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1 de maio de 2012
A irracionalidade do capitalismo (1)
OIT estima em mais de 202 milhões os desempregados em todo o mundo
Entretanto o sistema capitalista que provoca esta situação continua a querer aumentar os horários de trabalho o que por sua vez aumenta o desemprego.
A técnica e a ciência actuais, com a utilização de máquinas e equipamentos modernos, permitem que a produtividade seja muitas vezes superior. Para se produzir o que é necessário, utilizando os meios técnicos actuais, bastariam 4 horas de trabalho por dia. Só um sistema irracional e explorador como o capitalismo leva a que o horário de trabalho se mantenha nas 8 horas e metade dos trabalhadores, não necessários, vá para o desemprego.
É uma "irracionalidade programada" para explorar mais os trabalhadores, criar a miséria social que permite aos grandes capitalistas dominar a vida de quem trabalha e impor as condições de exploração que pretendem.
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Estes 202 milhões de desempregados, se existem em todo o mundo, devem incluir os mais de 50 milhões de desempregados na China.
ResponderEliminarEstes também farão parte da irracionalidade do capitalismo?
E os horários de trabalho dos chineses, bem mais das 8 horas referidas, também fazem parte da "irracionalidade programada" para explorar mais os trabalhadores, criar a miséria social que permite aos grandes capitalistas dominar a vida de quem trabalha e impor as condições de exploração que pretendem"?
Notícia do Jornal "o Sol"
Fábrica da Apple acusada de abusos laborais
29 de Março, 2012
A Foxconn, fabricante de produtos da Apple como o iPad e o iPhone, é acusada de pagar salários demasiado baixos e de exigir horas de trabalho a mais aos seus funcionários na China.
De acordo com um muito antecipado relatório de uma associação de direitos laborais norte-americana, a FLA, mais de 60% dos operários da Foxconn na China não recebem dinheiro suficiente para pagar alimentação e alojamento. Os vencimentos dos trabalhadores variam dos 358 dólares (270 euros)na fábrica de Chengdu aos 455 dólares (344 euros) na unidade de Guanlan.
Anteriormente, a Apple, que contratou a FLA para verificar as condições de trabalho na sua empresa fornecedora, tinha já assinalado que a Foxconn utilizava operários menores de idade e obrigava ao cumprimento de horários superiores ao contratualmente estabelecido. Agora, a organização laboral conclui que os trabalhadores cumprem muito mais que o limite de 60 horas semanais e que 43% dos funcionários já sofreu ou testemunhou um acidente de trabalho, cita a CNN.
A Apple, cujo CEO Tim Cook está de visita à China, vai pressionar a Foxconn para melhorar as condições de trabalho nas suas fábricas. No limite, a empresa norte-americana poderá deixar de colaborar com o fornecedor chinês.
A Foxconn, sediada em Taiwan, é o maior empregador do mundo no sector privado, com pelo menos 1.2 milhões de funcionários na China, Brasil, República Checa, Eslováquia, Índia, Malásia e México. As suas gigantescas fábricas chinesas, autênticas cidades independentes, apresentam elevados níveis de sinistralidade laboral e de suicídio.
SOL
Porque será que o PCP (e este blogue(*), não publicam estas notícias? Será para não criticar os partidos irmãos?
Porque será que os trabalhadores chineses não se manifestam contra esta situação? Porque não farão greves gerais? Porque não fazem greves nos transportes, paralizando o país e exigindo melhores condições de trabalho? Que andam a fazer os sindicatos?
E a imprensa chinesa e OCS em geral o que dirão disto tudo?
(*)- "O meu blog assume que está do lado da luta dos trabalhadores, está do lado dos que querem uma sociedade mais justa, e estará sempre nessa luta mesmo que a desproporção de forças seja desigual, como ainda é.
Sempre?...
Carlos. Se lesses as análises do PCP no Avante e no Militante não dirias tantos disparates.
ResponderEliminarO que diz o Jornal Sol só confirma a natureza do Capitalismo que explora os povos do mundo.
Sobre a China diz o Militante nº 303 de Nov de 2009:
"A China é um exemplo convincente de que, como o PCP sempre defendeu, cada povo segue o seu próprio caminho libertador e de que, embora vigorem leis gerais do desenvolvimento social que Marx e Engels desvendaram, não há nem pode haver «modelos de revolução».
"... ao mesmo tempo que se verificou uma real melhoria das condições de vida do povo, ampliaram-se também contrastes, assimetrias regionais e sociais e mesmo contradições de classe em que avulta a formação e crescimento de uma burguesia rica e poderosa, que tarde ou cedo não deixará de formular o seu próprio programa político, questionar e colocar na ordem do dia a questão da natureza de classe do partido e do poder.
A aguda luta de classes que se desenrola no plano internacional envolve também a China, mesmo se – como se está a verificar com a crise capitalista mundial – fortes laços de interdependência económica condicionam as relações da RPC com o sistema capitalista. Obviamente que o imperialismo não pode ver com bons olhos uma China poderosa, dirigida por um partido comunista e orientada para a construção, ainda que a longo prazo (2) , de uma sociedade socialista. Ao mesmo tempo que a corteja e procura dominar o seu vasto mercado interno, combate por toda a parte o que designa de «expansionismo chinês», cerca-a de ameaças (da Formosa ao Tibete, da fronteira com a Península da Coreia ao Sinkiang) e não abandona a esperança de conseguir aquilo que os camaradas chineses designam de «evolução pacífica», ou seja, como aconteceu na URSS e no Leste da Europa, a degenerescência do partido comunista e do regime chinês.
Para onde vai a China? Como e a que preço serão superados os atrasos, problemas e contradições que percorrem a sociedade chinesa dos nossos dias?
O PCP observa o processo revolucionário na China a partir de posições de classe, apoiado nos princípios fundamentais do marxismo-leninismo e tendo em conta a sua experiência revolucionária própria e a experiência do movimento comunista e revolucionário mundial. E isso conduz a algumas grandes interrogações e mesmo inquietações quanto ao futuro socialista da China. Mas não acompanhamos juízos apressados e definitivos. Como preveniu Henri Alleg (13) , um jornalista marxista de excepção, não é possível compreender a epopeia chinesa sem levar em consideração as particularidades históricas, culturais e mesmo «de escala» da China. Uma coisa é certa: é aos comunistas e ao povo chinês que compete escolher o seu próprio caminho e encontrar solução para os seus próprios problemas.