Vitor Dias no seu blog "o tempo das cerejas" publicou um trecho de uma notícia do Público que diz "O presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, considerou “normal” o transporte de eleitores em viaturas de organismo públicos, acompanhados por autarcas sociais-democratas. “Aqui foi sempre assim”, disse AJJ.
Mais adiante informa o mesmo jornal que "funcionários regionais começaram às 22 hs (!!!) de sexta-feira a retirar das ruas toda a propaganda dos partidos alegadamente por causa do «dia de reflexão»".
Diria eu, é por causa desse periodo de reflexão que, à boca das urnas, na hora da votação, militantes sociais democratas que se dispõem a acompanhar os eleitores recolhidos nas suas casas, completam essa reflexão, instruindo os eleitores "de como devem votar". Nobre missão cívica. Eu próprio presenciei a essas cenas no Concelho de Mafra, por coincidência de maioria absoluta do PSD.
Diligentes, os funcionários da Electricidade da Madeira, andam prevenidos nos carros da empresa com as bandeiras do PSD
Também "em Mafra foi sempre assim" desde que o PSD é maioria, claro.
Vários testemunhos de delegados de partidos, não do PSD, revelaram que a partir das 18 horas (do dia da votação) os membros das mesas de voto, todos do PSD, mostraram um afã e nervosismo a consultar os cadernos eleitorais e fazer listas dos que ainda não tinham votado. Telemóveis em grande actividade e papeis com nomes, eram passados aos condutores de vários carros estacionados à porta da Secção de Voto, que logo partiam para a sua missão. Passados alguns minutos regressavam com os eleitores faltosos e já bem instruídos onde votar.
Alguns, muito idosos e doentes, amparados pelos tais acompanhantes do carro, pediam para que esses acompanhantes os ajudassem a votar na câmara de voto.
Verifiquei que vários, traziam nos bolsos uns papelinhos que consultaram no acto de pôr a cruzinha, pois a indicação passada na igreja, para votar na setinha voltada para o céu, poderia ser insuficiente.
O caso, para mim mais caricato, foi uma senhora de idade avançada que, depois de entregar o cartão de eleitor na mesa e receber o boletim de voto, ficou muito embaraçada pois precisava de votar com o seu cartão de eleitor. A presidente da mesa, devolveu-lhe o cartão e a senhora, de imediato confrontou o cartão com o boletim de voto e devolveu o cartão. Achei estranho mas concluí que, talvez por se terem esgotado os tais papelinhos, alguém lhe desenhou no próprio cartão de eleitor, o símbolo onde deveria votar.
Isto passou-se em várias secções de voto onde havia delegados de outros partidos a fiscalizar.
Que acontecerá em locais onde essa fiscalização é muito difícil?
Outras histórias não repito, pois estão relatadas no texto deste blog que referi.
Comparemos isto com a eficiente "limpeza" da propaganda dos partidos às 22 horas de Sexta-feira anterior.
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