17 de novembro de 2014

A informação pimba

Que critérios usa a comunicação dita “social” para a informação?

Quem queira pensar vê que a "nossa" comunicação dita social, a toda a hora nos impinge informações de qualidade e interesse muito duvidoso.
Será por falta de capacidade dos jornalistas?

Notícias que mostram um incêndio que destrói uma habitação e deixa uma família desalojada, com reportagem e auscultação dos dramas daquela família. Tudo bem, mas então porque pouco falam milhares de famílias sem habitação e das que a estão a perder diariamente por terem que as entregar aos bancos?

Assistimos a folhetins, ou "verdadeiras telenovelas", de dramas individuais de interesse muito duvidoso mas que rendem por terem "mercado" assente na especulação que muita gente gosta. Será esta a função da nossa comunicação?

Vimos manifestações de uma população que não quer o padre, mas pouco se fala das muitas populações que lutam para manter os centros de saúde o posto dos correios ou os tribunais.

A toda a hora vimos festas e festinhas, nos mais variados locais. Algumas enchendo programas inteiros de várias horas, mobilizando caras equipas de reportagem. Certamente é sempre bom haver referências a essas expressões populares. Mas, então porque é que quase não falam de actividades como a Festa do Avante que mobiliza centenas de milhar de pessoas de todas as ideologias e é a maior Festa cultural do país? Para essa o tempo ou o espaço é sempre limitado.


Assistimos a notícias de um cantor que cai da bicicleta e parte o braço. De um baterista que ultrapassa recorde do Guinness na maratona de bateria, de outros que se zangou com a namorada, contudo pouco se fala no Orçamento de Estado que dedica ao apoio da Cultura em Portugal menos de 1%.
Afinal parece que não são apenas os jornais e televisão que não dão importância à cultura. Isto vem de mais fundo. Será "serviço" combinado?
Muitas pessoas, artistas, intelectuais, professores, subscreveram um manifesto exigindo pelo menos 1% para a Cultura. Sim um por cento! O Orçamento pode ter muitos por cento para as Forças Armadas e para participarmos na NATO. Para comprar submarinos e armas de guerra. Mas para a Cultura não há dinheiro. Milhares de pessoas têm-se manifestado nas ruas e em actividades culturais a exigir apenas 1% para a Cultura. Que aparece na nossa comunicação dita social?

Fernando Correia, diz no o Diário, que  “os critérios jornalísticos tornaram-se cada vez mais dependentes das «leis do mercado» e da busca do máximo lucro. Lucro este que, no caso da comunicação social, é financeiro mas também político e ideológico.”

De facto isso explica tudo: Interesses de Mercado somados aos interesses políticos e ideológicos.
Razão suficiente para justificar as "lavagens de cérebros" com programações ditas de entretenimento, por vezes de nível verdadeiramente degradante, ou uma informação dirigida não para o aumento do conhecimento da realidade mas para a distracção do que é essencial, alienando com o espectacular e o superficial, em detrimento das causas e dos contextos, numa óptica de melhorar a cultura e a consciência social dos leitores ou espectadores. Enfim jornalismo para estupidificar e desviar do que é importante.

Achei curioso este vídeo: http://youtu.be/DiNPxZdemTg

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