13 de julho de 2011

Política de desastre mais que confirmado

Números que comprovam que, por este caminho, vamos à ruína



O Boletim Económico de Verão do Banco de Portugal revela novos dados que mostram, mais uma vez, que as medidas de austeridade sustentadas numa política de direita, continuam a afundar o país. 


Prevê para este ano uma contracção de 2% da economia portuguesa e de 1,8% em 2012, o maior recuo desde 1974.


"Em comparação com o Boletim da Primavera em 2011, o crescimento do PIB foi revisto em baixa em 2011 e, sobretudo, em 2012, reflectindo o impacto sobre a procura interna das medidas de consolidação orçamental do programa de ajustamento [da troika]", aponta o boletim. "Por outro lado, as exportações foram revistas em alta, reflectindo as hipóteses relativas à procura externa dirigida à economia portuguesa, bem como o impacto da informação mais recente que se revelou mais favorável do que o antecipado". Duas situações que confirmam a necessidade da renegociação da dívida e do apoio à produção, "Pôr Portugal a Produzir" como insistentemente o PCP vem defendendo.


Renegociar a dívida enquanto há tempo


De facto se não for feita a renegociação da dívida,- montantes, juros e prazos de pagamento - esta torna-se impagável pois os juros crescem a ritmo muito superior ao do crescimento da economia (e do PIB) que continua a diminuir.


A austeridade imposta dá já os sinais de uma queda sem precedentes do consumo e indicia uma recessão que só poderá ser menos grave se a produção e as exportações aumentarem significativamente. Mostra a análise do BdP que sendo o consumo a maior fatia na criação de riqueza no país, o seu recuo aumenta a recessão este ano (menos seis pontos) e é apenas compensada parcialmente pelo contributo líquido de quatro pontos das exportações. E assim prevê-se uma recessão de 2%. 


Pôr Portugal a produzir


As quebras do consumo e a falta de incentivos à produção para substituir as importações refletem-se nas quebras de investimentos em todas as áreas de actividade, em especial do Estado que apresenta uma quebra entre 2010 e 2012 de mais de 50%.


Tudo isto leva o Banco de Portugal a prever para mais dois anos o aumento do desemprego que agravará fortemente a perda de rendimentos. Pelo menos, até 2013 Portugal serão perdidos 100 mil postos de trabalho. 

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