3 de março de 2012

A ditadura capitalista (2)


Ditadura de uma minoria contra a grande maioria

A submissão à Troika pelo parlamento grego, no passado dia 13, mostra o verdadeiro significado da democracia dominada pelo capitalismo na Grécia. Ali, tal como em Itália, as nomeações de primeiros ministros impostos pelo poderoso capitalismo alemão, revelam que os parlamentos já não representam os povos.
 
Na Grécia os deputados que aprovaram as imposições alemãs, e de funcionários da União Europeia que ninguém elegeu, perderam o que restava de dignidade. A humilhação foi tal que 42 deputados da coligação governamental recusaram a disciplina de voto e abandonaram o parlamento. 

A Alemanha está a impor a ditadura do dinheiro, do dinheiro que ganhou à custa de muitos países, para conseguir o que não conseguiu Hitler. Dominar pela força das armas toda a Europa. 

Através da UE, armadilharam a economia dos países mais fracos. Os empréstimos concedidos aos bancos alemães, a juros ZERO, com o dinheiro de todos os países, servem para "ajudar" os outros a juros de 8, 10, 12, e mais por cento. As agências de rating, fazem o seu trabalho para justificar esses juros. 
É isto a Europa Solidária que tanto propagandearam.



O aburdo de tudo isto é que o acordo de dívida de Londres, perdoou grande parte das dívidas da Alemanha depois da Guerra. Há ainda por pagar indemnizações, dívidas e o dinheiro dos impostos roubados aos países ocupados pela Alemanha. Isso ficou de ser feito após a reunificação. Esta conferência não chegou a ainda a acontecer.

Todos os países "ajudados" em breve ficarão na total dependência da Alemanha. Os sacrifícios que os nossos governos (submissos) nos pedem, são inúteis, pois acabarão por mostrar que é impossível pagar tais juros a juntar à dívida. Os bancos alemães terão, entretanto, recebido duas ou três vezes o que emprestaram, quando viermos a declarar falência, isto se, entretanto, a UE e, talvez, o próprio euro não se autodestruirem.

3 comentários:

  1. Mas há ditaduras das maiorias sobre as minorias?

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    1. Sim, Carlos, Marx provou que, num sistema de classes, há sempre a ditadura de uma classe sobre a outra. Eu sei que não é usual a utilização deste termo de "ditadura" nas chamadas democracias representativas, contudo, como pretendo mostrar, uma classe (neste caso a exploradora) impondo as regras e leis que melhor a servem, está, na realidade, a usar uma forma de ditadura.
      Nos tempos presentes isso é mais que evidente em especial com o acentuar das desigualdades. 1% de super ricos e 99% de "pobres".
      Também a classe explorada, ao impedir a classe exploradora de dominar, para explorar, está também a exercer uma ditadura. Ainda que seja uma ditadora da maioria (usualmente também não classificada como ditadura) que, não só por ser numericamente mais justa, é, principalmente, também, moralmente mais humana, pois apenas retira direitos à minoria que vive do trabalho de outros, enquanto privilegia quem produz e é socialmente solidário.
      Segundo a ideia de Marx e dos marxistas, após essa fase da sociedade ir, progressivamente, eliminando todas as formas de exploração, (socialismo) estão criadas as condições para a sociedade viver e desenvolver-se sem classes. Nessa altura deixa de haver necessidade de qualquer domínio de uns sobre outros (ditaduras) e deixando de haver a exploração do homem pelo Homem a sociedade não precisa do papel repressivo (de ditadura) do Estado. A sociedade (então comunista) organizar-se-á de formas completamente novas privilegiando os valores morais da vida em sociedade participando cada um de acordo com as suas possibilidades. O avanço científico e tecnológico dará uma contribuição importante (decisiva) para a satisfação das necessidades coletivas e individuais do ser humano.
      De certo modo, para simplificar, de acordo com a hierarquia das necessidades humanas de Maslow, (séc. XX) uma vez resolvidas as necessidades básicas, fome, abrigo, segurança, etc. o ser humano é recompensado pelas necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser: "O que os humanos podem ser, eles devem ser: Eles devem ser verdadeiros com a sua própria natureza.
      Muito simplificadamente é o que me parece explicar a questão.
      Eduardo

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    2. Não era mais simples reconhecer simplesmente que tinhas dado um título infeliz ao teu artigo?
      Em vez se vires baralhar, cortar e dar as cartas, com essa das ditaduras poderem ser democracias e as democracias ditaduras? Em vez de te desculpares com o pobre do Marx, que não tem culpa das contradições e desvios comunistas!
      Que chumbaram o PEC IV, sabendo que a alternativa era o FMI.
      Que ajudaram a derrubar o governo PS para colocar o PSD e CDS no poder, bem pior que a Troika. Sobrepondo o interesse partidário ao do povo português. Esquecendo o exemplo de Álvaro Cunhal nas presidenciais de 1986, nesses tempos distantes em que havia estadistas, que preferiu “engolir o sapo de votar em Mário Soares” a dar ao Presidência a Freitas do Amaral.
      Que tudo fizeram para impedir o apoio da Troika, sabendo que o Estado não tinha dinheiro para salários no mês seguinte.
      Que branqueiam o vandalismo na Grécia, como forma de protesto.
      Que condenaram o massacre de Santa Cruz, mas calaram o massacre de Tiananmem; e escondem os atentados aos Direitos Humanos em Cuba, com a desculpa esfarrapada de que não criticam partidos irmãos.
      Que apoiam os terroristas, traficantes e sequestradores das FARC, o regime da Coreia do Norte e a pirataria somali, chamando-lhes de patriotas revolucionários.
      Que apoiaram o povo egípcio, contra Mubarak, mas apoiaram Kadhafi contra o povo líbio. Que condenaram a ditadura de Ben-Ali e apoiam a de Bashar al-Assad.
      Que defendem essa ditadura “democrática” na Síria, onde uma minoria de 10% de alauitas, detém o poder e controla o exército, contra uma larga maioria de 75% de sunitas e o resto da população!

      Por favor não me fales em ditaduras de minorias contra as maiorias, que essas sou o primeiro a condenar.

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