Os EUA estão a enviar e reforçar os seus meios militares nas Caraíbas a pretexto do “combate ao narcotráfico”. Líderes latino-americanos acusam os EUA de fabricar provocações e pretextos contra a República Bolivariana da Venezuela e outros países.
O mais recente relatório do Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Delito (ONUDD), revela que a Venezuela é um território livre de cultivos ilícitos e processamento de drogas e muito tem feito para o combate ao tráfico. O relatório indica que apenas 5% das drogas tentam atravessar o território venezuelano, enquanto a maioria (87%) parte pela Colômbia e Equador com destino aos Estados Unidos e à Europa. O relatório aponta os Estados Unidos como o principal mercado consumidor de drogas e opióides sintéticos. Os analistas dizem ainda que as acusações da Casa Branca carecem de provas e pois parecem justificar medidas coercivas contra a Venezuela.
Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional, afirmou que "não há país neste continente com maiores vitórias contra o narcotráfico do que a Venezuela nos últimos tempos".Vários países condenaram as calúnias usadas pela administração Trump e os pretextos para ameaçar a região como aconteceu nos anos 80 com a Nicarágua e Panamá.
O ministro da Defesa, Padriño López, recordou que as maiores agressões imperialistas são precedidas pela preparação da opinião pública internacional, a partir da manipulação dos factos e de mentiras para confundir os incautos. Disse: «o aparato mediático do imperialismo é tão vasto que consegue apresentar a mentira como se de “verdade” se tratasse» e referiu que o facto os EUA enviarem forças militares para o Mar das Caraíbas e não para o Pacífico, por onde passa a maior parte da droga com destino aos EUA, revela as intenções de ameaça à Venezuela.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, fez na quinta-feira um apelo direto aos Estados Unidos e à Venezuela para que "resolvam as suas diferenças por meios pacíficos" e "exerçam moderação", numa tentativa de neutralizar a escalada promovida pela Casa Branca e pelo Secretário de Estado, Marco Rubio. A porta-voz adjunta de Guterres, Daniela Gross, confirmou que o Secretário-Geral está a acompanhar os acontecimentos "de perto", embora se tenha abstido de descrever a mobilização militar como uma violação da Carta da ONU.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, manifestou na sexta-feira, durante uma conversa telefónica com a Vice-Presidente Delcy Rodríguez, o apoio inequívoco do seu país ao Governo venezuelano e ao Presidente Nicolás Maduro face às crescentes ameaças dos Estados Unidos, "solidariedade com o Governo venezuelano "numa altura em que a Casa Branca representa um perigo significativo para uma região Declarada como Zona de Paz, adotada em 2014 em Havana.
China, Irão, países da ALBA-TCP e organizações sociais de todo o mundo, também já condenaram a agressão dos EUA e manifestaram a sua solidariedade para com a Revolução Bolivariana, além de apoiarem a histórica Declaração da América Latina e Caraíbas como Zona de Paz.
As declarações que condenam o cerco ao país sul-americano continuam a chegar de todo o mundo. Algumas organizações lembraram a "ultrajante" a tentativa do regime norte-americano, feita no passado dia 7, de oferecer recompensa US$ 50 milhões por informações que levem à prisão ou condenação de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. Disseram que tal anúncio da procuradora-geral Pam Bondi é um procedimento copiado dos "filmes de faroeste".
O texto traça paralelos entre as políticas de Donald Trump e o sionismo, apontando a cumplicidade em crimes internacionais e solicitando a emissão de mandados de captura contra o presidente norte-americano e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América - Acordo Comercial dos Povos (ALBA-TCP) realizou uma cimeira extraordinária onde líderes, entre os quais o presidente boliviano Luis Arce, denunciou a "provocação inaceitável" dos Estados Unidos, que "ainda acreditam que a nossa América é o seu quintal". O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, classificou as ações de Washington como uma "nova demonstração de força imperial", enquanto o seu homólogo nicaraguense, o copresidente Daniel Ortega, apelou à unidade para defender a soberania regional.
Face a esta ameaça, o presidente Nicolás Maduro anunciou esta quinta-feira que "Solicitei um processo nacional de alistamento para toda a força da milícia nos quartéis, unidades militares, praças públicas centrais, Praça Bolívar e sede das 15.751 Bases Populares de Defesa Integral".
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