o MPPIJ assinalou em seu comunicado, sem levar em conta as leis nacionais e internacionais e a própria Constituição Bolivariana da Venezuela, nos obriga, através do Tribuna Popular, enquanto aguardamos um comunicado oficial do PCV, advertir aos revolucionários e revolucionárias do mundo de que a Venezuela deixou de ser um lugar seguro para os lutadores populares.

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  2. Dizes acerta altura:

    A página na Internet que Becerra fazia “era o portal sobre o conflito mais visitado”. Dava uma dimensão da guerra que a oligarquia pretende esconder.

    Se desse a dimensão da guerra da mesma forma que Miguel Urbano Rodrigues, deu das FARC, quando reportou a sua estadia de cerca de um mês, (se bem me lembro) na selva Colombiana, acampado com as FARC, em que faz um poema em prosa, bem feito como ele sabe, enaltecendo essa organização terrorista;
    se desse essa dimensão, a Net não terá perdido grande página...

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