15 de setembro de 2012

Cresce a indignação

"que se lixe a troika"

Hoje, sábado 15, muita gente virá para a rua numa manifestação que, apesar de convocada pela Internet - o que logo a distingue das que têm a sua raiz e força nas organizações dos trabalhadores - deve merecer a nossa solidariedade. 

Muitos milhares de pessoas, das mais variadas camadas sociais e em muitos pontos do país se juntarão para manifestar a sua indignação com a política de direita que há 36 anos, e em especial na última década, vem afundando Portugal.

Uma manifestação cuja adesão cresceu, como cresceu a indignação de muitas camadas da população, com o seu despertar para a compreensão da natureza de classe das medidas que as troikas, interna e externa, nos vão impondo.

Uma manifestação que será também o acordar de camadas da sociedade que se têm julgado imunes à luta de classes e, por isso, se têm alheado das lutas dos trabalhadores e das suas organizações.

Uma prova de que, à medida que o capitalismo financeiro toma formas cada vez mais monopolistas, mais alarga a exploração de camadas até agora desatentas da sua natureza de classe e, por isso, negligentes em relação às lutas dos trabalhadores. 

Esperemos que, essas camadas da população, adquiram e reforcem a consciência de que a sua luta é a mesma que a luta de todos os explorados. 

Esperemos que, depois desta atitude mais ou menos emotiva, passemos a formas de luta mais preparadas, mais consequentes, em torno das organizações dos trabalhadores, que garantam a unidade e força capaz de, mais dia menos dia, derrotar o inimigo comum, o grande capital monopolista. 

Será certamente um passo para outras manifestações mais avançadas, como a que foi convocada pela CGTP para dia 29, ou, eventualmente, uma Greve Geral. Essas, então, serão mais contundentes, mais ameaçadoras para o poder que comanda esta política de direita e, por isso, contemos que sejam menos divulgadas pela comunicação social dominada pelos grandes grupos económicos. 

Dia 29 contamos apenas com as nossas forças e organização. Mas contaremos certamente com uma crescente consciência e capacidade de luta.




1 comentário:

  1. É um fenómeno previsível. As classes que não se julgam classes sentem o desconforto de também elas serem afetadas pelo poder da finança. Mais por instinto de sobrevivência do que por compreensão do sistema, levantam-se para uma luta que sempre ignoraram e desprezaram. É um momento importante este que requer muita atenção e empenho para que não se percam em egoísmos classistas e em velhos preconceitos. Hoje vai estar na rua pela primeira vez um conjunto alargado de pessoas unidas pelo sentimento contra o governo, conta a corrupção. Que sejam muitos e que não abandonem a luta. Penso que muitos irão entender que a luta precisa das organizações políticas e sindicais que mantiveram e mantêm viva a chama da defesa dos oprimidos e da denúncia dos tiranos.

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