24 de novembro de 2012

Os Bancos e os Juros

Melhor que assaltar um banco é formar um.


Os banqueiros estão a dominar o mundo. Nada produzem e recebem os juros do produto de quem trabalha


(retirado de um artigo de Ellen Brown, publicado por Resistir.info)

Na edição de 2012 de Occupy Money que saiu na semana passada, a professora Margrit Kennedy mostra que 35% a 40% de tudo o que compramos vai para juros. Estes juros criados pelos mecanismos do capitalismo financeiro, vão para banqueiros, e acionistas. Assim, essa minoria de pessoas muito ricas, aumenta as fortunas. Sem nada produzir, graças à especulação financeira que inventaram, ficam com 35% a 40% do nosso PIB, isto é de tudo o que os países produzem. A riqueza é sistematicamente transferida do homem comum para os bancos e banqueiros.

Comerciantes, fornecedores, grossistas e retalhistas, todos eles, ao longo da cadeia de produção, dependem do crédito para pagarem as suas contas. Eles têm de pagar pelo trabalho e pelos materiais antes de terem um produto para vender e antes de o comprador final pagar pelo produto. 

Cada fornecedor na cadeia acrescenta juros aos seus custos de produção, os quais são transferidos para o consumidor final. A Dra. Kennedy menciona encargos de juros que rondam os 12% para a colecta de lixo, os 38% para a água de beber, os 77% para o arrendamento de habitação na Alemanha.

Seus números são extraídos da investigação do economista Helmut Creutz, e de acordo com as publicações do Bundesbank. 

O crescimento exponencial dos lucros no sector financeiro verificou-se a expensas de quem trabalha.


Em 2010, 1% da população possuía 42% da riqueza, e 80% da população possuí menos de 5%. A Dra. Kennedy observa que os 80% da população paga juros ocultos que 10% dos muito ricos arrecadam, aumentando assim, cada vez mais, as desigualdades e a exploração de quem trabalha.

As implicações de tudo isto são espantosas. Com outros sistema político e financeiro, os preços de tudo o que compramos, poderiam baixar mais de 35%.

Se os bancos fossem serviços de utilidade pública os seus lucros retornariam ao público, nomeadamente pela redução de impostos.

Com bancos nacionalizados, os governos poderiam também eliminar o seu fardo de juros. Isto foi demonstrado com resultados excelentes, em vários países, incluindo entre outros o Canadá , a Austrália e a Argentina .
Em Money and Sustainability: The Missing Link (na pg. 126), Bernard Lietaer e Christian Asperger, et al., mencionam o exemplo da França entre 1946 e 1973. Os autores mostram que se o governo francês houvesse continuado a ser financiado por bancos nacionalizados ao invés de bancos privados, a dívida não teria crescido de 21% para 78% do PIB.
Em Portugal, o Orçamento de Estado para 2013 prevê pagamentos de juros no montante 7.164,4 milhões de euros, o que equivale a 4,3% do PIB português.

Nos estudos citados os autores provam com números, que o grande negócio dos bancos, a especulação financeira, está na destruir as economias no sistema capitalista e a impor enormes sacrifícios a toda a população.  

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