28 de dezembro de 2012

Paradigmas e preconceitos

Uma arma secreta, 
e bem disfarçada, do poder, para manipular as mentalidades

A cultura e a política de direita domina subtilmente as mentalidades das pessoas. É através de gerações de pais para filhos que se impregnam mentalidades caducas, por vezes, inexplicáveis. 

Normalmente essa cultura e mentalidade conservadoras, apoia-se em paradigmas que se apresentam sem que os reconheçamos como tal. Paradigma é aquilo que a sociedade em geral considera verdadeiro sem refletir sobre isso. De uma forma subtil, os paradigmas dominam os nossos pensamentos a partir de tradições que herdamos dos nossos pais, através da educação, da religião e dos preconceitos. 




Todos temos os nossos paradigmas que por vezes nos limitam, não nos deixam ver claro, condicionam o nosso raciocínio. 
É preciso aprender a identifica-los para nos libertarmos. Por vezes é difícil descobrir os nossos paradigmas porque eles estão nas profundezas do nosso subconsciente e camuflados. 

O paradigma ao serviço de uma classe

Porque é que o Marketing utiliza os paradigmas, preconceitos e ideias feitas, completamente irracionais?
Algumas casos:
- A maioria das pessoas compra um produto com embalagem mais bonita sem saber se é melhor.
- A etiqueta de umas calças pode "valer mais" que as calças.
- Muita gente avalia o estatuto social pelo que uma pessoa veste.
- Qual a razão para usar (ou mesmo ser obrigatório) usar gravata?
- A moda que sentido têm?
A moda escraviza as pessoas que sabem ser avaliadas pelo que vestem e não pelo que valem. 
A moda avalia não a qualidade do que se usa mas apenas se está de acordo com o estilo "oficial" para essa época.
- Qual a racionalidade desse paradigma?
O Marketing cria paradigmas e utiliza-os a favor de quem vende e não de quem compra.
O capitalismo alimenta paradigmas para impedir que as pessoas defendam os seus interesses.

A sociedade e a civilização avançam quando grandes homens rompem com os preconceitos 

Todos os grandes Homens da História, os que revolucionaram a nossa cultura e sociedade, venceram os paradigmas do seu tempo. Jesus rompeu paradigmas. Jesus quebrou as normas e preceitos humanos limitativos. Jesus, perdoou prostitutas, conviveu com pecadores. Jesus lutou contra muitas das regras da sociedade, regras das classes no poder.

Se queremos progredir, inovar, criar, seja na política, na sociedade, na cultura, é preciso alargar horizontes vencendo os paradigmas e preconceitos injustificados, que não servem as pessoas e a sociedade.


É preciso perguntar: PORQUÊ? PARA QUÊ? PARA SERVIR O QUÊ? QUEM?

Há sempre várias formas de ver as coisas. Mesmo em cada época há culturas diferentes que progridem por caminhos diferentes. Precisamos de acutilância na crítica na análise, de perceber o PORQUÊ das coisas. 
Sonhar é romper paradigmas e alargar horizontes. É ter a capacidade de sair dos estreitos limites que a cultura conservadora impõe. É preciso quebrar barreiras mentais, furar regras humanas, para que o sonho se torne realidade. 

Talvez a propósito, ou talvez não, li um texto de Baptista Bastos de que extraio algumas passagens:


A mentira,a manipulação e o preconceito

(Baptista Bastos)


"... O capitalismo está mergulhado numa crise que será sangrenta se as forças progressistas se lhe não opuserem.  “O PCP e o Bloco de Esquerda cumprem o seu papel [...] de travão aos desmandos do poder. Dir-se-á que pouco podem fazer; talvez. Mas muitas coisas estariam pior não fosse a intervenção deles. E também constituem forças morais e éticas num período da História em que, parece, esses valores e padrões soçobram, ante as investidas actuais. Não é necessário ser comunista ou bloquista para se compreender a natureza de certos partidos. E o preconceito ideológico, sabiamente organizado e dirigido, prejudica, inclusive, o conhecimento dos factos e as verdades históricas. Até quando?”


Para relembrar:



7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Não existe capitalismo em Portugal, nem em nenhum país da Europa, vai para mais de 30 anos...
    A única coisa que existe, é uma cleptocracia de governos socialistas que estabeleceram monopólios políticos, controlando e manipulando a Economia.

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    1. Sim. A cleptocracia é uma forma de defender o clube de ladrões que são os grandes capitalistas, especialmente o capitalismo financeiro que nada faz e vive da especulação e exploração de quem produz. Essa cleptocracia nada tem a ver com socialismo. Por vezes disfarçam-se de socialistas, o que eles apelidam de "Socialismo democrático", para enganar os trabalhadores que desejam um verdadeiro socialismo.

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    2. Lamento, mas não compreendo essa noção de capitalismo financeiro baseado em especulação e exploração. Isso acontece actualmente, porque existem grupos financeiros que protegidos e salvaguardados pelos governos cleptocráticos, jogam em "casinos de investimentos" com o esforço de trabalho de outros. Esta especulação só acontece porque os Governos através dos respectivos Bancos Centrais, não permitem que os Bancos que especulam, entrem em falência ou até mesmo mesmo, sejam julgados criminalmente (o caso LIBOR). Isto não tem nada de Capitalismo!
      Num sistema capitalista, quem faz asneira e investe mal, perde e ponto final. Não há cá bailouts nem empréstimos fictícios de dinheiro impresso.

      Estas asneiras têm sido uma constante, desde que os EUA deixaram de honrar o sistema de Bretton Woods que permitia a troca de US dollars pelo seu valor em Ouro! Desde então, temos tido um sistema monetário fiduciário que através de sucessivas inflações, têm roubado poder o poder de compra daqueles que o adquirem através do seu trabalho árduo. Depois, com as sucessivas abolições de regulamentação bancárias, foi permitido as agências financeiras e bancos, endividarem-se para além do permitido, hipotecarem-se um bem físico sucessivamente sem limite (Re-hipotecation -> City of London) e abusarem das baixas taxas (0% no caso do UK ou USA) de juros sobre o dinheiro, estabelecidas pelos Bancos Centrais.

      Se existisse uma moeda indexada ao Ouro mundial, não seria possível aos bancos contrair dívidas indefinidamente nem seria possível aos Bancos Centrais, imprimirem dinheiro indefinidamente, pois estariam sempre limitados à quantidade de Ouro existente...
      Teriamos então acesso a um mercado verdadeiramente competitivo, onde os trabalhadores poderiam optar pelas empresas que melhores ordenados pagariam e onde as empresas também poderiam oferecer melhores ordenados, pois não teriam governos centrais a instaurar elevadas taxas de impostos, que usam para roubar poder de compra aos próprios trabalhadores e gastarem nos vícios da politica e da cleptocracia.

      Verdadeiro Socialismo? Lamento, mas não gosto que me roubem com impostos e depois me venham dizer, que é para o meu próprio bem... Sou muito bem capaz de tomar conta de mim próprio, obrigado. Gosto de ter a liberdade de decidir, não gosto que decidam por mim.

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    3. Se vivesses sozinho ainda compreenderia, mas como não vives, vives em sociedade, essa ideia que podes decidir sozinho é totalmente falsa. Pior, essa ideologia do individualismo, tão dominante nos EUA, nada mais faz do que a legitimação do status quo. Procurar formas de decisão colectiva, isso sim, é uma atitude progressista e democrática. Achar que o nosso umbigo é melhor que o do lado, é apenas perpetuar o Capitalismo.

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    4. Quanto ao capitalismo financeiro, muito resumidamente, trata-se de uma forma de capitalismo assente na especulação financeira e que contrariamente ao capitalismo tradicional não possui fábricas e outros meios de produção. Este capitalismo que hoje domina o mundo, vive de produtos financeiros, acções, especulação na bolsa, financiamentos com juros elevados, compra de créditos, especulação imobiliária, etc. Foi este capitalismo que nos EUA em 2007 rebentou a bolha financeira e iniciou a presente crise. Claro que este capitalismo que fabrica dinheiro tem os seus agentes nos governos dos principais países. O exemplo mais claro é o Goldman Sachs apelidado de dono do mundo e quer financia os candidatos que o defendem para ganharem as eleições, como sucedeu com o Obama. Claro que é isso que sucede quando Carlos Ferreira diz “Isso acontece actualmente, porque existem grupos financeiros que protegidos e salvaguardados pelos governos cleptocráticos, jogam em "casinos de investimentos" com o esforço de trabalho de outros. Esta especulação só acontece porque os Governos através dos respectivos Bancos Centrais, não permitem que os Bancos que especulam, entrem em falência ou até mesmo mesmo, sejam julgados criminalmente (o caso LIBOR)”. Contudo já não concordo com Carlos Ferreira quando ele diz “Isto não tem nada de Capitalismo! “ . Na realidade o capitalismo cresceu e gerou os monopólios que cresciam entre 1880 e 1890. As potências capitalistas mais avançadas dividiam a periferia nas suas coutadas coloniais. O capital financeiro começou a circular paralelamente e livremente e em quantidades que, no seu pico, só viriam a ser superadas a partir de 1990. O total de activos financeiros em circulação em 1904 equivalia a 20% do PIB mundial e quase 60% do PIB das nações capitalistas mais avançadas e exportadoras de capital. E claro que, tal como hoje, a ideologia dominante após o interregno das guerras mundiais era o pensamento económico neoclássico – o neoliberalismo, que surgia por volta de 1870. A exportação de capitaistem crescido imenso e desde 1970 que o investimento directo estrangeiro não tem parado de aumentar de década para década. Entre 1970 e 2004, o seu volume aumentou 48 vezes. Hoje 80% destes fluxos são entre países do centro capitalista. O capital financeiro fundiu-se com o capital industrial a ponto de se tornar dominante. A predominância do capital financeiro, é hoje muito evidente. Em 2003, o Citigroup dos EUA – a maior das empresas multinacionais financeiras – tinha um total de activos de mais de 1260 mil milhões de dólares, equivalente a 3% do PIB mundial e superior aos activos das cinco maiores empresas multinacionais não financeiras . As 10 maiores empresas multinacionais financeiras tinham um número de activos superior a 25% do PIB mundial e as 50 maiores quase 80% do PIB mundial. O capital financeiro em circulação ultrapassou, em 2000, o PIB mundial. Não podemos caracterizar o capitalismo por “capitalismo bom e capitalismo mau” ou dizer que o capitalismo financeiro não9 é capitalismo, de certo modo como diz Carlos Ferreira “Num sistema capitalista, quem faz asneira e investe mal, perde e ponto final. Não há cá bailouts nem empréstimos fictícios de dinheiro impresso”. O capitalismo evolui dentro do seu princípio absoluto da procura do máximo lucro. Desta forma o processo de financeirização da economia mundial consegue para os que investem esse máximo lucro com o mínimo esforço. Objectivo supremo do capitalismo.

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    5. (continuação)
      Contudo o capitalismo como sistema tem as suas contradições e a hegemonia do capital financeiro significa, por um lado, um gigantesco desperdício e destruição de forças produtivas, a começar pelo desemprego crescente e massivo, e por outro, a apropriação pelos grandes grupos económicos e financeiros da parte de leão da mais-valia criada, que está a conduzir a uma acelerada concentração e centralização de capital, ao enfraquecimento do sector produtivo e a uma repartição cada vez mais desigual do rendimento entre o capital e o trabalho. Por isso como dizem os marxistas o capitalismo gera a sua própria morte num processo dialético da substituição do velho pelo novo. Por isso também não concordo com Carlos Ferreira quando chama asneiras a esses “erros” do capitalismo “Estas “asneiras” têm sido uma constante, desde que os EUA deixaram de honrar o sistema de Bretton Woods” que Carlos Ferreira cita, são formas de os capitalistas conseguirem o seu máximo lucro, como na realidade conseguiram.
      Por último relativamente às observações de Carlos Ferreira, quando falo em verdadeiro socialismo é para esclarecer que há quem diga ser socialista ou “socialista democrático” mas não procura aquilo que é fundamental para um socialista (verdadeiro), que é mudar o sistema e a sociedade. Essa mudança só é possível com a substituição do capitalismo pelo socialismo. Contudo esses socialistas (não verdadeiros) apenas pretendem aperfeiçoar o capitalismo, como se fosse possível manter a exploração sem dor. Nem o mais forte anestésico consegue anestesiar a exploração, que pelo facto de ser menos dolorosa não deixara de ser exploração de quem trabalha.
      Quanto à questão da liberdade individual já o comentário acima deu resposta.

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