Antónios Borges e os "donos do mundo"
Continuando uma modesta descrição do que é o capitalismo financeiro, a propósito do vergonhoso papel de António Borges no Governo e nos interesses que representa, vou agora relembrar um artigo do jornal Económico de 28/10/2011.
A Goldman Sachs, patrões americanos de António Borges, “Coloca ex-funcionários nos lugares de topo que decidem o rumo da economia global, o que leva muitos a dizerem que domina o mundo”. Cita ainda o Económico a célebre frase do seu presidente: "Sou um banqueiro a fazer o trabalho de Deus" contudo “na opinião de um número cada vez maior de pessoas, o "trabalho de Deus" do Goldman Sachs é a encarnação do lado negro da força em Wall Street. E há até quem defenda que é este banco que manda no mundo e não os governos”, diz o jornal.
Wall Street domina Casa B(r)anca
Continuando a citar, "Não há dúvida que Wall Street tem uma força cada vez mais poderosa no governo americano. Não são apenas os milhões que vão para os bolsos de políticos atrás de políticos para ajudá-los a ganhar as eleições, mas os banqueiros de Wall Street são frequentemente escolhidos para posições de poder na Casa Branca, no Tesouro, na SEC [regulador dos mercados financeiros] e noutros reguladores", observa William D. Cohan, que passou 16 anos a trabalhar na banca de investimento antes de se dedicar ao jornalismo de investigação”.
Os Antónios Borges no mundo
“O banco reconhece no seu site que os antigos colaboradores contribuíram para a rica história e tradição da empresa e "orgulhamo-nos de muitos continuarem activamente ligados. Isto não ajuda apenas a validar a nossa cultura mas também a fornecer um valor real e tangível que transcende uma geração… Um dos exemplos é o futuro presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, que desempenhou o cargo de director-geral do Goldman International entre 2002 e 2005, levando-o mesmo a ser questionado no Parlamento Europeu sobre as ligações do banco de investimento à Grécia”.
Esta é a ética do capitalismo
Ainda de acordo com as informações recolhidas pelo jornal, “o Goldman Sachs, a partir de 2002, interveio na Grécia para encobrir os reais números do défice, através de ‘swaps' cambiais com taxas de câmbio fictícias”. Segundo o "Der Spiegel", o banco cobrou uma elevada comissão para fazer esta engenharia financeira e, em 2005, vendeu os ‘swaps' a um banco grego, protegendo-se assim de um eventual incumprimento por parte de Atenas".
"No início de 2010, os analistas do Goldman recomendaram aos seus clientes a apostar em ‘credit-default swaps' sobre dívida de bancos gregos, portugueses e espanhóis. Os CDS são instrumentos que permitem ganhar dinheiro com o agravamento das condições financeiras de determinado país”.
As "ajudas" são um pacto de agressão das máfias
Vimos pois, nestas actuações na Grécia, Espanha e em Portugal como interessa aos capitalistas financeiros que os países precisem de “ajuda financeira”.
Diz ainda o jornal que “Petros Christodoulou, um antigo empregado na divisão de derivados do Goldman, assumiu em Fevereiro de 2010 o cargo de director da entidade que gere a dívida pública grega. Além disso, o Goldman tem "ajudado"* o Fundo Europeu de Estabilização Financeira a colocar dívida para financiar Portugal e Irlanda ao abrigo do programa de assistência financeira”.
Esta "assistência financeira", também chamada de “ajuda” é o grande negócio do século que as troikas estão a impor aos países, através do roubo a milhões de trabalhadores.
Espero, em breve, continuar esta "estória", aqui, neste blogue.
* Destaque meu
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