Estamos a ser empurrados para a ratoeira
Os países da "solidariedade", alargaram os seus mercados, compraram as nossas empresas, fizeram falir outras, exportaram os lucros do nosso trabalho para offshores e para os países da "solidariedade" social. Em troca venderam-nos os seus produtos e obrigaram-nos a fechar empresas nacionais.
Para dourar o "isco", os grandes da Europa da "coesão" deram-nos subsídios para eliminar a frota pesqueira portuguesa, para abater oliveiras, vinhas e destruir a agricultura.
Deram-nos subsídios para fazer investimentos onde participaram as suas empresas.
Aumentámos as importações, e as empresas estrangeiras que investiram em Portugal, para explorar a nossa mão de obra de baixo valor, passaram a controlar as exportações para as suas distribuidoras que dominam os mercados e arrecadam os lucros.
Venderam-nos a ideia que tudo isso era bom, que tínhamos que nos juntar aos fortes para sermos "protegidos" por eles. Uma ideia a que muitos portugueses foram habituados por Salazar e que apela ao conformismo ao comodismo.
Não quisemos acreditar que o mundo capitalista é uma selva onde, o mais fraco é comido pelo mais forte.
O que era óbvio, "ninguém dá nada sem ganhar com isso", foi afastado das atenções pelo esplendor ofuscante dos euros recebidos, como fazem os ilusionistas, criando a ideia que estes euros nos eram dados como esmolas.
Estamos agora a pagar, bem caro, os empréstimos, e as "ajudas" que a Europa nos fez.
Estamos à boca da ratoeira. Cada vez é mais difícil recuar.
As mentiras são marteladas nas nossas cabeças, pela televisão, pela comunicação social controlada pelo grande capital: "Não há alternativa". "Foi uma desgraça de Deus a que não podemos fugir". "Alguém tem que nos emprestar dinheiro". "Quem nos "ajuda" está no direito de exigir as regras, os memorandos". "Temos que cumprir". "Temos que honrar os "nossos" compromissos".
Tudo isto é falso. Eles precisam mais de nós do que nós precisamos deles. Porque é que "eles" não querem que a Grécia saia do Euro ou da UE? "Eles" sabem que quando os povos acordarem, deixarem de seguir o caminho da ratoeira, eles perdem o alimento que os sustenta.
Só quem trabalha, quem produz, cria riqueza e sustento. Eles não trabalham, vivem do trabalho dos outros. O trabalho deles é a caça. É a guerra. São os predadores.
Entrámos no túnel escuro da ratoeira e, perante as ameaças que se tornam evidentes, os gatos e seus aliados predadores, insistem: "Não há alternativa, "temos" que avançar".
Ainda não estamos presos. A luz não está ao fundo do túnel mas, se olharmos para trás, vimo-la para lá da porta por onde entrámos. É preciso voltar atrás e não nos deixarmos prender na ratoeira que há 35 anos foi preparada ao Portugal do 25 de Abril(1). Os predadores não nos perdoam a tentativa de nos libertarmos e fugirmos da sua prisão(2), pois precisam de quem os alimente.
Os predadores, hoje estão enfraquecidos, pois eles próprios são vítimas das suas contradições. Com a sua gula, exploraram as suas fontes de alimento. Quem produz para eles já não pode comprar o que eles vendem, produzido por quem trabalha. Eles sabem que os que trabalham para eles são os mesmos que compram os produtos que produzem e que eles vendem(3).
Os predadores estão em crise e tudo farão para empurrar para as suas armadilhas quem possam comer.
O mundo pode ser melhor sem estes predadores. A Europa poderá, de facto, ser uma Europa de coesão social. O que todos produzimos é o que é necessário para nos alimentar. Não precisamos de quem coma os nossos corpos sugados.
(1) Recordemos o papel de Mário Soares, das confessadas conversas com o seu grande amigo, chefe da CIA, Frank Carlucci, na Embaixada dos EUA e de terem conspirado, com a Igreja e com o D. António Ribeiro, o Cardeal-Patriarca de Lisboa, para que este desse instruções aos sacerdotes para dizerem nas missas o que deviam fazer para, alterar o rumo do 25 de Abril,
(2) Sistema capitalista, em que a democracia representativa assenta, apenas permite o poder aos que têm o dinheiro, ganho com o trabalho de quem exploram. As grades desta prisão são as Leis que o sistema faz, os tribunais que julgam de acordo com as leis dos que as fizeram, a policia que obedece a quem tem o poder, a Igreja e a comunicação dita social, que convence os explorados à aceitação das regras dos exploradores.
(3) Um oleiro quer produzir mas não tem dinheiro para comprar barro. O proprietário das terras que tem barro, contrata-o como seu empregado. Paga-lhe 25 euros por dia. O oleiro das 8 às 9 horas vai apanhar o barro. Das 9 às 17 horas produz 50 cântaros. Das 17 às 19 vai vende-los à feira. Recebeu 250 euros. Vai a casa do patrão e entrega-lhe o dinheiro ganho. O patrão devolve-lhe 25 euros. O oleiro agradece reconhecido. Gostaria de ter comprado um dos seus cântaros mas o dinheiro não chega para tudo!
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